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Notícia de TECNOLOGIA
Corrida Testamos o Uber: Com conforto, sem água e a um preço razoável O serviço de carros funciona somente por aplicativo

Por: Mariana Fabrício - Diario de Pernambuco

Publicado em: 03/03/2016 16:04 Atualizado em: 08/03/2016 16:22

O aplicativo oferece garantia de chegada do carro em cinco minutos e trajeto 100% rastreável.
Foto: Edilson Segundo/DP.
O aplicativo oferece garantia de chegada do carro em cinco minutos e trajeto 100% rastreável. Foto: Edilson Segundo/DP.

O serviço de carros Uber já está em funcionamento no Recife. Poucos minutos após às 14h desta quinta-feira, horário previsto para o início, os carros já apareciam no mapa da Região Metropolitana do Recife. A corrida de teste durou cerca de 18 minutos em um percurso de 4.65 quilômetros. Apesar do conforto, não havia água, bombons e muito menos carregadores à disposição dos passageiros, produtos que são a marca do Uber nas outras cidades em que está funcionando.

Às 14h, a tentativa de chamar um carro foi frustrada, já que não tinham veículos disponíveis. Quinze minutos depois, um veículo próximo foi localizado. No entanto, o serviço de geolocalização, pelo qual o aplicativo identifica o local em que o passageiro está, não funcionou bem. Identificando que eu estaria em Boa Viagem, o motorista foi para lá me buscar e foi cobrado o valor de R$ 6 pelo cancelamento da corrida. Esse erro pode ser frequente, mas nas configurações do aplicativo tem a opção de ressarcimento. Quando selecionada, possibilita a devolução do valor mínimo pago pela corrida não efetuada, no meu caso, R$ 6.

Recife é a mais nova capital a virar campo de batalha para o Uber e os taxistas

Um novo pedido foi feito às 14h35. Desta vez no endereço certo, onde fica localizada a redação do Diario. De imediato o aplicativo informou o nome do motorista, modelo e placa do carro. Um mapa mostra o rastreamento do veículo em direção ao destino desejado e o tempo de chegada, que, nesse caso, foi de cinco minutos. Às 14h42, o carro chegou e fui informada pelo app.

Conferi a placa, entrei no carro, um Honda City prata, e conheci o condutor Marcos Fukahori. Simpático e bem educado, ele recebeu a mim e a editora do Diario, Carolina Santos. Não se importou de conversar conosco sobre sua experiência no Uber. A nossa corrida foi a segunda que Fukahori estava fazendo. Funcionário do Ministério Público e dono da empresa SOS Dirigir, Marcos ensina pessoas a perder o medo do volante.

O condutor Marcos Fukahori tem uma empresa e é funcionário do Ministério Público.
Foto: Mariana Fabrício/DP.
O condutor Marcos Fukahori tem uma empresa e é funcionário do Ministério Público. Foto: Mariana Fabrício/DP.

Vendo poucos alunos aparecerem na sua empresa "por conta da crise", como justificou, ele decidiu se candidatar a uma das 200 vagas de motorista que o Uber ofereceu no Recife. Ele conheceu a empresa pelas redes sociais e agarrou a oportunidade de conseguir uma renda extra. O carro dele está avaliado em 70 mil. "Comprei esse carro e aqui posso ganhar um dinheiro extra pra ajudar a pagar o finaciamento. A crise está braba. Aqui posso trabalhar durante o tempo de que tenho livre. É um serviço fácil, online e que oferece segurança", defende.

Ao conversar sobre a polêmica com os taxistas, Fukahori disse que não tem medo de retaliações e que até pensou em seguir a profissão. A empresa evitou identificar os carros para não haver represália. "As pessoas não entendem como o Uber funciona. É um serviço diferente do táxi. Tanto o motorista, como o passageiro são avaliados. Se eu ganhar menos de cinco estrelas já começam a aparecer menos corridas para mim", conta.

Segundo Fukahori, foi informado nas orientações da companhia que o valor bruto recebido por semana é de R$ 1.200 rodando cinco dias de seis a oito horas. Sendo que todos os gastos com serviços e produtos extras, como água, carregador e, inclusive, a gasolina é pago pelo condutor.

Foram 4.65 quilômetros percorridos em 18 minutos.
Foto: Reprodução/Uber.
Foram 4.65 quilômetros percorridos em 18 minutos. Foto: Reprodução/Uber.

Após o percusso pela área central do Recife, voltamos para o endereço da redação do Diario e, quando Marcos finalizou a corrida, recebi um aviso para fazer avaliação. O recibo foi enviado para meu e-mail informando os locais de origem e destino. A tarifa base cobrada foi de 2,50, própria da categoria Uber X e o total somou R$ 10,91. O quilômetro saiu por R$ 1,15 e o minuto, R$ 0,17.

Todo o trajeto foi rastrado e para usar o serviço é preciso baixar o aplicativo Uber, que está disponível para os smartphones Android, iOS e Windows Phone. Ao abrir, é precido fazer um cadastro ou utilizar as contas do Google e do Facebook para entrar. Logo depois uma aba será aberta para o preenchimento dos dados do cartão de crédito, no qual os pagamentos serão efetuados. Não é possível pagar com dinheiro ou cartão de débito.

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