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Verão requer alguns cuidados com a pele

Publicado: 29/11/2021 às 09:00

/Dermatologista Iana Costa alerta para o cuidado com frieiras, micoses e infecções bacterianas na estação mais quente. Foto: Arquivo Pessoal

/Dermatologista Iana Costa alerta para o cuidado com frieiras, micoses e infecções bacterianas na estação mais quente. Foto: Arquivo Pessoal

No período do verão, se torna mais comum utilizar menos roupas e, consequentemente, deixar o corpo mais exposto ao sol, devido ao calor. Além do sol, o indivíduo acaba tendo mais contato, nessa época, com o mar, areia, e também com algumas substâncias que podem ser nocivas para a sua pele. Devido a essa maior exposição, se torna necessário tomar algumas medidas de prevenção, para que esses problemas não se desenvolvam e gerem, em seguida, uma doença de pele.

A médica dermatologista, do Hospital das Clínicas (HC – UFPE), e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), Iana Costa, comenta sobre as doenças de pele mais recorrentes de serem desenvolvidas durante o verão. “No verão, é comum o aumento do número de casos de micoses, frieiras e infecções bacterianas de pele. O calor, o suor e a umidade favorecem a proliferação de fungos e bactérias, levando ao surgimento dessas doenças. Também aumentam, neste período, os casos de outras irritações na pele, como é o caso das brotoejas, alergias de contato e queimaduras solares”.

Ao longo dessa estação, é recomendado que se pratique alguns cuidados específicos, como é o caso de se aplicar diariamente um protetor solar, tomar mais água, utilizar roupas mais frescas, assim como também evitar os horários considerados de pico, no que diz respeito à exposição solar, que correspondem das 11h até as 16h. A dermatologista Iana Costa reforça essas precauções. “Algumas medidas podem ajudar a evitar essas doenças, como preferir ambientes frescos e ventilados, evitar permanecer com roupas molhadas, usar roupas leves e de algodão, evitar roupas de tecido sintético, manter a higiene adequada do corpo e enxugar adequadamente as áreas de dobras e espaços entre os dedos dos pés”, afirma.

Doenças de pele como micose, fitofotodermatose e miliária são bastante comuns de serem concebidas no corpo humano, nessa temporada em que o sol está em maior evidência. A médica dermatologista, que atende nas áreas de clínica, cirurgia e estética, pelo Prontoatendimento da Pele – Prontopele, Renata Ataide, discorre a respeito dessas patologias e das formas de prevenção e combate ás mesmas.

“Na época do verão, lidamos com condições exacerbadas de calor e com ele, a retenção do suor e umidade na pele, sobretudo em áreas de dobras, como axilas, virilhas e abaixo dos seios. Os fungos causadores da micose podem ser passados de pessoa para pessoa, por meio de objetos contaminados, como sapatos e toalhas e podem acometer, além da pele, cabelos e unhas. Quanto maior a umidade corporal, maior é a multiplicação desses fungos e maior o risco de contágio”, descreve Renata.



Sobre a fitofotodermatose e miliária, a dermatologista Renata Ataide explica: “A fitofotodermatose é uma lesão muito prevalente na época de verão. É uma dermatite provocada pela combinação da manipulação de determinados tipos de alimentos, principalmente frutas cítricas e a exposição solar. Um exemplo clássico é o uso do limão nas praias para o preparo de coquetéis e drinks que, ao entrar em contato com a pele sob o sol, pode provocar lesões semelhantes a queimaduras, podendo deixar manchas escuras na pele, que se tornam irreversíveis. Já sobre a miliária, ou popularmente conhecida como brotoeja, é muito comum em crianças e bebês, mas também pode ocorrer em adultos submetidos à temperatura quente e úmida. Ocorre devido à obstrução da saída do suor na pele, com retenção nas camadas mais abaixo da pele”.

Respectivamente, a dermatologista Renata fala sobre os cuidados que devem ser tidos para que essas doenças sejam evitadas. “Para prevenção das micoses é fundamental evitar a umidade no corpo, secando bem as áreas de dobras, como virilhas, axilas e entre os dedos dos pés. O cuidado que deve ser tido para se evitar a fitofotodermatose é, sobretudo, o de não manipular alimentos cítricos sob o sol. Caso precise manipular, sempre lavar bem as mãos com água corrente e sabão neutro. O tratamento e prevenção da miliária é feito com o resfriamento e secagem das áreas acometidas, devendo se evitar condições que levem ao aumento do suor”, conclui.

Paralelamente a atenção que deve ser dada para as doenças de pele mais comuns de serem desenvolvidas no verão, outra importante questão a ser observada é a recente, e também recorrente, misteriosa lesão na pele, com sintomas de coceira, que vem ocorrendo em diversas cidades do Grande Recife. “Em relação a esses novos casos de lesões de pele associadas à coceira, ainda não se tem uma causa definida. Está em processo de investigação. Como os casos estão muito concentrados em algumas áreas restritas da Região metropolitana do Recife, é pouco provável que estejam relacionados apenas ao clima. É possível estarem relacionados a agentes como ácaros, vírus, causas alérgicas, entre tantas outras. Vale lembrar que o calor e o suor podem contribuir para piorar a coceira. Então, é importante orientar quanto ao uso dessas medidas para amenizar o calor e o suor, o que vai ajudar a aliviar a coceira desses pacientes”, frisa a dermatologista Iana Costa sobre o assunto.

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