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LIPEDEMA

Como a cirurgia plástica aborda e trata o Lipedema

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o Lipedema como uma doença e a condição crônica foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11)

Publicado em: 19/03/2025 16:38 | Atualizado em: 19/03/2025 16:39

O Lipedema vai muito além de questões estéticas (foto: Julia Larson/Pexels
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O Lipedema vai muito além de questões estéticas (foto: Julia Larson/Pexels )

Uma queixa bastante recorrente e que atinge predominantemente as mulheres tem sido o Lipedema, que afeta cerca de 10% das mulheres na fase adulta. Esse problema apesar de abalar também a autoestima feminina vai muito além de questões estéticas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece o Lipedema como uma doença e a condição crônica foi incluída na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), considerada uma referência global para identificação da categoria.

 

Isso porque quem apresenta essa condição sofre na maioria das vezes com acúmulo de gordura, inchaço, dor, sensação de queimação e manchas roxas, além de hematomas e desconforto ao apalpar a região. Em alguns casos chega a motivar problemas emocionais, uma vez que muitas delas se sentem extremamente inseguras em relação à sua aparência. A pessoa pode, além disso, ter a mobilidade física comprometida devido à sensação de peso ou cansaço nas pernas, o que traz danos significativos à qualidade de vida.

 

Em geral, é recomendado adotar um tratamento multidisciplinar com abordagens desde a mudança na dieta alimentar, a prática de exercícios de baixo impacto, terapia de compressão, drenagem linfática, interrupção de terapias hormonais e procedimento cirúrgico.  Mas, é essencial ressaltar que o Lipedema é uma doença, que pede acompanhamento de especialistas para controle do quadro clínico.

 

O cirurgião plástico André Eyler, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e da American Society of Plastic Surgeons, explica que o Lipedema frequentemente é confundido com excesso de celulite ou obesidade, no entanto essa condição crônica se caracteriza pelo acúmulo anormal de gordura em locais do corpo, como pernas, quadris, joelhos, coxas e até braços. “De modo visível em uma ou mais áreas corporais, o resultado das células de gordura é desencadeado por fatores genéticos e hormonais e associado ainda a problemas circulatórios e retenção de líquidos. Mas, uma alimentação rica em carboidratos, açúcar, carne vermelha e bebida alcoólica costuma agravar ainda mais a situação”, afirma o médico.

 

Segundo o Dr. Eyler, a lipoaspiração tumescente é o procedimento cirúrgico mais  indicado, que viabiliza a retirada das células de gordura anormais.  “A lipoaspiração para tratar o Lipedema não é uma cirurgia de cunho estético, pois o objetivo central é a solução efetiva contra a dor e a tensão na articulação, provocada pela condição física. A intervenção restaura  a mobilidade, porque o compartimento com muita gordura vai acumulando linfa, o líquido que integra o sistema linfático, e o retorno venoso se torna inadequado”, destaca.

 

O especialista diz que em alguns casos é aplicada a lipoaspiração tumescente, uma técnica minimamente invasiva, baseada na infiltração de solução salina com anestésico e adrenalina na região com o lipedema. A solução ajuda a diluir a gordura e facilita desta forma a sua remoção que é feita através de cânulas finas. Pode ser aplicado no estágio inicial, moderado ou avançado  do problema físico, sendo eficaz e duradoura. Além de atuar na questão mais importante: reduzir sintomas como dores, hipersensibilidade e peso nas pernas, o paciente recupera o contorno corporal e permite que elas se sintam mais confortáveis em suas próprias peles.

 

 “O uso também de infiltração anestésica atua proporcionando menor perda de sangue e menos trauma. A resposta endócrino-metabólica ao trauma cirúrgico é inferior, sobretudo pelo bloqueio de transmissão da dor para o cérebro, além do anestésico agir como um importante antiinflamatório. Assim, resulta em redução do edema, dor e desgaste do organismo”, acrescenta o cirurgião plástico.

 

O diagnóstico do Lipedema para a comprovação médica necessita de uma avaliação clínica dos sintomas apresentados. “Os exames de ultrassom e ressonância magnética completam o diagnóstico e a gravidade da condição crônica”, complementa o Dr. Eyler.

 

Serviço:

Instagram @dr.andreeyler

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