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Notícia de Turismo
Mantenha a vacinação em dia e viaje sem riscos para o Brasil e exterior Especialistas dão dicas para evitar doenças contagiosas no exterior e no Brasil

Por: Laisa Queiroz

Publicado em: 14/12/2015 14:30 Atualizado em: 29/12/2015 20:20


Passagens, passaporte e cartão de crédito são alguns dos documentos que os viajantes dificilmente esquecem na hora de embarcar. Porém, muitos passageiros, por desconhecimento ou falta de preocupação, deixam de lado algo importantíssimo: o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP), que comprova a imunização contra a febre amarela, exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em viagens para a América do Sul, África e alguns países da Ásia.

A vacina contra a febre amarela é oferecida gratuitamente na rede pública. Mas para quem deixou para a última hora, basta procurar o serviço nos laboratórios privados. Em Brasília, a rede Sabin aplica a dose (que custa R$ 130) e emite o certificado na hora, pois é credenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Recomendamos que os viajantes sejam imunizados pelo menos 10 dias antes da viagem, para dar tempo de criar uma resposta no organismo e de manifestar qualquer tipo de reação, embora elas não sejam comuns", explica a imunologista Ana Rosa dos Santos. Segundo ela, dor local e indisposição podem seguir à vacinação.

A recomendação da especialista é que as pessoas não se preocupem apenas com as viagens internacionais, mas dentro do país também. As regiões Norte e Centro-Oeste, os estados de Minas Gerais e Maranhão, e alguns municípios do Piauí, da Bahia, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são mais propenso a focos de febre amarela, especialmente nas áreas utilizadas para turismo rural e ecoturismo. "Aqui em Brasília, nós adoramos ir à Chapada dos Veadeiros, por exemplo, e essa é uma região de risco. Precisamos estar vacinados". Ela ainda recomenda o uso de repelentes e roupas que protejam a pele como cuidados adicionais.

Vizinho latino
O designer Guido Vasconcelos, 40 anos, retirou o certificado antes de fazer uma viagem ao Peru, em agosto deste ano. "No momento da imigração, ninguém pediu para ver o documento, mas achei melhor ter isso em mãos, pois se eles pedirem e você não tiver, pode até ter que voltar para o seu país", argumenta. “Além da questão burocrática, ia ficar alguns dias no meio do mato, então, por questão de segurança, foi bom ter tomado a vacina.”

A namorada de Guido, a produtora cultural Lorena Oliveira, 35, também tomou a vacina contra a febre amarela -  além de outras não obrigatórias, como hepatite e tétano -  antes de ir ao Peru, mas o cuidado não impediu que ela tivesse uma reação a outro mosquito. "Quando estávamos em Águas Calientes, próximo a Machu Picchu, fui picada e passei muito mal, pois entrei em contato com um veneno, e tive que ir ao hospital, onde passei um dia internada", conta. Para ela, além de buscar informações sobre as vacinas recomendadas para o país onde o turista vai visitar, é importante contratar um bom seguro-viagem, que cubra situações de emergência.

Como funciona
Para obter o certificado após tomar a vacina, é preciso ir ao Centro de Orientação ao Viajante da Anvisa, que, no Distrito Federal, fica no aeroporto. O especialista em vigilância sanitária do órgão Rodolfo Nunes explica que é necessário, primeiro, fazer um pré-cadastro no site da Anvisa (no qual você vai preencher dados pessoais, para agilizar o processo). No Centro de Brasília, não há agendamento; basta ir até o local munido de um documento com foto e do cartão de vacinas que mostre que a imunização contra a febre amarela foi feita nos últimos 10 anos. "Com base em evidências científicas recentes, a OMS passou em recomendar, em 2014, que apenas duas doses da vacina são suficientes para manter a pessoa imunizada durante toda a vida. Isso está sendo discutido com o Ministério da Saúde".

A inclusão apenas da febre amarela no certificado vem do último Regulamento Sanitário Internacional (RSI), de 2005, que considera o risco das doenças infecciosas. "A febre amarela tem alto índice de letalidade e basta uma picada de mosquito para se contaminar. Doenças como o ebola são, também, muito graves, mas o risco de contaminação é menor, já que é preciso um contato mais íntimo com um portador", esclarece.

Ainda assim, Rodolfo ressalta que é importante manter a carteira de vacinação em dia para as demais doenças contagiosas, como hepatite, malária, meningite, tétano, caxumba, rubéola, sarampo e mesmo a gripe. Ele lembra, também, que mesmo em viagens aos países que não estão nas áreas recomendadas pela OMS, a precaução é o melhor remédio. "Na Europa em geral, há um risco muito grande de contrair sarampo, que não é muito grave, e, por isso, muitas pessoas vivem com ele, já que por lá a população precisa pagar pela vacina e não é habituada a se imunizar".

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