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Preparando o caminho da Copa do Mundo da Rússia
A um ano do início dos jogos do Mundial de Futebol, o Diario mostra o que há para visitar nas cidades-sedes da competição, que será realizada na Rússia
Por: Manuela Cavalcanti - Diario de Pernambuco
Publicado em: 03/07/2017 15:08 Atualizado em:
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Palco da abertura, final e mais cinco jogos do Mundial, Estádio Lujniki (no Centro de Moscou) tem capacidade para 81 mil torcedores. Fotos: RussiaTourism.com/Reprodução |
Que brasileiro é apaixonado por futebol, ninguém duvida. Mas será fácil encontrar algum que esteja disposto a atravessar o planeta para companhar os jogos da Seleção? Para quem sonha com isso, é tempo de se planejar, afinal falta menos de um ano para a Copa do Mundo da Rússia. A dificuldade de achar voos ou pacotes de viagens que contemplem toda a programação é um dos entraves para o torcedor que pretende viajar rumo ao hexacampeonato.
Em Pernambuco, as agências de viagens ainda não fecharam pacotes completos para o evento. No Brasil, a agência oficial chancelada pela FIFA que organiza pacotes de viagens para a Copa do Mundo 2018 é a Stella Barros Turismo. A empresa garante os bilhetes para as partidas - que terão as vendas iniciadas logo após a Copa das Confederações - além de oferecer passagens aéreas e hospedagem, incluindo serviços básicos e alimentação. O pacote (salgado) para assistir à primeira fase custa, por pessoa, aproximadamente R$ 14,6 mil com hotel, transfers, city tour e guias turísticos.
Para a Copa completa, os valores chegam a R$ 67 mil. No caso do Hospitality, equivalente ao pacote com ingressos, alimentação, e outros serviços básicos, o preço é de R$ 8,3 mil, para os três primeiros jogos, e R$ 36 mil para todas as partidas até a final do mundial. Além desses valores, ainda é preciso contar a passagem de ida e volta por R$ 4 mil, aproximadamente.
Ir por conta própria pode ser um caminho muito mais barato. O administrador de empresas recifense Leonardo Fitipaldi, 35 anos, é um dos torcedores que sempre faz essa opção: "Eu prefiro pesquisar os preços de passagens, hospedagens e transportes sempre a parte. Os pacotes de viagens normalmente são muito caros e você consegue fazer isso com muito menos dinheiro e se programando bem, sabe?". A Copa do Mundo da Rússia será a terceira que ele irá acompanhar (já foi para a da África do e do Brasil), além de já ter marcado presença em outros eventos esportivos como as Olimpíadas (Londres e Rio de Janeiro) e a final da Champions League 2017, campeonato de times europeus, no País de Gales. Entre as dicas principais, está organização e pesquisa. Segundo ele, algumas etapas devem ser seguidas na hora de pensar o roteiro de viagem, sem deixar nenhum detalhe para ser resolvido no segundo tempo.
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Leonardo Fitipaldi já foi a duas Olimpíadas, duas Copas e já se planeja para o torneio na Rússia. Foto: Arquivo Pessoal/Cortesia |
Por experiência própria, Fitipaldi prefere sempre comprar primeiro os ingressos do evento, assegurando o seu hobbie favorito: assistir à partida dentro do estádio. Depois, vem o planejamento da viagem, que envolve o passaporte e a compra das passagens aéreas. Segundo ele, tudo é muito concorrido e caro, por isso é fundamental ficar de olho em sites e aplicativos de viagens, como o Booking e o Trivago. Fitipaldi afirma que entre as opções de hospedagem, ele prefere buscar rede de hotéis mais baratos, como o Ibis.
"Eu me programo sempre para ir assistir aos jogos e também visitar a cidade. Quando rolaram as Olimpíadas no Rio de Janeiro, consegui visitar algumas cidades no interior fluminense", lembra Fitipaldi. Alinhar a programação do evento e conhecer novos locais não é um problema, inclusive, para ele, é até mais prazeroso. Outra decisão nas viagens é sempre ir acompanhado de um familiar ou amigos: “Viajar assim é bem mais legal, além de ser mais seguro".
Cálculos
O voo mais barato que liga o Aeroporto Internacional do Recife ao Aeroporto Internacional Domodedovo, em Moscou, é oferecido pela empresa aérea TAP Portugal, sendo cotado a partir de R$ 1.824, com saídas em junho de 2018 e conexão em Lisboa. Outros gastos que deverão ser levados em conta são os da hospedagem e da mobilidade no local. Na capital russa, por exemplo, a diária em um hotel mais simples - a poucos quilômetros da Praça Vermelha (cerca de 30 minutos do estádio Lujniki, onde grande parte dos jogos serão realizados) - custa a partir de R$ 99. Se optar por algo mais barato, existem albergues cotados a partir de R$ 20, segundo aplicativos de hospedagem, como o Trivago.
Em Moscou, a melhor maneira de locomoção é o transporte público. O metrô da capital está entre um dos mais eficientes e mais temidos pelos turistas, que podem encontrar certa dificuldade em entender as sinalizações subterrâneas. Uma dica para superar este desafio é estar sempre atualizado com aplicativos de transporte local. O “Metro Moscou Mapa” é um desses utilitários. Nele, há o mapa completo com os nomes de estações em português. O metrô circula diariamente, das 6h à 1h, e conta com 12 linhas, cada uma com uma cor diferente para facilitar o translado. Uma passagem custa 30 rublos (cerca de R$ 1,70).
Um detalhe importante também é que brasileiros não precisam de visto para entrar na Rússia durante um período de 90 dias, basta estar com o passaporte em dia. Mesmo durante a Copa do Mundo, o país europeu não exigirá a autorização de entrada para quem portar ingressos para os jogos.
+ Preços dos ingressos para a Copa do Mundo 2018
Abertura
US$ 220 (R$ 721)
US$ 390 (R$ 1.279)
US$ 550 (R$ 1.804)
Jogos de grupo
US$ 150 (R$ 344)
US$ 165 (R$ 541)
US$ 210 (R$ 688)
Oitavas de final
US$ 115 (R$ 377)
US$ 185 (R$ 606)
US$ 245 (R$ 803)
Quartas de final
US$ 175 (R$ 574)
US$ 255 (R$ 836)
US$ 365 (R$ 1.197)
Semifinal
US$ 285 (R$ 934)
US$ 480 (R$ 1.574)
US$ 750 (R$ 2.460)
3º lugar
US$ 175 (R$ 574)
US$ 255 (R$ 836)
US$ 365 (R$ 1.197)
Final
US$ 455 (R$ 1.492)
US$ 710 (R$ 2.328)
US$ 1.100 (R$ 3.608)
*Com dólar a R$ 3,28
** Mais baratos: arquibancadas atrás do gol/ Mais caros: setores no meio do campo
+Sete sedes que merecem a visita
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MOSCOU
No coração da capital moscovita, a Praça Vermelha foi palco de execuções, de passeatas comunistas, serviu de passarela para desfiles militares soviéticos. Nela está exposto à visitação o corpo do líder da revolução russa, Vladimir Lenin. Mas, ao contrário do que se pensa, seu nome não é uma referência à cor símbolo do comunismo. Krasnaya Ploschad, como foi batizada em russo, pode tanto significar Praça Vermelha quanto Praça Bela. Sua atração mais conhecida, a catedral de São Basílio está para Moscou como a Torre Eiffel está para Paris. O templo foi construído por ordem de Ivan, o Terrível, para comemorar a retomada da cidade de Kazan do poderio dos tártaros. O Kremlin (fortaleza) de Moscou é hoje sede do governo russo e do Museu de Armas, mas serviu de residência aos czares. O robusto prédio sede da KGB é outra atração que chama atenção dos turistas e abriga um museu com objetos da Guerra Fria.
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SÃO PETERSBURGO
À beira do Mar Báltico, a linda cidade nasceu de um sonho de grandeza do czar Pedro, o Grande, há mais de 300 anos. A aristocracia russa tinha pendores iluministas, falava francês e queria a sua própria Paris. Daí, surgiram palácios magníficos, jardins como o de Luxemburgo, igrejas que se assemelham ao Vaticano, belos acervos de arte. O Forte de São Pedro e São Paulo, construído para deter os ataques suecos no século 18, tem igrejas, túmulos e algumas das celas mais famosas da Rússia. Dois de seus museus são imperdíveis: o Hermitage (no antigo Palácio de Inverno), onde há 150 mil obras de artistas como Matisse e Kandinsky, e o de cera do Palácio Beloselski, que conta de maneira lúdica a história do país. A cidade é famosa também por seu ótimo jazz. Vá conferi-lo no JFC, enquanto saboreia as ótimas vodcas russas.
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KAZAN
Uma das mais antigas cidades da Rússia, contará com seis jogos do Mundial. Se a Seleção Brasileira cair nos grupos C ou F jogará lá ainda na primeira fase. São 825 quilômetros até Moscou. De trem, são 11 horas de viagem, ou 1h15 de avião. A cidade abriga construções milenares como as muralhas da antiga Kazan, que serviu de barreira para o histórico cerco de Ivan o Terrível no século 16. Considerada uma metrópole atemporal, atualmente ela conta cerca de 30 das maiores e mais importantes universidades da Rússia, abrigando mais de 180 mil alunos de mais de 100 nacionalidades. Pelo Booking.Com, uma diária no período da Copa varia de R$ 55 a R$ 515. Entre as atrações turísticas, o Complexo Arquitetônico e Histórico do Kremlin de Kazan, a mesquita de Qol Sharif, a Catedral da Anunciação e o Templo de Todas as Religiões, estão entre os mais visitados pelos turistas.
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NIJNI NOVGOROD
A sede mais próxima da capital russa tem o nome mais difícil de pronunciar: Níjni Novgorod (lê-se Ninjini Nougurrá) fica a 425 quilômetros a leste de Moscou. Criada em 1221, é a terceira mais antiga da Copa. Uma curiosidade é que, durante a Guerra Fria, servia como base das pesquisas secretas sobre armas nucleares e, por isso, o acesso era proibido a estrangeiros. Será sede de seis jogos. Se cair no grupo D, o Brasil jogará a segunda partida da primeira fase. A diária por aqui, no período da Copa, varia de R$ 85 a R$ 2,3 mil. Mas, por ser a mais próxima da capital, a facilidade de ficar em Moscou também é grande. Gasta-se pouco menos de cinco horas de carro ou de trem entre as duas sedes. Além da sede do governo, o Jardim Zoológico, o monastério Pechersky Ascension e o parque Shveitzariya, estão entre os pontos turísticos da cidade.
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SARANSK
Relativamente nova, comparada com outras cidades russas, Saransk foi fundada em 1641 e conta com uma população de apenas 307 mil habitantes. Localizada no centro da Rússia, a cerca de 650 quilômetros de Moscou, terá quatro jogos da Copa, todos da primeira fase (o Brasil terá a terceira partida aqui se cair no grupo B). Para se hospedar na pequena cidade, o turista conta com diárias de R$ 35 a R$ 230. Quem resolver ficar, pode aproveitar para visitar os diversos museus da região, como o Museu da Cultura Folk de Mordóvia, o Kraevedcheskiy e o Museu de Arte Fina S.D. Erzia, além do parque Gorodskoy, do Zoológico local e, como boa cidade russa, da Catedral de Saranks.
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KALININGRADO
Capital da província de mesmo nome, Kaliningrado tem 450 mil habitantes e está fora do território russo, a cerca de 600 quilômetros do resto do país (são cerca de 1.250km de Moscou). Fundada em 1255 pelos Cavaleiros Teutônicos — uma das ordens militares cruzadas vinculada à Igreja Católica —, fez parte da Polônia, da extinta Prússia Oriental e do Império Alemão até a Segunda Guerra Mundial, quando passou a fazer parte da antiga União Soviética. A cidade sediará quatro jogos da Copa, todos na primeira fase. As diárias nos poucos hotéis, verificadas pelo Booking.Com, variam de R$ 70 a R$ 280. Por ser no litoral, o lugar é repleto de belas praias. Mas se prepare, mesmo no verão a temperatura não ultrapassa os 20ºC e a quantidade de chuva é grande. Outro atrativo é a Catedral de Königsberg, do século 14 e que conta com duas capelas, uma ortodoxa e outra protestante.
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ECATERIMBURGO
É a única sede da Copa do Mundo de 2018 na Ásia. Consequentemente, é a mais distante da capital, a cerca de 1.780 quilômetros. Sediará quatro jogos, todos da primeira fase. Para o Brasil jogar por lá, tem que cair no grupo C, onde a segunda partida seria na Arena de Ecaterimburgo. A cidade, fundada em 1723, é conhecida por ser palco da execução da família Romanov durante a revolução bolchevique, mais precisamente na Casa Itapiev. A construção foi demolida na década de 1920 e, na virada do milênio, deu lugar à Igreja do Sangue, construída em comemoração à canonização dos Romanov pela Igreja Ortodoxa Russa. Por causa da Guerra Civil e destituição da realeza russa, Ecaterimburgo foi renomeada para Sverdlovsk. Após o fim da URSS, voltou a ser chamada como antes.
(Com informações de Geison Guedes, Renato Alves e Eliane Moreira/Do Correio Braziliense)
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