ENTREVISTA

Veras assume vice da Frente da Indústria Naval

Publicado em: 06/07/2023 10:00

 (Foto: Rafael Vieira/DP)
Foto: Rafael Vieira/DP
Lançada na última terça-feira (4), na Câmara Federal, em Brasília, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira vai contar com a presença do deputado federal pernambucano Carlos Veras (PT) no posto de vice-presidente do colegiado. Criada com o objetivo de elaborar e apoiar iniciativas que contribuam com o desenvolvimento e expansão da produção de ciência e tecnologia no país, a frente vai contar com o deputado gaúcho Alexandre Lindenmeyer (PT) na presidência e, ainda, com a participação de Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Lindbergh Farias (PT-RJ), e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP)

Em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco, o petista detalhou como pretende conduzir a liderança dos trabalhos da frente parlamentar, os planos para as eleições municipais de 2024, os caminhos para o bolsonarismo no estado após a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as estratégias para o fortalecimento da esquerda.

Vice-presidência
“Assumo a vice-presidência com o compromisso de colaborar com a presidência do deputado Alexandre Lindenmeyer, que traz a experiência de ex-prefeito de Rio Grande, cidade com uma forte relação com a indústria naval. Temos um grupo qualificado na coordenação do colegiado e vamos realizar ações que promovam valorização e destaque à pauta. A indústria naval foi muito prejudicada nos últimos anos, especialmente a partir do desmonte promovido pela Operação Lava-Jato e pelas consequências do impeachment da presidente Dilma, que paralisou obras e contratos. Revigorar esse setor significa a geração de milhares de empregos e a melhoria da renda das famílias brasileiras.”

Prioridades
“A frente atuará, em conjunto com o Poder Executivo, para que o fortalecimento da indústria naval esteja no centro de uma política de reindustrialização do Brasil. Precisamos voltar a construir navios em estaleiros brasileiros. Ainda tem muita relevância a retomada da política de conteúdo local, que promoverá efeitos positivos, inclusive, para toda a cadeia produtiva de óleo e gás no Brasil.”

Pernambuco
“Em 2018, o Estaleiro Atlântico Sul, no Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, gerava 3.500 empregos, produzindo cerca de 500 milhões na  economia de Pernambuco com os salários dos funcionários, além de 18 mil postos de trabalho gerados de maneira indireta. Já em 2014,  em seu auge produtivo, o estaleiro chegou a ter 6.100 postos de trabalho diretos. Hoje, lamentavelmente, são pouco mais de 200 postos permanentes. É para a reconquista dessa importância da indústria naval em Pernambuco que vamos atuar.”

2024
“O PT fez uma rodada de conversas com os diretórios municipais cobrindo todo o estado. Discutimos o momento político de esperança na reconstrução do Brasil com o governo Lula, a necessidade de organizar o partido e articular os comitês populares em defesa da democracia, dos direitos e do programa vitorioso nas eleições. [...] O PT, política e eleitoralmente, é forte no Recife. Sempre tivemos posição de destaque nas eleições da capital, inclusive temos gestões de referência na prefeitura. A presença do PT na disputa majoritária, seja em candidatura própria, seja em composição, é estratégica. Hoje estamos na base do prefeito João Campos e o partido compõe o secretariado, assim como o PSB está na base do governo federal. Depois de um período de ruptura, o debate da unidade das forças populares está muito avançado. Eleitoralmente, ainda estamos começando.”

Recife
“O Recife é muito politizado e sempre deu contribuições importantes para a democracia brasileira. Vamos discutir com o objetivo de fortalecer o governo do presidente Lula, definir uma tática abrangente para todo o estado, respeitando as forças partidárias, unificando a nossa federação, com o PCdoB e o PV, reunindo o campo aliado para enfrentar o bolsonarismo, a direita, o discurso do ódio, o ataque às conquistas do nosso povo e  garantir a vitória das forças populares no Recife e nos demais municípios. Temos quadros, militância organizada, capacidade política e as melhores causas para garantir nossa unidade e nossa vitória.”

Bolsonarismo
“Bolsonaro está inelegível. Acho que quem ataca a democracia, questiona as eleições e quer destruir nosso país não deve ter chance eleitoral. Por isso, nosso centro tático é derrotar o bolsonarismo e reconstruir o Brasil junto com o presidente Lula. Os campos divergentes no âmbito da democracia sempre vão existir. Nós, a maioria dos políticos e do povo brasileiro, estamos trabalhando para restabelecer um ambiente de tolerância, sem o discurso de ódio e com respeito às diferenças. Assim, espero que essa página fascista da extrema direita que se instalou na política e na sociedade seja virada e que possamos fazer o debate no campo democrático.”

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