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Em abril de 1965, o engenheiro norte-americano Gordon E. Moore fazia uma afirmação audaciosa: a cada ano, um circuito integrado dobraria seu número de componentes. Na época em que publicou o famoso artigo no qual mudou o modelo de desenvolvimento dos computadores comerciais para sempre, o engenheiro era diretor de pesquisas da Fairchild Semiconductor, a empresa responsável pela criação da tecnologia que ele acreditava estar à beira de um desenvolvimento explosivo.
“O futuro dos eletrônicos integrados é o futuro dos próprios eletrônicos”, escreveu na abertura de seu artigo. “Circuitos integrados levarão a maravilhas como computadores domésticos ou, ao menos, terminais conectados a um computador central; controles automáticos para automóveis; e equipamentos de comunicação portáteis. O relógio eletrônico de pulso precisa apenas de um display para ser realizável hoje”, antecipou há 50 anos, com impressionante precisão.
Naquele tempo, um circuito integrado era uma novidade e oferecia o poder computacional de 64 transistores. Moore acreditava que, graças à miniaturização, num período de 10 anos, o total de componentes poderia chegar a 65 mil. Em 1975, porém, os computadores vendidos pela Intel (fundada pelo engenheiro) alcançaram a medida de 32 mil transistores, uma diferença de 50% em relação ao número esperado, o que levou a uma revisão da lei, prevendo o crescimento exponencial a cada 18 meses.