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Lista Seis coisas que você só vê no centro do Recife Andar pelos bairros de Santo Antônio, São José e Boa Vista significa entrar em contato com um Recife especial. De pontes, cinema e mercado históricos. Siga o roteiro

Por: Guilherme Carréra

Publicado em: 31/03/2015 09:34 Atualizado em: 14/04/2015 11:42

Para além do Bairro do Recife, a área central da capital pernambucana transpira história e cultura. Os bairros de Santo Antônio, São José e Boa Vista misturam quem passa apressado na correria do cotidiano às pontes que cruzam as ilhas do centro, a um mercado que vende de tudo, a um cinema remanescente da década de 1950 e por aí vai. Diferentemente das residenciais Zonas Sul, Norte e Oeste, o centro é um retrato de onde a cidade começou. Sem esquecer as marcas do presente. O Pernambuco.com selecionou seis passeios imperdíveis para quem quer conhecer melhor o Recife.

As pontes da Veneza Brasileira


O centro do Recife é a casa de belezas diversas. Mas é difícil competir com o Rio Capibaribe que cruza as ilhas do Recife, Santo Antônio e Boa Vista. Cruzando uma ilha à outra, oito pontes históricas são a cereja do bolo dessa paisagem. A Maurício de Nassau reina absoluta. Considerada por muitos a primeira ponte do Brasil, teria sido construída em 1644, durante o Período Holandês. Brigando de igual para igual, a Buarque de Macedo carrega a pecha de ser a mais extensa: 283 metros que ligam a Praça da República à Avenida Rio Branco. A mais famosa delas, no entanto, é a Duarte Coelho. O motivo? Abriga o Galo da Madrugada gigante, responsável por atrair mais de um milhão de foliões durante o carnaval.

Pontes do Recife sobre o Rio Capibaribe. Foto: Hugo Acioly/Turismo Pernambuco/Divulgação
Pontes do Recife sobre o Rio Capibaribe. Foto: Hugo Acioly/Turismo Pernambuco/Divulgação

Os arredores da Praça da República

O bairro de Santo Antônio é um dos mais antigos da capital pernambucana. Pulmão das edificações seculares daquele entorno, a Praça da República mistura ao verde de seu jardim bustos de Francisco do Rêgo Barros, o tal Conde da Boa Vista, e do engenheiro francês Louis-Léger Vauthier, à frente da obra do Teatro de Santa Isabel. Ele, por sua vez, é um dos destaques da área. Inaugurado em 1850, o Santa Isabel recebeu esse nome em homenagem à Princesa Isabel, herdeira do Imperador Dom Pedro II. Não à toa, o Palácio do Governo também passou a ser chamado Palácio dos Campos da Princesa, em uma menção à infante. Ambos, inclusive, estão abertos à visitação pública. A República ainda sedia o Palácio do Tribunal de Justiça de Pernambuco, erguido ao longo da década de 1920.

Praça da República fica em frente ao Teatro de Santa Isabel. Foto: Hugo Acioly/Turismo Pernambuco/Divulgação
Praça da República fica em frente ao Teatro de Santa Isabel. Foto: Hugo Acioly/Turismo Pernambuco/Divulgação

O mercado público mais antigo do Brasil

Megalomania pernambucana de lado, o Mercado de São José, instalado no bairro homônimo, é tido como o mais antigo do país. Com projeto de Victor Lenthier, acrescido de detalhes sugeridos pelo mesmo Louis-Léger Vauthier do Santa Isabel, o prédio foi inaugurado em 1875. É, ainda, considerado o primeiro prédio pré-fabricado em ferro do Brasil. A inspiração veio dos mercados europeus, sobretudo, o de Grenelle, na capital francesa. Hoje, o São José possui 542 boxes, que comercializam de artesanato a peixe frescos. Segundo a Prefeitura do Recife, cerca de 1,3 toneladas de peixe e 400 kg de crustáceos são vendidos semanalmente ali. Embora alguns boxes fechem mais cedo, o local abre de segunda-feira a sábado, das 6h às 18h; e aos domingos e feriados, das 6h às 13h.

Mercado de São José é considerado o primeiro mercado público do Brasil. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press
Mercado de São José é considerado o primeiro mercado público do Brasil. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press

Cinema São Luiz e seus vitrais

Não é exagero chamar o São Luiz de templo do cinema de Pernambuco. Remanescente dos antigos cinemas de rua do Recife, a construção é de 1952. Mas o São Luiz segue a todo vapor. Tombado como patrimônio artístico e cultural pelo Governo do Estado em 2008 e reaberto ao público após uma longa reforma em 2009, o cinema tem programação constante durante o ano. Em outubro, recebe o Janela Internacional de Cinema do Recife, um dos principais eventos cinematográficos do Nordeste. Os vitrais elaborados pela artista plástica Aurora de Lima, discípula do alemão Heinrich Moser, disputam a atenção do espectador com os filmes exibidos. Um painel de Lula Cardoso Ayres também recepciona quem chega à Rua da Aurora, endereço do cinema. A capacidade da sala é para 992 pessoas. Ingressos a R$ 4 (entrada) e R$ 2 (meia).

Cinema São Luiz foi inaugurado na década de 1950. Foto: Helder Tavares/DP/DA Press
Cinema São Luiz foi inaugurado na década de 1950. Foto: Helder Tavares/DP/DA Press

Comércio incansável

Bater perna pelas ruas vem se tornando um hábito cada vez mais raro em uma cidade tomada por shopping centers. O centro do Recife ainda conserva as compras ao ar livre. A Avenida Conde da Boa Vista é a principal. A partir dela, o passante pode percorrer a Rua do Hospício, chegando à Praça Maciel Pinheiro. Perto dali, a Avenida Manoel Borba e as ruas do Aragão, da Conceição e da Imperatriz oferecem de óticas a mobiliário. Próximo ao Mercado de São José, há as ruas Direita, da Praia, das Calçadas, vendendo de aviamentos a vestuário. Por trás da Avenida Dantas Barreto, as ruas Nova, da Palma e da Concórdia vão de sapatos a eletrônicos. Ao microfone, vendedores disputam clientes com a potência da voz.

Comércio de rua do centro do Recife tem de tudo um pouco. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press
Comércio de rua do centro do Recife tem de tudo um pouco. Foto: Alcione Ferreira/DP/DA Press

Gastronomia para todos

Orgulhando-se de ser o mais antigo restaurante em atividade no Brasil, o Leite é um clássico. Desde 1882, recebe figuras ilustres em seu salão. De Assis Chateubriand a Alceu Valença, passando por Juscelino Kubitschek e João Câmara. No bairro de Santo Antônio, a cozinha tradicional investe em aves, carnes e frutos do mar, mas o destaque fica com o bolinho de bacalhau da entrada e a cartola de sobremesa. Da porta para fora, opções não faltam. Pelas esquinas, self-service, lanchonetes e padarias. Um duelo entre a Santa Cruz e a Imperatriz seria injusto. As torradinhas amanteigadas da primeira e a pizza de queijo da segunda merecem a sua atenção.

Cartola é a sobremesa que mais sai no Restaurante Leite. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp. DP/DA Press
Cartola é a sobremesa que mais sai no Restaurante Leite. Foto: Maria Eduarda Bione/Esp. DP/DA Press



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