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Para Daniel Coelho, aprovação do uso medicinal da cannabis é demanda urgente no país

Publicado em: 20/05/2021 17:32 | Atualizado em: 20/05/2021 18:56

O deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) é um dos parlamentares da Câmara favoráveis à aprovação do Projeto de Lei  (PL) 399/15, que autoriza o cultivo da cannabis sativa para fins medicinais e científicos. Em entrevista ao programa Manhã da Clube, nesta quinta-feira, Coelho falou sobre a eficácia do uso da cannabis no tratamento de doenças. Instalada em 2019 na Casa Parlamentar, uma comissão especial avalia o PL, que tem enfrentado embates para ser aprovado. Na última terça-feira, marcada por confusão, a comissão adiou votação do projeto. Também durante a entrevista,  o deputado comentou as perspectivas para o pleito de 2022.

Membro integrante da comissão especial, Daniel Coelho contou que teve seu nome cortado do grupo devido aos posicionamentos adotados, na busca pela aprovação do PL. "Eu fazia parte da comissão era um dos membros titulares e votava dentro dela, mas os discursos e argumentações que comecei a fazer incomodaram tanto que os partidos se juntaram e me tiraram". Permanecendo presente nas discussões, afirmou: "Mas não saí do debate porque é extremamente relevante".

Estudos científicos têm comprovado que a cannabis é eficiente no tratametno de diversas doenças, mas, de acordo com Daniel Coelho, parlamentares que se utilizam do jogo eleitoral têm prejudicado o debate sobre o assunto. "Câncer, alzheimer, esclerose múltipla, epilepsia,   criancas com autismo são alguns (dos exemplos) que precisam do medicamento produzido a partir da cannabis. Lógico que tem aquele jogo eleitoral em que alguns [parlamentares] dizem que 'estão tentando legalizar a maconha'. Não tem nada a ver uma coisa com a outra", explicou o deputado pernambucano que frisou que o debate é em torno da liberação de um remédio que pode salvar vidas. 

"Uma coisa que a gente precisa esclarecer é o seguinte: o medicamento extraído da cannabis ele não altera o comportamento de ninguem. É um remédio como qualquer outro e você vai tomar aquilo para poder curar sua enfermidade, não tem nada a ver com a droga recreativa. [...] Ningém está discutindo a legalização da maconha, estamos discutindo o medicamento". 

Durante a comissão especial na última terça-feira, na Câmara dos Deputados, Daniel Coelho chegou a dar um exemplo pessoal em defesa da aprovação do PL. Em seus discurso, reiterado durante a entrevista à Rádio Clube, o deputado contou a experiência de sua esposa que utiliza a cannabis no tratamento contra o câncer. 

"Minha esposa hoje toma o remédio porque faz tratamento de quimioterapia e para ela é muito importante. Eu fiz questão de expor minha vida pessoal, mas é na defesa de milhares de pessoas e famílias que estão precisando desse medicamento e a gente não pode viver no tempo das trevas", assinalou.  "Todos os países democráticos e avançados do mundo têm legislação sobre cannabis medicinal. O Brasil realmente está alinhado com o que há de pior nesse mundo". 

Questionado sobre as possibilidades de fortalecer o diálogo com o deputado Fernando Filho em prol do PL, Daniel disse que esse pode ser um apoio "decisivo", bem como o deputado Hugo Motta. 

"Dois parlamentares, que são os deputados Fernando Filho e o Hugo Motta que não vinham votando mas estão na comissão, eles podem ser decisivos para a gente aprovar esse relatório".

Com tratamento que pode chegar a R$ 2 mil por mês, a regulamentação da cannabis sativa para fins medicinais e científicos através do PL 399/15 tem se mostrado cada vez mais urgente, aponta o deputado federal Daniel Coelho. "Se a gente tem a possibilidade de regulamentar a produção com todas as proteções para que não haja o plantio irregular [...] A gente precisa aprovar esse relatório e aí permitir um preço mais justo para quem tiver receita médica", visto que, caso o Projeto de Lei seja aprovado na Câmara, a cannabis sativa será obtida por meio das mesmas regras que permitem o uso de um remédio controlado e terá supervisão da Anvisa e da Polícia Federal (PF).

Oposição

A pouco mais de um ano para as próximas eleições que decidirão o próximo nome a comandar o governo do estado, Daniel Coelho reafirmou sua perspectiva e avaliou que duas candidaturas da ala da oposição é uma estratégia que pode pavimentar o caminho para resultados positivos em 2022.

"Continuo com a tese de que o ideal seria ter duas canidatuas para realmente termos a posssibilidade de provocar um segundo turno", afirmou.
Saíde que o parlamentar destaca como mais segura, já que tem percebido uma maiora aproximação entre PT e PSB, movimento que pode reduzir as possibilidades de vitória da oposição. "Se colocarmos um candidato só - considerando que do outro lado vai ter toda a máquina do goveno do estado, da Prefeitura do Recife e de outras prefeituras importantes -, em uma eleição curta de um turno com um candidato que nunca disputou goveno do estado, a tendência é que a máquina se sobressaia". 

Cenário que pode ser superado, caso haja dois nomes na disputa atendendo os segmentos diferentes do eleitorado. "Se a egnte tem duas candidaturas, a campanha fica mais longa e passaria a ter dois turnos. Tenho defendido isso e espero que consigamos consolidar". 
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