Bivar defende União Brasil como líder da federação com PP e Avante

A ideia de unir em federação o União Brasil (UB), o Partido Progressista (PP) e o Avante está em discussão há, ao menos, três anos. É o que contou em entrevista exclusiva ao Diario de Pernambuco o deputado federal por Pernambuco e presidente nacional do UB, Luciano Bivar. A sigla reúne 59 deputados e possui a maior entre as três. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), têm interesse em assumir o comando, mas Bivar defende que o controle deve ser do União Brasil.

“Eu não acredito que haja grandes problemas, mas, de toda sorte, o tamanho do União Brasil tem que ser respeitado. A gente não pode fazer uma federação onde o União Brasil não seja o partido mais preponderante dentro dessa federação”, respondeu à reportagem. O PP concentra, atualmente, 47 parlamentares. O Avante conta com sete deputados. Caso se concretize, os três permanecerão unidos, no mínimo, pelos próximos quatro anos.

O União Brasil é uma fusão entre os extintos DEM e PSL. Neste grupo, há políticos indispostos com o presidente Lula (PT), de quem Bivar tem se aproximado desde o ano passado. “Eu não digo problema, mas acho que eu, como presidente do União Brasil, não posso fazer nada que deixe qualquer parlamentar desconfortável. Tudo isso passa por uma conversa e a ferramenta do convencimento é o que nós vamos usar. Se for suficiente, nós iremos em frente; se não for, paciência. Todos os parlamentares do União Brasil merecem todo o nosso maior respeito e admiração”, ponderou o deputado sobre a situação.

Ainda em 2022, o deputado federal teve desafetos com correligionários pernambucanos porque decidiu apoiar no segundo turno, em nome do União Brasil, a ex-deputada federal Marília Arraes (Solidaridade), candidata de Lula ao Palácio das Princesas. O ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, foi o candidato do UB ao Governo do Estado no primeiro turno.

Para além dos obstáculos existentes, e dos que ainda devem surgir durante as articulações para concretizar a federação, Bivar citou pautas que acredita serem comuns às três legendas. “Primeiro, eu acho que precisamos ter uma âncora fiscal e uma reforma tributária. Acredito que isso nos converge muito e não tenho dúvida que dentro dessas duas reformas, (...) tudo além seria mais fácil de se prosseguir. A grande verdade é que todos os partidos estão imbuídos de fazer o melhor pelo país e não poderia ser diferente. É isso que nós perseguimos”, garantiu.