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Veja como funciona o hotel-cápsula do Aeroporto do Recife

Testamos o serviço oferecido pela Siesta Box no Embarque Sul do Gilberto Freyre. Nas primeiras semanas de funcionamento, uma promoção: duas horas de mordomia custam R$ 49,90

Publicado: 17/03/2015 às 14:01

Cabine individual do Siesta Box fica no Embarque Sul do Aeroporto do Recife. Foto: Guilherme Veríssimo/DP/DA Press/

Cabine individual do Siesta Box fica no Embarque Sul do Aeroporto do Recife. Foto: Guilherme Veríssimo/DP/DA Press()

"Viajar cansa. Pouse aqui". Esse é o slogan da Siesta Box, empresa que oferece quatro cabines individuais para passageiros em conexão no Embarque Sul do Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes – Gilberto Freyre. Pioneiros, os empresários pernambucanos Bóris Wolfenson e Tuca Paes de Andrade perceberam uma lacuna no mercado: dar algum conforto ao viajante aéreo. Lançaram o serviço no início de março, após quatro anos de lapidação do projeto. Para daqui a dois meses, prometem mais seis cápsulas de 2,4 m de profundidade, 1,8 m de largura e pé-direito de 2,6 m disponíveis ao usuário. Normalmente, uma hora na cabine custará R$ 49,90. Nas primeiras semanas de funcionamento, no entanto, o mesmo valor vale para duas horas. Uma vez no hotel-cápsula, o passageiro-hóspede tem direito a cama, travesseiro, lençol, ar-condicionado, TV a cabo, rede wi-fi, entradas USB e tomadas universais. Entre uma viagem e outra (ou melhor, entre uma pauta e outra), o Pernambuco.com testou o serviço. Confira abaixo os pontos positivos e negativos da experiência.



3, 2, 1... Testando!

O Siesta Box está instalado no Embarque Sul, onde ficam os portões de embarques nacionais. A localização não é à toa. Passageiros que estão no Embarque Norte, aqueles em conexão internacional, têm livre acesso ao Embarque Sul. Já o contrário não acontece. Se as cabines estivessem instaladas na terminal internacional, os passageiros domésticos não poderiam usufruir do serviço. As cabines, portanto, são para todos. Uma delas, inclusive, é voltada para cadeirantes, com rampa de acesso.

Para comprar o serviço, não tem muito mistério. O cliente se aproxima de uma das quatro cabines e faz toda a transação em um display de LED. Na tela inicial, um boas-vindas e um passo-a-passo ensinando como proceder. Toda a informação é bilíngue: tanto em português, como em inglês. Antes de fazer a compra, a tela lista os valores cobrados, ao lado do período de tempo equivalente. Por uma hora de uso, o cliente paga R$ 49,90.

Como o Siesta Box ainda está em soft opening, esse valor é válido para duas horas. A partir da segunda hora (no caso, a terceira), é cobrada uma taxa de R$ 15 por hora. Depois, preenche-se os dados do e-commerce. Transação aprovada, gera-se um código de acesso. Digitando-o, a porta é liberada. Esse mesmo código, por sua vez, pode ser usado para conectar a rede wi-fi de 30 mb.

Cabine individual do Siesta Box fica no Embarque Sul do Aeroporto do Recife. Foto: Guilherme Veríssimo/DP/DA Press
Por estar em fase de adaptação, o display de LED em que se efetua a compra ainda não aceita pagamento via cartão de débito. O ajuste, no entanto, deve ser para breve. Já o pagamento em dinheiro deve demorar mais um pouco. A ideia dos sócios-fundadores é fazer uma parceria com as lanchonetes do Embarque Sul. Elas venderiam os códigos para os clientes que preferissem pagar em espécie. O projeto ainda não tem previsão de ser colocado em prática.

Internamente, as cabines são equipadas de modo semelhante. O espaço não é tão pequeno quanto parece. Um espelho ajuda a dar uma sensação de amplitude. As persianas reguláveis servem àqueles que querem ver o movimento lá fora. Ao lado da cama de 2 m por 90 cm, um painel de controle atende aos comandos do usuário. Seja para regular a iluminação (são três fontes de luz), seja para acionar o aparelho de TV (a programação é da NET HD). Os símbolos escolhidos para esse painel são universais, a fim de facilitar a interatividade.

O ar-condicionado funciona a contento, podendo ser regulado com controle remoto. Para 110 ou 220 volts, as tomadas de múltiplas entradas são outro diferencial. Se o aeroporto estiver movimentado, um isolamento acústico é garantido pela lã de vidro entre as placas de alumínio da estrutura. O serviço corresponde ao valor pago. Mas embora o Siesta Box esteja em frente aos banheiros administrados pela Infraero, não seria nada mal se a cabine fosse equipada com uma pia para lavar as mãos e refrescar o rosto.

Uma hora na cabine custa R$ 49,90. Por estar em esquema soft opening, o mesmo valor vale para duas horas. Foto: Guilherme Veríssimo/DP/DA Press
Antes de o cliente ter acesso à cabine, uma funcionária da Siesta Box faz uma limpeza completa. Troca lençóis, limpa o ar-condicionado, passa pano nos móveis, lustra o espelho. Encontramos o quarto pronto para uso. Assim que saímos, a mesma funcionária se encarregou de limpá-lo, antes de liberá-lo ao próximo usuário. É ela também a responsável por recepcionar quem chega. Distribui panfletos e esclarece os questionamentos dos interessados.

Quando nosso tempo estava se esgotando, um aviso sonoro foi disparado. Quinze minutos antes de a sessão acabar, uma mensagem em português, seguida por uma versão em inglês, dá o recado. Se o hóspede tiver alguma dúvida, enquanto estiver por lá, pode ligar para o telefone da funcionária, 24h do lado de fora, a postos. O número é o (81) 8491-4328. Encerrando o período pago, os serviços da cabine são automaticamente desligados. Hora de embarcar.
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