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Política
EXPORTAÇÃO

Fausto Pinato reitera importância da decisão chinesa para o setor de frigoríficos

O deputado federal também fez duras críticas à política externa do governo brasileiro

Publicado: 24/11/2021 às 17:11

/Foto: Divulgação

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O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China e da Frente Parlamentar dos BRICS, deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), enviou, na terça-feira (23), uma carta de agradecimento ao presidente da República Popular da China, Xi Jinping, pela decisão de autorizar a exportação da carne bovina brasileira que já estivesse certificada antes do embargo chinês. O documento, enviado no mesmo dia em que a decisão foi tomada, ressalta ainda a importância do parceiro comercial para o Brasil e destaca os esforços dos integrantes do Congresso Nacional para consolidar as relações entre os dois países, “apesar da política externa do governo seguir na contramão das boas relações”, diz o texto. 

Com a medida do gigante asiático, estimativas do setor de frigoríficos do Brasil apontam que cerca de 120 mil toneladas de carne com certificado sanitário entrarão nos portos chineses. Em entrevista ao Diario de Pernambuco, Pinato comentou que a recente autorização, ainda que não seja uma retirada definitiva do embargo, abre portas para a volta mais rápida das exportações, cuja paralisação tem acarretado sérios prejuízos ao agronegócio e à balança comercial. 

“A decisão de autorizar a carne já certificada foi uma sinalização muito positiva do governo chinês. Quanto mais rápido ele suspender o embargo, mais rápido voltaremos a exportar. Basta agora o nosso governo continuar essas tratativas de maneira humilde, tendo em vista tantos ataques desnecessários feitos a esse parceiro tão estratégico para o país”, afirmou. 

Fausto Pinato destacou ainda a importância da China para a economia brasileira e criticou a política externa do Brasil que, segundo ele, “vem sendo um desastre desde o começo”, pontuou. Para o deputado, os esforços em manter laços saudáveis com outros países, é uma forma de priorizar o crescimento nacional. Pinato citou como erros frequentes do governo: “interferir na democracia americana; xingar um governo eleito democraticamente na Argentina; brigar com países da Europa; se colocar de maneira inadequada em relação ao meio ambiente, ainda que, em certas coisas, esteja até certo, mas que faz isso de maneira inadequada e sem preparo diante do mundo inteiro sobre a questão ambiental do país”, criticou. 

“Realmente, a imagem do Brasil está muito afetada por falta de estratégia, habilidade e pragmatismo. É preciso pensar nos interesses do país, sem nenhuma ideologia ou qualquer tipo de tendência partidária”, complementou. 

O embargo 
A suspensão da venda de carne para o país asiático começou no dia 4 de setembro, após o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) ter identificado dois casos atípicos de mal da vaca louca. O veto se deu por causa do protocolo sanitário chinês que prevê a paralisação temporária das exportações após confirmação da doença.  

Sem poder comercializar com a China, maior parceiro comercial do Brasil nesse setor, as exportações de carne bovina brasileira apresentaram queda de 43% no mês de outubro em relação ao mesmo mês em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Mesmo após comunicado da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) de que as ocorrências não representam risco à cadeia de produção bovina no Brasil, o gigante asiático mantém o embargo.  

“Esse embargo prejudica muito o nosso país. Imagine um frigorífico, que matava umas 1500 cabeças e que tem tantos funcionários, deixar de matar um mês, dois meses. Chega um momento em que ele não consegue segurar esse número de funcionários e vai começar a suspender contratos, demitir em massa, o que, de certa forma, prejudica a geração de emprego. Pior ainda é o volume de imposto e toda a cadeia de produção impactada por causa desse embargo”, ressaltou Pinato.
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