PSB na Câmara dos Deputados defende prioridade para os mais pobres na fila da vacinação
Publicado: 24/03/2021 às 11:29

/Câmara dos deputados/ Divulgação
A bancada socialista da Câmara dos Deputados apresentou um projeto para trazer as pessoas de baixa renda inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) para um grupo prioritário na fila da vacinação contra a Covid-19.
"Ao priorizar os grupos de indivíduos com maior risco para complicações e óbito, ignora uma faceta social escancarada pelo coronavírus, a desigualdade, que impõe à parcela mais pobre da população efeitos mais gravosos da doença e da crise por ela desencadeados”, afirmou Birá do Pindaré (PSB-MA), co-autor do projeto. O projeto de lei 70/2021 tem como objetivo vacinar pessoas com renda familiar mensal per capita de até meio salário mínimo, ou renda mensal total de até três salários mínimos.
O argumento dos parlamentares para o projeto tem sua base na vulnerabilidade social da população. “A situação é grave: chegamos à marca de quase 300 mil mortes pela Covid-19, 14 milhões de desempregados e 30 milhões de desalentados”, apontou Danilo Cabral (PSB-PE).
Segundo os deputados envolvidos, a Constituição Federal garante o acesso universal às ações e serviços de saúde. “ A escolha adequada dos grupos mais vulneráveis para fins de imunização será um dos passos, ao menos sob o aspecto sanitário, mais importantes para conter o avanço da doença e desafogar o sistema de saúde”, comentou Camilo Capiberibe (PSB-AP), também co-autor do projeto. “Precisamos tratar sobre a proteção social, especialmente das pessoas mais vulneráveis”, concordou Cabral.
Um estudo da UFRJ aponta que trabalhadores negros no Brasil têm o risco de letalidade 39% maior do que os brancos ao serem infectados pela Covid-19. Os negros represetam 75,2% da camada com menor renda da população brasileira, segundo o IBGE. Os parlamentares usaram esses dados para desenvolver o projeto de lei. “Nossa proposta busca, portanto, assegurar o acesso preferencial à vacina àqueles que, por sua condição socioeconômica, estão mais expostos aos efeitos perversos da pandemia”, firmou Danilo Cabral.

