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Notícia de TECNOLOGIA
Build Microsoft aposta em ambiente integrado para conquistar desenvolvedores Em evento realizado em São Paulo, companhia mostra ferramentas dos novos sistemas para programadores e empreendedores

Por: Correio Braziliense

Publicado em: 21/05/2015 17:03 Atualizado em:

Foto: Tobias Schiwarz/ AFP Photo.
Foto: Tobias Schiwarz/ AFP Photo.

São Paulo - A Microsoft tem apostado todas as fichas no potencial dos novos ambientes em torno da plataforma Windows 10. Mas, para que o sucesso do sistema aconteça, a empresa tem dado atenção especial para os desenvolvedores. Prova disso é a promoção de eventos próprios para esse público.

O mais importante deles, o Build, deixou de ser realizado apenas nos Estados Unidos e conta com edições em 26 países neste ano, inclusive no Brasil. O Tecnologia esteve em São Paulo, onde o evento aconteceu nesta quinta-feira, para trazer as novidades para o mercado de programadores e empreendedores.

Um sistema integrado

Uma das maiores dificuldades da Microsoft com a versão 8.1 do Windows foi, justamente, atrair desenvolvedores, principalmente para as versões mobile da plataforma, uma vez que o mercado desse segmento ainda é dominado por Android e iOS, da Google e da Apple, respectivamente.

A estratégia para que esse obstáculo não atrapalhe os planos do Windows 10 é unificar ambientes e linguagens, de forma que não seja preciso criar projetos totalmente independentes para as plataformas diversas do sistema. E essa foi a grande tônica das apresentações do Build Tour de São Paulo.

A primeira palestra foi do gerente de programas Pete Brown, que, vestido de árbitro de futebol - o evento foi realizado em um estádio - trouxe algumas mudanças nos novos produtos da empresa.

O primeiro a ser mostrado foi o Windows 10, com funções novas, como reconhecimento facial para inicialização, central de notificações e recomendações de apps. Mas a ideia de integração maior entre plataformas e aparelhos se iniciou na apresentação pelo Continuum, ferramenta que permite transformar qualquer tela em uma extensão do aparelho utilizado. Na prática, ao conectar um smartphone ou um tablet a um monitor ou televisão, o usuário passará a ter uma experiência basicamente igual a de um computador.

A seguir Brown mostrou a unificação da Windows Store, loja virtual da companhia, que será integrada com outros dispositivos. Assim, será possível checar apps e programas para celulares, tablets, computadores e videogames, além de oferecer serviços específicos para desenvolvedores, como medição de resultados, mediação entre empresas e anunciantes e respostas diretas a reviews.

Outro ponto ressaltado pelo palestrante foi o Universal Windows Plataform, que, como o nome indica, ressalta a abrangência da plataforma. Segundo Brown, será mais simples para os programadores e designers desenvolverem seus projetos para as mais diversas plataformas, seja mobile, videogame, computador ou mesmo para a chamada internet das coisas.

Para isso, o sistema conta com a possibilidade de se adaptar a diversas linguagens, como C#, HTML, Javascript, CSS e DirectX, não sendo preciso escrever códigos diferentes para cada dispositivo ou sistema.

Novo navegador

Como prova das mudanças profundas que o novo sistema trará, a Microsoft deu fim ao Internet Explorer, dando lugar ao novo navegador, o Edge.

No evento, a missão de apresentar as melhorias em relação à versão passada foi dada ao especialista em plataforma web da empresa Jeff Burtoft. A primeira característica apresentada por Burtoft foi o potencial de desempenho do navegador. Foram mostrados dois testes de benchmark, o JetStream, da Apple, e o Octane, da Google. Em ambos, a performance do Edge se mostrou superior aos concorrentes Firefox e Chrome. A intenção é quebrar a imagem de browser lento, deixada pelo Explorer.

Outras ferramentas foram apresentadas, como a visualização de sites frequentes, as recomendações de apps, a personalização de notícias e a possibilidade de extensões em HTML e Javascript.

E, mais uma vez, o ideal de integração foi colocado em questão. Entre as novidades, está a possibilidade de levar web apps e sites para a Windows Store, de modo que os desenvolvedores possam ter acesso a feedbacks dos programas e páginas. Além disso, o navegador possibilitará a comunicação direta com outros devices.

Para exemplificar essa simbiose, Burtoft apresentou um jogo online para pilotar avião, o qual o próprio palestrante jogou com o teclado do computador, com um joystick do Xbox e, mesmo com um wearable, mostrou que a adaptação dos equipamentos será dada de forma mais fluida e simplificada. Um mesmo código, por exemplo, usado no web server, leva a mudanças imediatas no aplicativo web, ou para mobile ou Xbox.

Adaptar para conquistar

A estratégia de tentar dominar os mercados usando plataformas exclusivas parece não ter dado tão certo para a Microsoft, especialmente no segmento mobile. Assim, a ideia agora é tentar agradar aos desenvolvedores já acostumados com outras ferramentas e sistemas. O exemplo mais claro é a possibilidade de usar códigos para aplicativos Android e iOS diretamente no Windows 10, além de outras linguagens, como C++ e Java.

Dessa maneira, espera-se que os desenvolvedores se sintam mais motivados a levar seus projetos e produtos para o ambiente da Microsoft.

Grupo Diario de Pernambuco