CÚPULA DA AMAZÔNIA

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação anuncia R$ 3,8 bi para a Amazônia

Recursos do programa Mais Ciência serão destinados, até 2026, aos setores de infraestrutura de pesquisa, apoio à inovação e segurança alimentar

Publicado em: 09/08/2023 15:00

 (Foto: Luara Baggi/Divulgação)
Foto: Luara Baggi/Divulgação
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), anunciou o investimento de R$ 3,4 bilhões, por meio do programa Mais Ciência, na Amazônia, recursos que serão disponibilizados entre 2024 e 2026. O anúncio foi feito pela ministra no Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém (PA), e faz parte da agenda do governo federal para a Cúpula da Amazônia, iniciada ontem (8).

O evento conta com a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos demais chefes de Estado e representantes dos oito países que integram a OTCA, organização criada em 1978 e que estava há 14 anos sem uma reunião. Formada por Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, a OTCA forma o único bloco socioambiental da América Latina.

De acordo com a ministra, os recursos serão investidos para recuperar e consolidar a infraestrutura de pesquisa; aperfeiçoar os sistemas de monitoramento da Amazônia; apoiar a inovação e o desenvolvimento de cadeias produtivas; ampliar a segurança alimentar; expandir a conectividade e promover a capacitação digital; atrair e fixar pesquisadores; e preservar os acervos.

“O ministério quer contribuir ainda mais para a implementação de políticas públicas e investimentos que gerem resultados concretos para as populações que vivem na Amazônia. Nesse sentido, anunciamos um robusto programa de investimentos em ciência, tecnologia e inovação para a região amazônica”, disse Luciana Santos.

O Pró-Infra receberá R$ 700 milhões para equipar, ampliar e modernizar os laboratórios e infraestrutura de pesquisa de universidades e institutos de ciência e tecnologia. Também serão destinados R$ 800 milhões para apoiar a inovação em áreas estratégicas para a reindustrialização em novas bases tecnológicas e sustentáveis, além de R$ 550 milhões no desenvolvimento de novos satélites de sensoriamento remoto para monitoramento da Amazônia, entre eles, o CBERS 6, cuja tecnologia SAR permite o monitoramento em qualquer condição climática, o que é fundamental para a Amazônia.

“Cito ainda o investimento de R$ 500 milhões no Pró-Amazônia, um programa que criamos para gerar conhecimento sobre a diversidade biológica e para o desenvolvimento de tecnologias e atividades econômicas inovadoras na perspectiva da exploração sustentável das riquezas naturais da região”, acrescentou a ministra.

Outros recursos serão destinados para a expansão e interiorização das infovias e para a capacitação digital em escolas e comunidades vulneráveis; para a repatriação de talentos; e para a digitalização e preservação de acervos.

Declaração de Belém
O presidente Lula afirmou ontem que a Declaração de Belém, a ser adotada pelos chefes de Estado dos países amazônicos, será um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Em discurso, Lula disse que as soluções passam pela ciência e pelos saberes produzidos na região.

“A declaração presidencial desta cúpula mostra que o que começamos em Letícia e agora consolidamos em Belém não é apenas uma mensagem política: é um plano de ação detalhado e abrangente para o desenvolvimento sustentável na Amazônia”, afirmou

O governo federal ainda se comprometeu em zerar o desmatamento até 2030. E, para isso, irá apostar em uma transição econômica para a região, baseada na industrialização e infraestrutura verdes, na sociobioeconomia e nas energias renováveis. Também haverá o fomento à restauração de áreas degradadas e à produção de alimentos, com base na agricultura familiar e nas comunidades tradicionais.

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