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Política
CANDIDATO AO GOVERNO DO ESTADO

Candidato da Frente Popular deve ser 'historicamente' filiado ao PSB

Publicado: 02/12/2021 às 17:39

/Foto: Hesiodo Goes/Divulgação

/Foto: Hesiodo Goes/Divulgação

Nesta quinta-feira (2), parlamentares do PSB reagiram a uma afirmação do senador petista Humberto Costa que se declarou "candidatíssimo" ao governo do estado caso a aliança entre os dois partidos não se concretize. O deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE) declarou, em entrevista ao Diario de Pernambuco, que a aliança com o PT é um processo em amadurecimento e, caso se consolide, haverá um palanque único para Lula em Pernambuco capitaneado pelo PSB, que “tem um compromisso com o legado de Arraes, de Eduardo e do governador Paulo, de apresentar um nome do PSB”. 

As negociações para formação da federação partidária de partidos de esquerda, que incluiria o PT e o PSB, segundo o deputado, estão evoluindo de forma a aumentar a probabilidade de se concretizar a aliança nacional com o PT. Isso ocorrendo, segundo Carreras, o candidato a governador seria do PSB, mas ainda seria “discutido mais a frente” quem seriam os indicados a vice-governador e ao Senado.

“Tem duas coisas que estão sempre sendo discutidas. Geraldo [Júlio] tem dito que não é candidato, e respeitando essa decisão, confio que Paulo Câmara vai defender o legado de Arraes, de Eduardo e do partido. Por lealdade a todo o conjunto político liderado pelo PSB na Frente Popular, vai apresentar um nome que dará continuidade a tudo que vem sendo feito em Pernambuco”, afirmou o parlamentar. 

Carreras ainda destaca que Paulo Câmara será o condutor do processo de sua sucessão, mas até então “nunca colocou” quais seriam os nomes alternativos ao do ex-prefeito do Recife. Contudo, ele destacou que, certamente, caso Geraldo de fato se mantenha fora do páreo, a pessoa escolhida deverá ser alguém que já faz parte do quadro de filiados e militantes do partido.
 
Muito se tem cogitado sobre uma possível candidatura do atual governador Paulo Câmara, que já está concluindo seu segundo mandato, ao Senado Federal. Contudo, um membro com cargo importante no PSB, que não deseja se identificar, afirmou a esta repórter que este não é o desejo do governador, visto que, para concorrer ao posto de senador, ele teria que se afastar do mandato, o que o impossibilitaria de, como governador, apoiar um candidato a sucessão, pois estaria em campanha. Além disso, como a chapa tem somente uma vaga ao Senado, outros partidos da Frente Popular, como o próprio PT, podem querer indicar algum candidato ao posto de senador(a), dificultando a aceitação da candidatura de Paulo.
 
Já o deputado federal Tadeu Alencar (PSB-PE) alegou, durante entrevista ao programa Manhã na Clube, que na hipótese dos partidos não se unirem, o PSB terá, sim, um nome nas urnas em 2022 concorrendo ao governo.

“O PSB tem um legado em Pernambuco e vamos defendê-lo. Vamos ter um candidato”, disse o parlamentar. No que diz respeito ao nome, Tadeu continua apoiando o ex-prefeito do Recife e atual secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Geraldo Júlio, mesmo que ele já tenha dito e repetido inúmeras vezes que não deseja concorrer. 

“Eu defendo que o candidato seja o ex-prefeito do Recife, Geraldo Júlio de Melo Filho, porque foi a primeira pessoa entre nós, os assessores de Eduardo e seus secretários, que ele escolheu para uma tarefa como a de disputar as eleições no Recife, ganhando, naquele momento, das duas maiores lideranças do PT no estado”, disse o socialista. 

Por sua vez, o deputado federal Milton Coelho (PSB) destacou que o PSB tem “uma história profunda em Pernambuco, construiu um legado e só o povo pode tirar o PSB do governo”, além de ter uma tradição de construir frentes políticas no estado e em todo o país. Para ele, o cenário possibilita uma frente nacionalmente liderada por Lula, e por um candidato do PSB no estado. 

“É legítima a aspiração do senador Humberto Costa, mas nós mantemos o diálogo ainda em construção dessa frente com o PT, e entendemos que essa frente será construída para as eleições de 2022 para o governo do estado com a liderança do PSB. Essa matéria ratifica as palavras do senador”, disse Milton. 

Sobre as negociações da federação partidária, o deputado afirmou que a discussão não pode se estender muito devido ao prazo estipulado pelo TSE, até março, “mas nós do PSB já fizemos a primeira reunião, e majoritariamente a bancada ratificou a intenção de construir uma federação com pelo menos a participação do PT, PSB, e PCdoB, mas está aberta a agregar outros partidos”. Ainda de acordo com o parlamentar, a federação é “um passo na consolidação dessa frente” de partidos de esquerda”. 

Assim como seus correligionários, Milton Coelho pontua que a condução do processo de escolha do candidato a governador e da composição da chapa majoritária deve ser conduzido pelo governador Paulo Câmara, e “poderá ser o ex-prefeito Geraldo Júlio, ou outro nome que o partido escolher dentro dos seus quadros”. O deputado afirma ainda entender que Câmara está “fazendo as consultas necessárias para chegar ao nome que possa liderar a Frente Popular na disputa de 2022”.

Questionado sobre alternativas ao nome de Geraldo Júlio, Milton afirmou que o ex-prefeito continua sendo “o nome preferencial” dentro e fora do partido, mas que na hipótese de realmente não ser possível viabilizar a sua candidatura, a pessoa que o substituirá “deverá ser um quadro do PSB, de alguém que já seja do partido, historicamente do partido. Nenhum dos nomes que vem sendo veiculados na imprensa [José Mucio e Fernandha Batista] é sequer filiado ao partido, portanto não preenchem esses requisitos”.
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