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Game Conheça os colecionadores de videogame do Recife Um dos fãs já trocou um iPhone por um PlayStation 4 como prova de que o valor que eles dão vai além do que é pago pelos consoles.

Por: Mariana Fabrício - Diario de Pernambuco

Publicado em: 01/04/2015 15:48 Atualizado em: 08/04/2015 14:59

O grupo se reúne em um estúdio de jogos construído para reunir todos os games. Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.
O grupo se reúne em um estúdio de jogos construído para reunir todos os games. Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.

Relembrar a infância, preservar mais de 40 anos de história dos videogames ou simplesmente por hobby. Esses são alguns dos motivos que incentivam pessoas de várias gerações a se tornarem colecionadores de games. Com a comunicação facilitada por meio virtual, aqui no estado os gamers se unem no grupo "Colecionadores de Games Antigos de Pernambuco", no Facebook. Eles marcam eventos duas vezes no ano para fazer o que mais gostam: jogar!

Há apenas três anos colecionando, o empresário Antonny Marcos, de 33 anos, já possui um acervo de fazer inveja. Com cerca de 100 games, ele passa pelo menos, duas horas diárias aproveitando um estúdio que fez exclusivamente para jogar. "Montei esse espaço ainda quando tinha poucos consoles. Então fui juntado cada vez mais e hoje reúno peças que nem chego a jorgar", confessa Antonny.

E se engana quem pensa que o estúdio de jogos é um ambiente solitário. Membro do grupo de colecionadores do Recife, ele gosta de reunir os amigos para conversar e mostrar as novas aquisições. O autônomo Fernando Filho, 34, tem cerca de 50 peças e também frequenta o estúdio com mais outros dois integrantes do grupo de colecionadores. "Quando a gente está aqui é claro que jogamos, mas também conversamos muito, trocamos ideias sobre outros assuntos. E duas vezes no ano participamos do encontro com os colecionadores de Pernambuco. É sempre no colégio Lions em Dois Irmãos e jogamos o dia todo", conta Fernando.

Antonny reúne cerca de 100 consoles em um estúdio montado em casa. Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.
Antonny reúne cerca de 100 consoles em um estúdio montado em casa. Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.

A maioria dos games são comprados pela internet, em grupos de venda ou sites de compras coletivas. E com a experiência, eles perceberam que o produto estando na caixa, com manual e completo vale muito mais, pois indica conservação. Em alguns casos pode valer até o dobro estando em bom estado e com manual. Por isso, a organização na hora de guardar é fundamental para preservar os itens. Os preços também variam pela raridade e condições que o game se encontra.

O autônomo Thiago Moura, 26, já coleciona há sete anos e tem cerca de 70 peças, entre videogames, controles e outros itens. E ao achar aquele console raro, para quem coleciona há muito tempo, vale a pena investir até bem mais de mil reais. Thiago encontrou o Towns Marty FM Smart, lançado apenas no Japão pela Fujitsu, em 1993. Conservado, ele chegou a custar 4 mil. "Esse foi o mais caro que paguei. A gente percebe que a caixa vale mais que o produto, porque indica que eles está em boas condições. Foi um dos mais difíceis de achar porque não chegou a vender por aqui, então a compra valeu a pena", conta.

A internet e as redes sociais facilitam os colecionadores a encontrarem, além de pessoas com os mesmos gostos, as peças raras e que muitas vezes nunca tiveram condições de comprar. O empresário Esdras Serrano, 38, chegou a trocar um iPhone 5S por um PlayStation 4 no ano passado para completar sua coleção com mais de 112 consoles. "A gente joga desde a infância, então nem sempre podíamos ter o game desejado. E quando ganhei esse iPhone não tinha interesse no aparelho e fiz troca em um grupo de colecionadores", lembra.

Esdras tem um acervo de 112 consoles em casa.Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.
Esdras tem um acervo de 112 consoles em casa.Foto: Joao Velozo/Esp.D.P/DA Press.
Com a facilidade de adquirir as peças desejadas, o colecionismo acaba se tornando também um costume mesmo para quem não tem muito contato com o mundo dos jogos. "Antes o que era visto como um problema se tornou algo 'cult'. Eu percebi um culto aos jogos antigos, onde lembranças e sentimentos nostálgicos invadiram as redes sociais. E devido a esse modismo os preços de itens cresceram exorbitantemente aqui no Brasil", comenta Esdras.

A consequência desse fácil acesso e do crescimento da "cultura geek", como é chamada atualmente, é vista também nos preços. "Pelo Game Gear White eu paguei 330 reais anos atrás. Hoje em dia vale mais de 3 mil. Também tem o Game Cube Panasonic Q. Paguei 850 reais e hoje ele está avaliado em R$ 2 mil", analisa.

Fãs de games antigos, eles dizem não aderirem aos objetos como camisas, miniaturas que figuram a moda inspirada nos games. O que eles gostam mesmo é de ter aqueles consoles que fizeram história e representam além do valor monetário. Para eles, os games antigos são mais duráveis e carregam, diferente da nova geração, os momentos vividas desde a infância.

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