POLÍCIA Quadrilha de traficantes, torturadores e assassinos é desarticulada em Camaragibe Seis suspeitos foram presos e comunidade se sente aliviada

Por: Thamires Oliveira

Publicado em: 16/06/2017 17:01 Atualizado em: 16/06/2017 17:03

Detalhes do caso foram divulgados nesta sexta-feira. Foto: Polícia Civil/Divulgação (Detalhes do caso foram divulgados nesta sexta-feira. Foto: Polícia Civil/Divulgação)
Detalhes do caso foram divulgados nesta sexta-feira. Foto: Polícia Civil/Divulgação
A Polícia Civil prendeu seis homicidas perigosos na comunidade de Buraco Fundo, no Bairro dos Estados, em Camaragibe. Quatro dos suspeitos, que já fizeram parte do mesmo grupo, estavam em confronto interno desde abril deste ano e são responsáveis por vários homicídios na comunidade. O líder do grupo, Vagner das Chagas Candido, 32 anos, conhecido como Monteiro, e Igor Matheus Silva de Araújo, 18 anos, foram presos ainda em abril. Já Ednaldo Galdino Vieira, 32 anos, conhecido como Gago, Orlando Timóteo da Silva, 34 anos, Geraldo Timóteo da Silva, 29 anos, e Jallysson dos Santos, 18, foram presos na última terça-feira e respondem por quatro homicídios e uma tentativa de homicídio. Com o grupo, foram encontradas duas pistolas calibre 38, cinco munições e celulares.

A ação de todo o grupo era feita de forma cruel e com uso de tortura. Segundo a delegada Euricélia Nogueira, titular da Delegacia de Homicídios de Camaragibe, os suspeitos torturavam a vítima com uso de arma branca, queimavam integralmente ou parcialmente ainda viva, matavam e por fim enterravam o corpo. "Todas as vítimas eram mortam com requintes de crueldade, para tentar conseguir informações e provocar o medo na comunidade. Essa forma de matar é típica de Orlando, ele é uma pessoa extremamente perigosa, praticamente um sociopata", considerou a delegada.

A investigação do caso teve início em março deste ano, quando uma vítima do grupo, que sofreu uma tentativa de homicídio, prestou queixa na Delegacia de Homicídios de Camaragibe. "A gente percebia que lá havia crimes de homicídio, mas a autoria era sempre comprometida. A lei do silêncio imperava demais naquele bairro. Em março de 2017, essa vítima recebeu ameaças e finalmente teve coragem de apontar os autores. Foi então que a gente começou a desvendar todo o esquema da quadrilha, quem era o líder e quem eram os comparsas", revelou a delegada. Essa vítima também revelou que o grupo praticava outros homicídios na comunidade, mas que a população e os familiares não testemunhavam por medo.

Em abril, a Polícia Civil realizou a prisão de Vagner das Chagas, o líder do grupo, e de Igor Matheus. Após a prisão de Monteiro, o grupo se dividiu e os comparsas dele, Orlando e Gago, entraram em confronto motivado por acerto de contas relacionado ao tráfico de drogas, que tem um capital de cerca de R$ 80 mil mensais no bairro, segundo a Polícia Civil. 

"Eles estavam tentando se matar para assumir o controle do bairro e da boca de fumo. Era um matando o aviãozinho do outro. Foram várias tentativas de homicídio nesse tempo", afirma a delegada. No último sábado, o irmão e comparsa de Orlando, Geraldo Timóteo da Silva, 29 anos, sofreu uma tentativa de homicídio por parte de Gago e seu comparsa, Jallysson dos Santos, 18 anos, conhecido como Jaja, que foram presos em flagrante.

"Quando fizemos a prisão eles afirmaram que o ataque teria sido uma resposta aos irmãos Orlando e Geraldo, que teriam arrebatado um integrante do grupo deles em Igarassu e ainda estava desaparecido", contou a delegada. O corpo de Douglas Silva dos Santos, conhecido como Dodo, foi encontrado totalmente queimado, próximo à Arena Pernambuco.

Segundo a delegada, tanto a prisão de Monteiro em abril, como a prisão de Gago e Orlando na última terça-feira, foram muito comemoradas pela comunidade, que se via coagida pelas ações da quadrilha.


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