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O exemplo utilizado na pesquisa. Foto: MIT/Reprodução |
Nas redes sociais, tudo aquilo que repercute entre nossos amigos passa a impressão de ser algo comum ao restante dos usuários. Na verdade, isso é um paradoxo. Essa sensação de achar que um acontecimento restrito à poucas pessoas é um fato corriqueiro para qualquer um é chamada de “ilusão da maioria”, em um estudo dos cientistas da Universidade do Sul da Califórnia.
A pesquisa analisou o comportamento das pessoas que acreditam que tudo o que acontece na sua rede de amigos é um reflexo do resto da rede social. Os cientistas descobriram que se guiar pelos contatos do seu perfil não é tão confiável quanto parece. Para provar sua tese, recorreram à um exemplo simples.
Em dois diagramas diferentes, 14 círculos foram ligados formando uma pequena rede social. Três círculos foram pintados e os círculos ligados a eles por um só passo foram e contados. Na primeira simulação, os círculos não coloridos “vêem” mais da metade de seus vizinhos coloridos. Já na segunda, nenhum dos não coloridos passa pelo mesmo. Mas a estrutura da rede é a mesma nos dois casos. A única coisa que muda são os círculos que estão coloridos.
A “ilusão da maioria” ocorre quando os círculos mais populares, ou com maior número de ligações, são os coloridos, passando a impressão de que um fenômeno específico é algo global, sendo na verdade uma ocorrência rara. Esse acontecimento pode fazer o indivíduo acreditar em algo que não é verdade, na existência de uma maioria que não é maioria.
Pensamentos como “não acredito que o candidato 1 ganhou a eleição, já que todo mundo no meu perfil votou no candidato 2”, são provocados por essa ilusão. Analisando blogs e redes de cunho político, por exemplo, os cientistas descobriram que 60% a 70% dos “círculos” terão vizinhos ativos, mesmo que só 20% dos círculos estejam coloridos.