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Religião

Turismo: Israel guarda tesouros religiosos históricos

Em seu pequeno espaço, o país guarda a fé das três principais religiões monoteísta

Publicado em: 26/05/2018 15:00 | Atualizado em: 26/05/2018 15:12

Muro das Lamentações. Foto: Wikimidia Commons/Reprodução
Com 70 anos de história completados neste mês, Israel guarda um tesouro turístico que vai além das dolorosas cicatrizes do holocausto contadas nas páginas da história, e das imagens dos conflitos armados por território que abalam suas relações diplomáticas. Em seu pequeno espaço, que se assemelha em proporções ao estado de Sergipe, o país guarda a fé das três principais religiões monoteístas: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. A mesma terra alvo de uma disputa contínua entre hebreus e árabes é, antes de tudo, a Terra Santa. O destino dos sonhos de uma multidão religiosa. 

Para os judeus, é a terra prometida por Deus a Abraão. Para os cristãos, o local da vida de Jesus Cristo. Para os muçulmanos, foi onde ocorreu a ascensão de Maomé aos céus. Todos os anos, milhões de pessoas saem em peregrinações pelo mundo para conhecer e ressignificar a própria religiosidade lá. Somente em 2017, Israel recebeu 3,6 milhões de turistas, 700 mil a mais do que o ano anterior. Do Brasil, saíram 65% mais turistas com destino à Terra Santa do que em 2016.

A região tem como atrativos os locais considerados sagrados, como os templos católicos, as mesquitas ou o Muro das Lamentações. Mas não se resume a isso. É história viva, recontada em cada ruína, já que foi palco de disputas no Império Romano, recebeu as cruzadas católicas e foi comandada pelos turcos otomanos. É ainda uma oportunidade de mudar o olhar sobre o Oriente Médio, sua cultura e gente. O Diario acompanhou um grupo de peregrinos católicos em viagem pela Terra Santa e destaca um roteiro dos principais atrativos turísticos.


Judeia


O que visitar


Basílica da Natividade

Em Belém, dentro do território palestino, a basílica é coadministrada por católicos apóstolicos romanos, gregos e armenos ortodoxos. Todos os dias, é aberta à visitação depois que as três denominações cristãs realizam seu culto no local exato onde Jesus teria nascido, e também onde está a manjedoura.  


Monte das Oliveiras

É um ponto sagrado para o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. O monte é conhecido por ter sido o local onde Judas traiu Jesus. Lá estão a Igreja de Todas as Nações, com sua fachada dourada que chama atenção de longe, e também o Jardim do Getsêmani, onde há pelo menos uma oliveira que comprovadamente seria da época de Cristo.


Muro das Lamentações

Considerado o último vestígio do segundo templo judaico, construído após a destruição do Templo de Salomão. É local onde os judeus acreditam estar mais próximos da sala onde no passado foi depositada a Arca da Aliança. No Muro das Lamentações, eles lamentam suas perdas e depositam pequenos pedaços de papéis com pedidos. A visitação é aberta e há divisão no acesso de homens e mulheres.


Via Dolorosa

Em meio ao mercado árabe, é a expressão da convivência múltipla das religiões em Jerusalém. Nessa rua da cidade antiga, Jesus teria carregado a cruz até o calvário. Lá, a história é recontada em nove das 14 estações da Via Crúcis, que ficam marcadas na parede e são ponto de parada da peregrinação. Geralmente, os grupos refazem os passos contados na Bíblia até chegar ao Santo Sepulcro.


Santo Sepulcro

É, sem dúvidas, o ponto mais concorrido da Terra Santa. A basílica, administrada pelos ortodoxos, está localizada no ponto onde se acredita que Jesus tenha sido sepultado e crucificado, em meio ao quarteirão cristão da cidade Velha de Jerusalém. Lá, se tem acesso a uma caverna onde teria ocorrido a ressurreição, onde só entram quatro pessoas por vez, e também pode-se encontrar a Pedra da Unção, onde o corpo de Cristo teria sido colocado após a crucificação.


Galileia


Menos desértica e mais verde, a região da Galileia é onde está a cidade de Nazaré, conhecida como o local do nascimento de Maria e onde Jesus teria passado a infância. É uma região onde há também áreas de praia e onde os contrastes sociais são menores comparados aos de Jerusalém. 


O que visitar


Kafr Kanna

Segundo a tradição cristã, esse vilarejo seria Caná da Galileia, o local onde Jesus Cristo realizou o milagre de transformar a água em vinho durante o casamento de um casal pobre. Uma igreja católica foi erguida no local onde teria acontecido o milagre. Por lá, se convencionou realizar casamento e fazer a renovação dos votos, em memória ao evento bíblico. Kafr é também local de um povo simples e simpático, que ama puxar conversa e trocar impressões sobre o ocidente e o oriente.


Carfanaum

Às margens do Mar da Galileia, Carfanaum tem valor histórico e religioso. Lá, segundo a tradição cristã, teria sido a morada de Tiago, João, André e Pedro. E também o local escolhido por Jesus para repassar os ensinamentos aos discípulos. Em Carfanaum, Jesus teria realizado diversos milagres. Entre os pontos turísticos a serem visitados na região estão as ruínas de uma sinagoga, erguida entre os séculos 2 e 4, sobre o local onde Jesus teria dado os ensinamentos. E também há um memorial construído em cima das ruínas do que teria sido a casa de Pedro.


Mar da Galileia

Um lago com 166 quilômetros quadrados, o Mar da Galileia é a principal fonte de água doce de Israel. Ao seu redor, existem diversos balneários e pequenas praias. Do ponto de vista religioso, seu valor está em ter sido ali o local onde Jesus andou sobre as águas. O turista pode fazer um passeio de barco pelo lago, assim como visitar, em seu entorno, o Monte das Bestitudes, a Igreja da Primazia de Pedro e um barco da época de Jesus.


Basílica da Transfiguração

Foi construída no local onde Jesus se transfigurou de corpo humano para luz, em cima do Monte Tabor. É um dos atrativos mais bonitos da região, com jardins bem cuidados e um mirante lateral com vista panorâmica para os povoados próximos. Para chegar lá, é preciso deixar o carro em um estacionamento e seguir em vans.  


Rio Jordão

Com 200 quilômetros de extensão, esse é um dos rios mais importantes do Oriente Médio. É conhecido pelos peregrinos por ter sido o local de batismo de Jesus Cristo. Há duas formas de visitá-lo. Uma é indo ao ponto considerado o oficial desse batismo, na fronteira entre Israel e a Jordânia, em Qasr al-Yahud, aberto apenas em 2015. O outro é uma estrutura turística alternativa, em Yardenit, no caminho entre Judeia e Galileia.


Basílica da Anunciação


Um dos locais mais bonitos é também uma das construções mais recentes, erguida em 1969. Dentro da suntuosa basílica, na cidade velha de Nazaré, há as ruínas da casa onde Maria teria recebido do anjo Gabriel o anúncio da maternidade de Jesus. 


Fora do circuito religioso


Mar Morto

Na fronteira entre Israel, Palestina e a Jordânia, o Mar Morto é imperdível por muito fatores. O mar, que na verdade é um lago, está localizado no ponto mais baixo da terra, a 430 metros abaixo do nível do mar. Por causa disso, mantém altos níveis de salinidade na água, seis vezes mais sal por metro quadrado do que os oceanos, que impedem o banhista de afundar. Ele fica a cerca de uma hora de distância de Jerusalém e oferece toda a estrutura de um balneário: bares, restaurantes, lojas, chuveiros e banheiros. Quem quiser conhecê-lo, porém, precisa se apressar. Em função dos desvios do curso das águas no vale do Rio Jordão, o Mar Morto desaparece mais de um metro por ano.


Museu do Holocausto

Muito mais do que um dos principais espaços no mundo de memória e documentação dos eventos que ocorreram no holocausto, o Ya Vashem é um local de homenagens. Com 18 hectares, e vários memoriais. O museu se permite tentar recontar a história dos 6 milhões de mortos pela fúria nazista. Tem espaço dedicado às crianças mortas, uma sala que evidencia os nomes identificados de todas as vítimas um centro de artes. 


Cidade antiga de Jerusalém

A cidade velha de Jerusalém merece um dia de dedicação exclusiva. Dividida em quatro quarteirões, dentro das muralhas, é a expressão máxima da multiplicidade religiosa da terra Santa. Lá, armênios, cristãos, judeus e muçulmanos têm cada um seu quarteirão, onde existem templos religiosos; boxes de venda de souvenirs; mesquitas; igrejas; e bares e restaurantes. É um imenso labirinto cultural. 

*A repórter viajou à convite da Obra de Maria

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