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DIABETES

No Dia Nacional do Diabetes, saiba como a doença pode afetar a pele

No Brasil, cerca de 16,8 milhões de doentes adultos, entre 20 a 79 anos, são notificadas como portadores da patologia

Publicado em: 26/06/2024 11:31

O Diabetes é uma síndrome metabólica, caracterizada pela produção desregulada ou má absorção de insulina (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABR)
O Diabetes é uma síndrome metabólica, caracterizada pela produção desregulada ou má absorção de insulina (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABR)
A Sociedade Brasileira de Diabetes destaca na data que assinala o Dia Nacional do Diabetes que no Brasil cerca de 16,8 milhões de doentes adultos, entre 20 a 79 anos, são notificadas como portadores da patologia, sendo o quinto país em incidência de diabetes no mundo.
 
O Diabetes é uma síndrome metabólica, caracterizada pela produção desregulada ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue, fornecendo energia para a manutenção das células. Além de controlar os níveis de açúcar no sangue, adotar uma dieta equilibrada e saudável, fazer da atividade física uma prática diária, evitar o cigarro e o consumo de bebida alcoólica, é necessário atenção redobrada com a região tecidual, ou seja, a diabetes afeta a pele e o cabelo. Segundo a dermatologia Joana D’Arc Diniz, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Estética e da Sociedade Brasileira para Estudos do Cabelo, a pele extremamente ressecada pode ser um dos principais sintomas visíveis da doença. 
 
“O diabetes pode causar diversos efeitos adversos na pele devido às alterações no metabolismo e na circulação sanguínea. Entre os problemas mais comuns, estão a xerose, que é o ressecamento da pele, levando a coceiras e rachaduras. A neuropatia diabética pode reduzir a sensibilidade, dificultando ainda a percepção de lesões que podem se infectar. Infecções bacterianas, como furúnculos e celulite, são mais frequentes em diabéticos devido ao sistema imunológico comprometido. Também são comuns infecções fúngicas, como candidíase, especialmente em áreas úmidas do corpo”, explica a Dra. Diniz.
 
Além disso, a dermatopatia diabética, caracterizada por manchas escuras e escamosas nas pernas, é outro problema relacionado à doença. “Uma questão agravante ainda é que a cicatrização de feridas é mais lenta, aumentando o risco de complicações. A manutenção do controle glicêmico é essencial para prevenir ou minimizar esses problemas de pele associados ao diabetes”, acrescenta. 
 
A especialista também aponta que o diabetes pode causar infecções, quadro de desidratação e processo inflamatório no organismo, quando está descompensada, assim como a pele fica áspera e ressecada e o cabelo com queda regular. “Esse desequilíbrio glicêmico leva a fragilidade, secura e desidratação da pele. Em casos mais graves, pode resultar em rachaduras, perda de sensibilidade, manchas escuras, micoses e frieiras, cicatrização lenta e o pé diabético”, alerta a dermatologista.
 
Para tanto, é preciso tratar a pele do diabético com substâncias específicas, que potencializam a hidratação em toda a região corporal. A Dra. Diniz diz que os produtos devem ser formados por moléculas oclusivas que impedem o ressecamento, outras que combatem a ação das bactérias e as umectantes, que garantem a hidratação. “São recomendados cremes a base de uréia com concentração 10% para corpo e 20% para os pés. E manter a hidratação do organismo com água potável, até porque as várias micções ao longo do dia para quem precisa controlar a doença levam a um processo contínuo de perda de líquido. Os pés merecem cuidados específicos para prevenir complicações, como higiene adequada e proteção, mantendo também as unhas cortadas regularmente para evitar infecções na região. Caso ocorra, o tratamento deve ser adotado o mais rápido possível, sendo necessário controlar os níveis de glicose no sangue para manter a saúde, prevenir infecções e outras complicações. E os cuidados com a pele e os cabelos devem ser feitos com acompanhamento médico”, afirma.
 
É recomendado ainda evitar banhos muito quentes e prolongados, que favorecem o ressecamento e inspecionar a pele diariamente em busca de cortes, bolhas ou feridas, especialmente nos pés, para detectar problemas precocemente. Usar roupas e calçados confortáveis, que não causem atrito, também é importante.
 
E o diabético pode realizar tratamentos estéticos? 
 
A dermatologista esclarece que não há restrições quanto à realização de tratamentos, desde que a glicemia esteja sob controle. Caso contrário, os riscos de infecção são maiores e o processo de cicatrização fica prejudicado, o que pode comprometer o resultado efetivo do procedimento.
 
Já com os cabelos, os folículos pilosos não recebem oxigenação adequada e aporte de nutrientes, devido ao estreitamento dos vasos sanguíneos, consequência da resistência a insulina. O resultado negativo é a queda regular e o crescimento comprometido. E a liberação de citocinas inflamatórias, agrava a queda capilar e alopecia areata. “O cabelo está intimamente relacionado com a autoestima, podendo influenciar no controle da doença. Além da queda capilar e as feridas no couro cabeludo, os portadores podem desenvolver vários tipos de infecções. O desequilíbrio hormonal da doença prejudica o sistema circulatório, levando a morte do fio por deficiência nutricional”, assegura.  

Sendo assim é preciso adotar cuidados essenciais ao lavar o cabelo visando evitar ferimentos. Como a doença deixa a pessoa mais vulnerável a bactérias e fungos, não devem ser compartilhados escovas e pentes, não usar boné e nunca dormir com o cabelo molhado. A tintura no cabelo e os procedimentos químicos devem ser recomendados somente pelo médico, responsável pela avaliação do estado da saúde capilar.
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