Política
CIRO GOMES
'Haddad aceitou ser poste. Eu jamais aceitaria', diz Ciro Gomes
Publicado: 24/08/2021 às 16:48

/Foto: José Cruz/Agência Brasil
O pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), usou sua conta no Twitter na tarde desta terça-feira (24) para atacar o professor universitário que foi candidato à presidência pelo PT em 2018, Fernando Haddad. O ex-prefeito de São Paulo alegou, em entrevista ao jornalista e apresentador Pedro Bial, que “não quis” se desconectar de Lula.
Na plataforma de rede social, Ciro Gomes chamou Haddad de “bajulador” de Lula. “Aos puxa-sacos eu entendo, só não os respeito. Tudo que Haddad tem na vida política deve a Lula. Já eu, a ele não devo nada. Por isso sou livre para criticá-lo. Haddad, não! Tem que ser seu bajulador eterno, sempre da turma do amém”, escreveu ele.
Ciro alegou ainda que “Haddad aceitou ser poste”, posição que “jamais aceitaria”. “Sua subserviência, incompetência e falta de amor ao país, deu a presidência do Brasil ao Bolsonaro”, afirmou Ciro.
O presidenciável alegou que enquanto ele pede para debater os problemas do Brasil, Lula e Haddad “seguem evitando” e “não têm projeto, apenas paixão doentia pelo poder”, pois “são capazes de vender a própria honra e a honra do país”.
Para Ciro, Haddad e Lula “seguem abraçando bandidos conhecidos e atacando quem os enfrenta de cabeça erguida”. Ele alega que sua “missão” é livrar o Brasil “de Bolsonaro e do lulopetismo corrompido”.
Série de entrevistas
Tanto Ciro quanto Haddad deram, recentemente, entrevistas ao programa “Conversa com Bial”, onde debateram questões políticas e eleitorais. Na semana passada, o pedetista acusou Lula de traí-lo em 2018, voltando atrás de uma proposta para que ele fosse candidato a presidente com Haddad como vice.
“Ele pediu ao Haddad pra me consultar se eu topava essa aliança, mas eu nunca acreditei. O Lula tem um genuíno carinho pela população mais pobre, mas é uma generosidade de cima pra baixo. Ele quer essas pessoas dependentes dele. Ele não quer nunca que o povo brasileiro seja emancipado e que viva pelo suor do seu rosto, do seu trabalho e que não dependa de político nenhum para sobrevivência básica", disse Ciro.
Ele também alegou que Haddad se submeteu a uma “vassalagem” fazendo visitas a Lula na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. “O Lula ele tem um estilo que é absolutamente peculiar, embora esteja muito manjado. Ele pessoalmente me pediu para ir a Curitiba. E eu achava aquilo, àquela data, uma vassalagem simbólica descabida. Aquilo que o Haddad topou fazer, toda semana ir lá. Aquilo não podia dar certo. O Brasil não precisa de um poste, Brasil precisa de um líder. Uma pessoa que venha para botar o país pra correr", afirmou ele.
Na madrugada desta terça-feira (24), Fernando Haddad esteve no programa e alegou que que colou sua imagem à do ex-presidente em 2018 porque quis, pois não deixaria Lula sozinho.
"Eu era candidato do Lula, não ia negar isso. Ele me escolheu para vice, assumi a chapa porque ele foi impedido, não ia ficar com graça, tentando passar para a população uma mentira. Perguntam porque eu não me desconectei do Lula, porque eu não quis me desconectar do Lula! Eu não faria isso por nada, não farei isso por nada. Se ele me decepcionar um dia, aí pode ser que eu venha a fazer, mas não em relação ao que estava acontecendo naquele momento", disse Haddad.
Na ocasião, o professor universitário também alegou que não responderia a ataques do também presidenciável Ciro Gomes (PDT). “Se o Ciro quer me ofender no seu programa, problema dele", disse Haddad, alegando que não iria “se rebaixar” ao nível dele para retrucar.
Sobre a acusação de traição feita por Ciro, o professor e político afirmou que a proposta, feita por ele mesmo em sua casa, foi para que Ciro Gomes não lançasse candidatura própria a princípio, saindo como vice de Lula e, em caso de impedimento à candidatura do ex-presidente, assumisse a cabeça de chapa, tendo Haddad como vice.
“A oferta real que foi feita é que o Ciro deveria ser vice do Lula num primeiro momento. O Ciro sendo vice do Lula, que não queria abrir mão da candidatura antes das Nações Unidas se manifestarem sobre ele, o que acabou acontecendo a seu favor, que o Ciro deveria ser presidente do Lula, e em caso de impedimento do Lula, o Ciro seria cabeça de chapa e eu entraria como candidato a vice. Essa proposta, posso te afiançar que houve, porque foi feita por mim, na minha casa, com testemunhas (...) A proposta não foi sequer considerada e eu não ia deixar o Lula sozinho", disse o ex-prefeito de São Paulo.
Últimas

Mais Lidas
