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ADENOIDE

Adenoide pode provocar dificuldade de respirar, ronco e otite

Publicado em: 02/08/2021 07:30 | Atualizado em: 02/08/2021 09:21

Maria Eduarda Rocha, 23 anos, universitária, está se preparando para fazer a cirurgia de desvio de septo e rinoplastia funcional. (Foto: Acervo pessoal)
Maria Eduarda Rocha, 23 anos, universitária, está se preparando para fazer a cirurgia de desvio de septo e rinoplastia funcional. (Foto: Acervo pessoal)
Dificuldade para respirar pelo nariz, respiração bucal, roncos, otites, dificuldade para falar, crises de sinusites, inflamação e alergias podem resumir a vida de pessoas que convivem ou já se operaram de adenoide. O problema é causado pelo crescimento irregular de um tecido mole que fica localizado atrás do nariz, e pode ser percebido na infância entre os dois até os cinco anos de idade.

A hipertrofia causada pela adenoide, na rinofaringe, também pode causar uma inflamação que é chamada de adenoidite, podendo ser viral ou bacteriana. "O aumento da adenoide que vai intensificar os sintomas. De maneira geral, a rinofaringe é um local onde existem várias colônias de bactérias que podem favorecer o aparecimento de otites e sinusites", explica o Dr. Claydson Oliveira, especialista em Otorrinolaringologia. 
 
Dr. Claydson Oliveira, especialista em Otorrinolaringologia. (Foto: Acervo pessoal)
Dr. Claydson Oliveira, especialista em Otorrinolaringologia. (Foto: Acervo pessoal)
 

É possível que se a adenoide não se desenvolveu durante a infância provavelmente não vá aparecer durante a fase adulta. A hipertrofia que é causada pelo tecido irregular é genética. E se a criança apresentar o problema e passar pelo procedimento cirúrgico muito cedo, é possível que a carnosidade volte a crescer. Por ser um fator hereditário, o mesmo pode acontecer aos adultos. Em alguns, os adultos ou crianças que passaram pela reparação cirúrgica podem desenvolver a hipertrofia novamente.

"Ele respirava muito mal, para dormir era um sacrifício, roncava muito e na maioria das vezes ficava com a garganta muito irritada, por conta da apneia", diz a advogada Paula Ortiz, de 37 anos, mãe de Francisco, de 12 anos, que operou há um ano as amígdalas, adenoides, septo nasal e cornetos nasais. Todos os problemas que o garoto apresentou tinham algo em comum: a respiração. 
 
Francisco Ortiz, de 12 anos, operou há um ano as amígdalas, adenoides, septo nasal e cornetos nasais. (Foto: Acervo pessoal)
Francisco Ortiz, de 12 anos, operou há um ano as amígdalas, adenoides, septo nasal e cornetos nasais. (Foto: Acervo pessoal)
 

Assim como Francisco, quem sofre dos problemas causados pela adenoide pode se predispor a outras doenças ou condições, que envolvem a respiração ou não. O problema se torna uma condição facilitadora. O menino chegava a acordar assustado com os roncos, isso o prejudicava até na escola por não conseguir dormir o suficiente para repor as energias. "Antes ele acordava com muita frequência e hoje ele dorme direito, isso mudou a relação dele com os estudos. As professoras me relatavam que ele chegava muito cansado na sala de aula", afirmou a mãe de Francisco.

Três cirurgias trouxeram o alívio 

A servidora pública, Simone Souza, de 45 anos, sempre foi uma criança muito alérgica e por tomar tantos remédios as suas amígdalas foram prejudicadas. Sempre convivendo com crises, percebeu que tinha algo errado e começou a procurar uma solução para resolver o problema. Com o diagnóstico, ela teve que operar as amígdalas, septo nasal e sinusite crônica. Apesar de ainda sofrer um pouco no ambiente mais frio, ela só tem a comemorar com o alívio trazido pela intervenção.
 
A servidora pública, Simone Souza, de 45 anos, sempre foi uma criança muito alérgica e por tomar tantos remédios as suas amígdalas foram prejudicadas.  (Foto: Acervo pessoal)
A servidora pública, Simone Souza, de 45 anos, sempre foi uma criança muito alérgica e por tomar tantos remédios as suas amígdalas foram prejudicadas. (Foto: Acervo pessoal)
 

"Com a cirurgia eu passei a respirar melhor, mas ainda com a frieza eu fico congestionada mas nada comparado como antes. Se eu soubesse, teria feito essa cirurgia muito antes, a minha qualidade de vida aumentou", afirmou.

"As amígdalas são relacionadas com a adenoide, ambas fazem parte do sistema linfoide que tem a função de secretar as imunoglobulinas que são as células de defesa do nosso corpo. Muitas pessoas confundem, mas as amíglas estão na garganta. No pescoço estão os linfonodos cervicais conhecidos como landras ou ínguas. Elas também indicam a presença de infecções ou tumorais", explicou Dr. Claydson Oliveira. 

Em alguns casos, durante a cirurgia para a retirada das adenoides alguns outros procedimentos podem ser associados, como a remoção das amígdalas. A universitária Maria Eduarda Rocha, 23 anos, também está com problemas na respiração e já chegou a operar a adenoide quando estava com cinco anos de idade. Hoje ela se prepara para fazer uma nova intervenção, a de desvio de septo nasal e rinoplastia funcional, por não ter boa abertura na narina. "Quando eu era criança e estava dormindo no meu quarto, com a porta trancada, a minha família escutava o meu ronco da área social do prédio em que eu moro", disse Maria Eduarda.

Maria, que também é atleta e joga futebol desde os cinco anos de idade, revela que isso a ajudou na condição da respiração, que antes era mais complicada. "Mas nunca permiti que isso me atrapalhasse, eu sempre dei o meu máximo mediante as condições que eu tinha. É muito psicológico também, você deve ter calma para alinhar isso a sua capacidade", contou.

A atleta conta ainda que tem frequentes dores de cabeça e isso está aliado à falta de oxigenação do cérebro, atrapalhando na questão da concentração, rendimento e desempenho de qualquer atividade.
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