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Passado Dez lugares para visitar que revelam a história do Recife Como em uma viagem no tempo, passear pela capital pernambucana leva o turista dos dias de hoje ao século XVI. O Pernambuco.com lista uma dezena de pontos históricos a conhecer

Por: Guilherme Carréra

Publicado em: 28/07/2015 08:22 Atualizado em: 28/07/2015 11:47

Fundada em 1537, Ribeira do Mar dos Arrecifes, como era chamado o Recife de hoje, é um dos logradouros mais antigos do Brasil. Em quase cinco séculos de história, coleciona monumentos, personagens e anedotas incontáveis. Um passeio mais atento pela cidade pode revelar aspectos que passam batido para a maioria dos 3,8 milhões que habitam a sétima Região Metropolitana mais populosa do país. A descaracterização do centro histórico impediu que o Recife se tornasse Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco como a vizinha Olinda, mas ainda há muito o que enaltecer. O Pernambuco.com percorreu dez pontos imperdíveis para quem quer conhecer um pouco mais da história da capital do estado. Direto do túnel do tempo.

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Forte do Brum (1629)

Conhecido como Forte do Brum, o Forte de São João Batista do Brum, originalmente Forte do Bom Jesus, foi construído por donatários da antiga capitania de Pernambuco na primeira metade do século XVII. Erguido em uma posição estratégica, foi equipado com sete canhões de metais, sendo dois canhões de 24 libras, um de 18, um de 16 e um de dez libras, além de duas bombardas. Em virtude de conflitos políticos, a fortaleza passou por diversas reformas. Em um dos projetos de reconstrução, foi edificada uma capela sob a invocação de São João Batista do Brum, o que determinou sua atual nomenclatura. Hoje, funciona como um museu militar, que exibe armas, canhões e fotos da época da invasão holandesa. Aberto à visitação de terça a sexta-feira, das 9h30 às 16h30; e aos sábados, domingos e feriados, das 14h às 17h. Ingressos a R$ 5. Militares, idosos e crianças menores de dez anos não pagam.

Forte do Brum era conhecido como Forte do Bom Jesus. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press
Forte do Brum era conhecido como Forte do Bom Jesus. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press

Sinagoga Kahal Zur (1636)

Entre os anos de 1636 e 1654, a Sinagoga Kahal Zur funcionou como a primeira das Américas na antiga Rua dos Judeus, hoje Rua do Bom Jesus, no Bairro do Recife. Atualmente, o espaço recebe turistas do mundo todo. Painéis com textos e fotos informam sobre a ocupação judaica em Pernambuco dos anos 1500 ao Período Holandês, ressaltando a perseguição sofrida pelos cristãos novos. No primeiro andar da casa, uma exposição aborda, ainda, a vida dos que fugiram da Europa no século XX e fundaram a Companhia de Teatro Idiche no Recife. O piso, o teto e a mobília de uma sinagoga da Amsterdã do século XVII servem de inspiração para a reconstituição aqui proposta. De terça a sexta-feira, das 9h às 16h30, aos domingos, das 14h às 17h30. Inteira, R$ 10; meia-entrada, R$ 5.

Sinagoga Kahal Zur está localizada na antiga Rua dos Judeus, hoje Rua do Bom Jesus. Foto: Paulo Paiva/DP/DA Press
Sinagoga Kahal Zur está localizada na antiga Rua dos Judeus, hoje Rua do Bom Jesus. Foto: Paulo Paiva/DP/DA Press

Ponte Maurício de Nassau (1644)

A história conta que os planos para construir o que viria a ser a primeira ponte do Recife começaram em 1630, como consequência do desenvolvimento econômico. Doze anos depois, Conde Maurício de Nassau, então governador, ordenou o início da obra propriamente dita. Por motivos desconhecidos, a construção precisou ser interrompida no ano seguinte. Há quem diga até que os holandeses não se empenharam o suficiente para concluí-la. O fato é que Conde Nassau comprou a briga e bancou o término da obra. Domingo, 28 de fevereiro de 1644, a ponte, enfim, foi inaugurada. Nos dias de hoje, o elevado liga o Bairro do Recife a Santo Antônio, nossa próxima parada.

Ponte Maurício de Nassau é herança do Período Holandês. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press
Ponte Maurício de Nassau é herança do Período Holandês. Foto: Jaqueline Maia/DP/DA Press

Capela Dourada (1724)

Na Rua Imperador Dom Pedro II, a fachada do Museu Franciscano de Arte Sacra esconde uma joia barroca em seu interior. Localizada no bairro de Santo Antônio, a Capela Dourada da Ordem Terceira de São Francisco do Recife, cuja pedra fundamental foi lançada em 1696, sendo oficialmente inaugurada em 1724, é considerada o maior exemplar da arte sacra barroca no Brasil. Para visitá-la, é cobrada uma taxa de R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia-entrada). O pagante também pode circular pela sacristia, que data do ano de 1731, e pelo claustro, espécie de pátio franciscano, construído em 1867.

Capela Dourada foi inaugurada no ano de 1724. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Capela Dourada foi inaugurada no ano de 1724. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

Teatro Apolo (1842)

Localizado na Praça da República, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, o Teatro de Santa Isabel foi inaugurado em 1850. Embora secular, ele não é o mais antigo em atividade na cidade do Recife. Quatro anos antes, o Teatro Apolo, hoje Cine Teatro Apolo, veio a público. Na rua homônima, próximo à Praça do Arsenal, no Bairro do Recife, o tablado funcionou por 18 anos e fechou as cortinas. Só em 1982 foi reaberto, agora com capacidade para 396 pessoas. Ainda hoje, ostenta sua fachada em mármore de Lisboa e com um brasão da Sociedade Harmônica Teatral esculpido em pedra de lioz.

Embora o Santa Isabel tenha mais prestígio, o teatro mais antigo do Recife é o Apolo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press
Embora o Santa Isabel tenha mais prestígio, o teatro mais antigo do Recife é o Apolo. Foto: Ricardo Fernandes/DP/DA Press

Mercado de São José (1875)


Carro-chefe dos mercados públicos do Recife, o Mercado de São José é tido como uma das primeiras construções do Brasil que possui toda a sua estrutura feita em ferro. Inaugurado em 1875, o projeto seguiu o modelo do famoso Mercado de Grenelle, na França. No passado, funcionava no local o Sítio dos Coqueiros, seguido pelo Largo da Ribeira do Peixe e, finalmente, o Mercado da Ribeira do Peixe. Hoje, o endereço é também conhecido como Praça do Mercado, onde fica a Basílica de Nossa Senhora da Penha (1870). Ao todo, são 542 boxes que vendem artesanato, vestuário e peixes frescos. De segunda-feira a sábado, das 6h às 18h. Domingos e feriados, até as 13h.

Estrutura de ferro do Mercado de São José é um dos seus diferenciais. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press
Estrutura de ferro do Mercado de São José é um dos seus diferenciais. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press

Restaurante Leite (1882)


Em frente à Praça Joaquim Nabuco, o Leite recebe a sociedade recifense desde tempos imperiais. Em 1882, a casa abria as portas pelas mãos do português Manoel Leite. Entre os aparatos, louça inglesa, talheres de prata e taças de cristal Baccarat. Depois de ser vendido para outros proprietários, os Irmãos Dias assumiram o estabelecimento em 1955. E permanecem no comando até hoje. Nomes como Assis Chateaubriand, Juscelino Kubitschek e João Goulart figuravam na lista de clientes costumeiros. Políticos, empresários e intelectuais continuam ali se encontrando na hora do almoço. As 40 mesas comportam até 200 pessoas. O famoso bolinho de bacalhau é o indispensável abre-alas. O Leite, gaba-se, é o mais antigo restaurante do Brasil ainda em funcionamento.

Restaurante Leite é considerado o mais antigo do Brasil ainda em funcionamento. Foto: André Marins/DP/DA Press
Restaurante Leite é considerado o mais antigo do Brasil ainda em funcionamento. Foto: André Marins/DP/DA Press

Faculdade de Direito do Recife (1911)

Nem todo mundo sabe que a origem da Faculdade de Direito do Recife está em Olinda. Em 1827, o Imperador Dom Pedro I ordenou a criação de dois cursos de ciências jurídicas e sociais, um na cidade de São Paulo e outro na de Olinda, os primeiros do Brasil. Conhecidos como cursos jurídicos, o de Olinda se instalou logo no ano seguinte no Mosteiro de São Bento. Em 1852 e 1859, viu seu endereço mudar por duas vezes. Entre 1889 e 1911, foi erguida aquela que viria a se tornar a imponente sede da faculdade até os dias de hoje. No ano de 1912, já sob governo republicano, os estudantes passaram a frequentar as aulas na Praça Doutor Adolfo Cirne, bairro da Boa Vista, centro do Recife. Construído por José de Almeida Pernambuco, o prédio ocupa uma área de 3,6 mil m².

Sede da Faculdade de Direito do Recife no bairro da Boa Vista. Foto: Dantadd/Reprodução
Sede da Faculdade de Direito do Recife no bairro da Boa Vista. Foto: Dantadd/Reprodução

Praça de Casa Forte (1934)

O substantivo composto Casa Forte ganhou destaque a partir do conflito de 17 de agosto de 1645, quando pernambucanos enfrentaram holandeses em defesa territorial. Casa Forte era como a população se referia ao antigo engenho de Anna Paes, epicentro do embate binacional. Com o tempo, o termo passou a ser utilizado por quem se referia àquele povoado e, anos depois, ao bairro da Zona Norte. Inicialmente chamada de Campina de Casa Forte, a praça situada em frente às edificações mudou a cara no início do século XX. Em 1933, o então prefeito Antônio de Góes resolveu revitalizar o espaço. A coroação viria com o projeto do paisagista Roberto Burle Marx no ano seguinte. Icônica, a praça possui traçado geométrico, formas regulares e uma sucessão de espelhos d'água.

Desenho da Praça de Casa Forte é resultado do projeto paisagístico de Roberto Burle Marx. Foto: Arthur de Souza/Esp. DP/DA Press
Desenho da Praça de Casa Forte é resultado do projeto paisagístico de Roberto Burle Marx. Foto: Arthur de Souza/Esp. DP/DA Press

Edifício Acaiaca (1958)

Quando nasceu em 1887, o arquiteto franco-suíço Charles-Édouard Jeanneret-Gris nem imaginava que seria um dos responsáveis por mudar os rumos do que se entendia por arquitetura. Mais conhecido como Le Corbusier, o europeu é um dos criadores da arquitetura modernista, cujos conceitos ecoaram mundo afora, inclusive, no Recife. Principal representante dessa corrente, o edifício Acaiaca foi desenhado pelo português Delfim Amorim, sob forte influência corbusiana. À beira-mar da praia de Boa Viagem, Zona Sul da cidade, a construção é ponto referencial dos frequentadores da orla. Na altura do Segundo Jardim, o Acaiaca possui 11 andares e 44 apartamentos.

Edifício Acaiaca é point na Avenida Boa Viagem. Foto: Cristiane Silva/Esp. DP/DA Press
Edifício Acaiaca é point na Avenida Boa Viagem. Foto: Cristiane Silva/Esp. DP/DA Press



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