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Na Campus Party 2015, programadoras e meninas gamers abrem espaço para Tecnologia da Informação e ativismo Free Software. (Foto: Mike Torres/Esp. DP/D.A Press) |
A edição 2015 da Campus Party Recife mostra que mais e mais as mulheres, por direito, têm conseguido um maior espaço num ambiente que costumava ser predominantemente masculino. As bancadas das iniciativas potiguares Code Girl e Meninas Também Jogam ficam num local meio escondido, por vezes passam despercebidas, mas também chamam a atenção pelas equipes completamente femininas.
Tainá Medeiros, 27 anos, é uma das representantes do Meninas Também Jogam. Em sua primeira Campus Party, a professora do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) diz que a receptividade da cidade e do evento em relação aos projetos a atraíram muito. "A galera tem parado para conhecer, tem interagido bastante, isso é gratificante".
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Tainá conta que o pessoal tem parado para conhecer, tem interagido bastante com ela na Campus Party. (Foto: Mike Torres/Esp. DP/D.A Press) |
O Meninas Também Jogam surgiu como uma proposta de incentivo às mulheres para que elas se interessem pelo mundo gamer e por tecnologia em geral. Outra luta do projeto é contra a evasão no mundo acadêmico da Programação e da Tecnologia da Informação. "Fazemos isso através do desenvolvimento de games. As mulheres representam 49% dos gamers, então por que essa metade não pode também desenvolver, além de jogar? O movimento cresceu e já tem duas outras vertentes. Uma é levar a programação para as escolas; também temos levado jogos como material didático para auxiliar no ensino das crianças", ressalta Tainá.
De acordo com Nayara Rocha, do Code Girl, a causa das mulheres no mundo gamer e de T.I. é mundial. Aos 25 anos, a estudante de Análise e Desenvolvimento de Sistemas no IFRN está em sua terceira Campus Party. Ela conta que atua como desenvolvedora web em uma startup no Rio Grande do Norte e que a atual edição da Campus tem sido bem marcante pelo alto número de pessoas interessadas no projeto.
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Nayara explica a proposta do Code Girl em sua terceira participação na Campus Party. (Foto: Mike Torres/Esp. DP/D.A Press) |
Nayara afirma que, apesar da alta na procura, a quantidade de mulheres programadoras e desenvolvedoras poderia ser ainda maior. "Por isso existem projetos, assim como o Code Girl, feitos para estimular a participação feminina. Queremos divulgar isso, que o campo de T.I. não é apenas desenvolvimento, tem uma área bem mais vasta e queremos atraí-las".
O Code Girl, segundo Nayara, é uma criação da professora Cláudia Ribeiro, do IFRN, e surgiu para estimular meninas do Ensino Médio a se interessarem pela área. "A gente reuniu um grupo de meninas de uma escola estadual para ensinar a parte de programação, de construção de sites e aplicativos. A partir daí, quisemos também fazer uma ação que focasse em meninas que já estivessem dentro do curso, para mostrar melhor como é o mercado de trabalho", conclui.
Free Software e programação como novas palavras-chave em PernambucoValéria Barros, 21 anos, é programadora e ativista
free software. Ela veio de Goiás e tem se surpreendido com a cidade e com o ambiente da Campus Party 2015, em sua primeira participação. Voluntária na Comunidade Mozilla - empresa criadora do navegador Firefox -, ela conta que é a segunda vez que vem para Pernambuco. Segundo ela, é um público muito diferente dos outros. É grande a receptividade do pernambucano em relação ao software livre.
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A goiana Valéria admira o grande potencial sobre Free Software que existe em Pernambuco. (Foto: Mike Torres/Esp. DP/D.A Press) |
"É um mercado grande, de muito potencial. É interessante porque há um bom nível de debate sobre o
free software. Os eventos aqui são enormes, apesar da pouca quantidade, e têm um impacto grande no Nordeste inteiro. Há também bastante curiosidade sobre a área, é muito bacana", assegura.