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SÍNDROME RARA

Síndrome de Patau: entenda doença que causou morte do filho de Zé Vaqueiro

Arthur morreu aos 11 meses, na madrugada desta terça-feira (9)

Publicado em: 09/07/2024 15:54 | Atualizado em: 09/07/2024 16:08

Zé Vaqueiro com o filho nos braços (Reprodução/redes sociais)
Zé Vaqueiro com o filho nos braços (Reprodução/redes sociais)
Na madrugada desta terça-feira (9), Arthur, filho do cantor Zé Vaqueiro com a influenciadora digital Ingra Soares, morreu com apenas 11 meses. Desde seu nascimento, o bebê estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital por conta de uma malformação congênita, a Trissomia do Cromossomo 13, também chamada de Síndrome de Patau.

A Síndrome de Patau pode ser explicada como uma triplicação no 13º par de cromossomos. Isto é, todo ser humano carrega em si 46 cromossomos, divididos em 23 pares. A síndrome ocorre quando o par de número 13 vem com um cromossomo a mais. 

“Por isso trissomia”, explica o médico geneticista do Real Hospital Português, Diogo Soares. “Dentro desse cromossomo há um excesso de material genético, isso faz com que os bebês tenham várias malformações”, continua. 

O médico explica que as malformações podem acontecer no cérebro, na face (lábio leporino, por exemplo), no coração, no esqueleto, e, até mesmo, com dedos a mais. 

“Normalmente, são quadros muito graves. Mais ou menos metade dos bebês que nascem com o diagnóstico vão a óbito nas duas primeiras semanas de vida. 90% das crianças que sobrevivem vão a óbito até o primeiro ano de vida”, afirma o médico. 

Segundo o médico, não existem estimativas de quantas crianças nascem com a Síndrome de Patau no Brasil, mas no mundo, cerca de uma a cada 10 mil bebês nascem com a trissomia. 

“Sabemos que é uma síndrome que pode acontecer com com mais frequência em mulheres que vão engravidar tardiamente, principalmente depois dos 35 e os 40 anos de idade. Elas têm uma chance maior de que isso aconteça e não tem nenhuma forma de ser evitada. O que pode ser feito é o diagnóstico mais cedo”. 

Como é o diagnóstico da Síndrome de Patau?

O médico afirma que o diagnóstico da Síndrome de Patau pode ser feito ainda nos primeiros meses de gestação. “Então, quando as mamães vão fazer o acompanhamento pré-natal ali com a ultrassonografia, no primeiro trimestre da gravidez, é quando podemos ver se tem alguma malformação no bebê”, comenta. 

Ele continua: “Se vimos que há uma malformação no coração, no rostinho do bebê, a partir daí, podemos fazer um exame em que coletamos o material do líquido amniótico. Esse é o líquido que fica dentro útero, imobilizando o bebê. Dependendo da idade que está a gestação, ou a gente faz uma punção uma coleta desse líquido ou a gente tira o sangue da placenta e faz o exame genético, em que conseguimos contar os cromossomos e saber se há mais cromossomos ou a menos”. 

Caso a síndrome não seja detectada durante a gravidez, ela será detectada no nascimento do bebê, retirando o sangue da criança e fazendo o exame genético.

O médico explica que há também uma terceira forma de fazer o diagnóstico da Síndrome. “Existe um exame mais novo chamado NIPT em que a gente faz um exame de sangue mulher, normalmente ali na décima semana da gravidez. Esse exame separa o DNA da mãe e o do bebê, e faz o teste genético do sangue do bebê. Com isso, a gente consegue muito precocemente fazer a identificação de possíveis síndromes, de Down, Patau, entre outras”, diz. 

Síndrome de Patau tem tratamento?

“Existe uma mortalidade muito alta, principalmente nas duas primeiras semanas de vida, mais ou menos 10% dos casos podem chegar até um ano de idade, nesse período que vai fazer com que os bebês sobrevivam por mais tempo são os cuidados médicos mesmo”, explica o médico. 

Ele explica que o que pode ser feito, em algumas situações, são cirurgias para corrigir algumas malformações e o acompanhamento em UTI.

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