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Política
COVID-19

Queiroga recorre ao 'Zé Gotinha' para difundir uso de máscara no governo

Publicado: 04/06/2021 às 16:27

/foto: EVARISTO Sá/AFP

/foto: EVARISTO Sá/AFP

Para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a utilização massiva de máscaras para conter a Covid-19 não vai emplacar por meios legais. Ele crê que o convencimento pode difundir o costume, inclusive entre integrantes do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), que se notabilizou por ignorar a proteção em grande parte da pandemia.
 
O médico, que chegou à Esplanada dos Ministérios em meados de março, disse, nesta sexta-feira (4), que tem buscado formas de disseminar a cultura das máscaras no poder Executivo federal.

“Tínhamos um Zé Gotinha. Hoje, temos um Zé Gotinha de máscara e uma família de ‘Zé Gotinhas’ de máscaras em toda a Esplanada dos Ministérios. Isso não vai ser resolvido na base da lei. Isso vai ser resolvido na base do convencimento”, falou, em entrevista ao programa CB.Poder, do Correio Braziliense.

O Zé Gotinha foi, por muitos anos, utilizado pelo poder Executivo federal como ‘garoto-propaganda’ das campanhas de imunização.

As aglomerações recentes de Bolsonaro têm gerado reações de outras autoridades. Na terça (1), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu cinco dias ao presidente para explicar porque tem ignorado recorrentemente a necessidade de utilizar máscaras. O magistrado é relator de ação do PSDB sobre o tema. A ação que está no Supremo cita caso ocorrido em Maceió (AL), em maio.

O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), multou o presidente por ignorar lei estadual que obriga a utilização de máscaras. Ele também passou desprotegido por Açailândia, município do interior maranhense, onde também houve aglomeração.

Ao Correio, Marcelo Queiroga recorreu a um famoso ditado nacional para assegurar a continuidade do trabalho à frente da pasta.

“Como bom brasileiro — e brasileiro não desiste nunca —, não vou desistir nunca do que tenho que fazer à frente do ministério. Tenho que ter foco, paciência, resiliência, mas, sobretudo, a confiança do povo brasileiro. E é isso que tenho buscado fazer”.
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