O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) defende a permanência da União Progressista na base da governadora Raquel Lyra (PSD). A sigla é resultado da fusão entre o PP e o União Brasil e, em Pernambuco, o controle estadual do partido ficará a cargo do grupo de Lula da Fonte.
"Naturalmente, tanto eu, quanto o deputado federal Eduardo da Fonte (pai de Lula da Fonte), o presidente da federação em Pernambuco, iremos defender a manutenção da federação no palanque da governadora Raquel Lyra”, enfatizou Lula da Fonte em entrevista ao DiarioCast, o podcast do Diario de Pernambuco.
Ainda de acordo com o deputado federal, “qualquer (candidato a) governador irá querer a Federação no palanque”. “Mas tanto eu quanto o deputado Eduardo defendemos manter o apoio à governadora Raquel Lyra, que vem fazendo um brilhante trabalho de reconstrução no estado de Pernambuco”, complementou.
No cenário político pernambucano, enquanto o PP, ligado aos da Fonte, faz parte da base de apoio de Raquel Lyra; o União Brasil, controlado pelo grupo dos Coelhos, com o representante local sendo o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, apoia a base do atual prefeito do Recife, João Campos (PSB).
Lula da Fonte ponderou, no entanto, uma possível mudança política, e salientou que a decisão final será no ano das eleições. “A gente vai sentar na mesa no momento oportuno, buscar conversar com as lideranças, conversar com Miguel Coelho, que é uma liderança importante do estado de Pernambuco, e que sua voz deve ser respeitada”, enfatizou.
Força no Congresso Nacional
A União Progressista, segundo Lula da Fonte, já chega com bastante força no Congresso Nacional, contando com 108 deputados federais. Segundo ele, a legenda já está se preparando para montar uma chapa proporcional forte nas eleições do próximo ano, com expectativa de eleger 30 deputados, entre estaduais e federais. “A prioridade da federação é montar uma chapa proporcional competitiva que, não tenho dúvidas, irá eleger mais de dez deputados federais e mais de 20 deputados estaduais”, destacou.
Prioridades nacionais
Sobre a atual conjuntura da Câmara de Deputados, Lula da Fonte considera a CPI do INSS - referente à denúncia da fraude bilionária - e os julgamentos do golpe de 8 de janeiro, temas menos relevantes do que questões como a inflação no Brasil. “Eu vejo a CPI de forma importante, a gente tem que buscar investigar, elucidar os fatos, mas que isso não seja a ordem do dia no Congresso Nacional porque a gente tem pautas importantes. A inflação, o juros, a 14% e 25%; a gente tem 116 milhões de brasileiros em situação de insegurança alimentar, então a gente tem que buscar dar voz a esses problemas do país.”
Sobre as discussões da Anistia, o deputado federal questionou a penalização dos envolvidos. “Na minha opinião, a questão do ocorrido nos atos de 8 de janeiro é um tema importante, mas eu acredito que, assim como eu, o povo brasileiro não aguenta mais essa discussão. A gente tem que vencer essa pauta, tem que passar para outras pautas importantes”, declarou, ressaltando ainda que houve excessos nos julgamentos dos envolvidos no ato. “Em relação à dosimetria da pena, a gente viu aquela questão da moça do batom, que pichou a estátua, na minha opinião, ela devia responder por dano ao patrimônio público e não por uma tentativa de golpe”, concluiu o deputado.