/Ricardo Stuckert/divulgação
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com ironia ao manifesto divulgado nessa quarta (31/3) por seis presidenciáveis em defesa da democracia, mas disse que o PT pode buscar alianças além dos partidos de esquerda 'se for preciso chegar no centro para ganhar as eleições'.
Ele também criticou os signatários por não terem se alinhado com o candidato do PT nas eleições de 2018, Fernando Haddad. 'Tenho certeza que vamos construir alianças no setor de esquerda e, se for preciso chegar no centro para ganhar as eleições, a gente vai chegar', disse o ex-presidente.
'Tome muito cuidado com isso. Toda vez que você fica tentando pescar em terra seca, não tem peixe. Você não inventa candidato. Se inventar, o resultado é nefasto.'
O 'Manifesto pela Consciência Democrática' foi assinado pelo ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM); pelo apresentador de TV Luciano Huck; pelos ex-candidatos presidenciais em 2018 Ciro Gomes (PDT) e João Amoêdo (Novo) e pelos governadores tucanos João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS).
Lula ainda criticou os autores por não terem se alinhado em 2018 o candidato do PT à época, Fernando Haddad. 'Todos eles tiveram a chance em 2018 de deixar a democracia garantida votando no Haddad. Essa gente preferiu votar no Bolsonaro', disse.
'Ciro só foi para Paris, não votou.', completou.
Candidato?
Ao comentar a possibilidade de uma candidatura em 2022 , Lula disse que não precisa 'necessariamente' ser candidato, mas também não descartou essa chance.
O ex-presidente também disse que não acredita que a empresária Luiza Trajano, da rede de varejo Magazine Luiza, aceitaria entrar na política e concorrer como vice-presidente da República.
O nome de Trajano tem sido ventilado por partidos que veem nela uma liderança no mercado com boas chances de atrair votos.
Lula também disse que teve uma relação 'extraordinária' com a empresária quando era presidente. 'Não acredito que Luiza Trajano se meta com política, sinceramente.'
'De volta ao jogo político'
O ex-presidente teve seus direitos políticos restituídos há três semanas por decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e está apto a concorrer em eleições.
Fachin declarou que a 13ª Vara Federal de Curitiba não era o foro competente para o processo e julgamento das quatro ações da Operação Lava-Jato contra o ex-presidente, e anulou suas condenações.
Desde então, Lula tem sinalizado que pode concorrer nas eleições presidenciais de 2022.