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Política
VOTO IMPRESSO

'Quem tem medo do voto impresso?' questiona o presidente nacional do PDT

Publicado: 28/05/2021 às 11:15

/Arquivo PDT/ Divulgação

/Arquivo PDT/ Divulgação

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, voltou a defender o voto impresso. A pauta foi trazida de volta ao contexto nacional após discursos do Presidente Bolsonaro (Sem partido) apoiando a modalidade impressa de votação. Lupi se coloca contra o Governo Federal, mas abraçou uma bandeira similar a que o presidente carrega nessa questão. “Por que não discutir isso? Quem tem medo do voto impresso?”, questionou o pedetista. As declarações foram dadas ao programa Manhã na Clube, da Rádio Clube AM 720, apresentado por Rhaldney Santos, titular da coluna Diario Político.

Carlos ressaltou que o diálogo sobre a volta do voto impresso tem sido feito há mais de década, e não comentou durante a entrevista sobre as opiniões similares de Bolsonaro na questão. “Temos debatido isso desde o surgimento das urnas eletrônicas”, afirmou. O pedetista citou países que usam o voto impresso,  como os Estados Unidos, onde o ex-presidente Donald Trump exigiu a recontagem de votos de alguns estados, após perder a eleição de 2020. “Que país de primeiro mundo usa urna eletrônica?”, perguntou.  Para Lupi, o processo de mudança no sistema de votos é uma forma de evitar fraudes. “A impressão do voto é a garantia da cidadania e da possibilidade da recontagem”, assinalou.

Lupi relembrou que há 15 anos o projeto de voto impresso foi assinado por “todos os partidos de oposição”, afirmando que o plano não representa uma luta de “direita contra esquerda”. O entrevistado ponderou sobre a possibilidade de começar a mudança no sistema através de uma amostragem. “Não precisa começar com 100% das urnas, por que não começamos com 10% das urnas e fazemos uma amostragem disso?”, perguntou.

Foi levantado que a mudança no sistema de votos custaria cerca de R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos. A equipe questionou o pedetista sobre como esse valor seria investido, principalmente em meio a crise econômica que o Brasil enfrenta na pandemia. Lupi afirmou que teria que checar este valor. “Eu quero uma auditagem sobre esse valor. O voto seria uma notinha similar àquela das maquininhas de cartão”, justificou.

Quando questionado se a venda de votos ganharia facilidade com o sistema impresso, Lupi descartou a opção, afirmando que a venda já ocorre nos dias de hoje e com uma impressão o voto teria mais segurança. “As milícias já fazem isso, obrigam fotografar e mostrar em quem as pessoas votaram. O impresso ninguém vai carregar, vai ficar ali na urna guardado”, comentou.

 

Repercussão

Com a repercussão da entrevista da Rádio Clube, o pré-candidato pedetista, Ciro Gomes, foi ao twitter em defesa do posicionamento do presidente da sua sigla. “Qual o problema em tornar um sistema, que já é bom, em um sistema melhor? Qual o problema de termos uma cópia de segurança impressa, palpável e acima de qualquer suspeita, para eventual checagem?”, questionou. Ciro também comentou sobre a similaridade do posicionamento de Lupi com o de Bolsonaro, afirmando que as críticas recebidas fazem Bolsonaro se “apropriar” de ideias e símbolos, como a bandeira do Brasil. “Por que esta espécie de rendição, de covardia e fatalismo absurdo que fazem considerar Bolsonaro ‘dono’ de qualquer ideia da qual sua turma se apropria?”, tuítou o pedetista.

 

“Defender o voto eletrônico com cópia impressa, nos moldes propostos por Lupi, é ser contra Bolsonaro e não a seu favor. Se implantado, mataria, por antecipação, sua tentativa de sabotar os resultados do pleito de 2022”, concluiu Ciro Gomes, em seu twitter.

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