Política
PANDEMIA
'Cortina de fumaça não pode desviar atenção da pandemia', diz Pacheco
Publicado: 30/03/2021 às 19:08

/Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente do Senado falou sobre as mudanças promovidas por Bolsonaro durante coletiva de imprensa nesta terça-feira (30). Ele disse confiar que as Forças Armadas continuam comprometidas com o respeito à Constituição e ao Estado democrático de direito.
"Eu não consigo antever o que é a intenção exata do presidente da República. Minha visão como presidente do Senado é que se trata de uma troca ministerial dentro dos limites da prerrogativa do presidente da República em fazer as suas substituições", disse Pacheco.
Ele acrescentou que as Forças Armadas têm o compromisso constitucional de não promover a guerra, mas de preservar e garantir a paz. "Nós temos plena e absoluta confiança nesse amadurecimento civilizatório do Brasil, de preservação absoluta do Estado democrático de direito, do qual fazem parte as Forças Armadas. Então, vejo com naturalidade [as demissões]. Isso precisa ser tratado dentro de um universo próprio das Forças Armadas e do Ministério da Defesa, sem nenhum tipo de especulação que não seja de uma troca de comando", afirmou o senador.
Em meio aos rumores de que Bolsonaro articula para mobilizar as polícias militares contra governadores que adotam o distanciamento social como prevenção da Covid-19, o presidente do Senado fez um aceno aos agentes de segurança. Ele anunciou que, na reunião do comitê federal de combate à pandemia, marcada para esta quarta-feira (31), vai pedir ao Ministério da Saúde a inclusão dos membros das forças de segurança e das Forças Armadas nos grupos prioritários da vacinação nacional contra o novo coronavírus.
"Defenderei a vacinação mais brevemente possível das forças de segurança do Brasil, polícias militares, polícias civis e guardas municipais, policiais penais, as Forças Armadas. Esse contingente precisa ser vacinado, é um contingente que garante a nossa institucionalidade, garante a nossa segurança pública e precisa ter segurança para sua atuação. Além de serem agentes em contato direto com o público, precisam ser preservados, tanto a si próprios como para evitar a contaminação de terceiros", afirmou o parlamentar. Ele também adiantou que poderá ser definida uma data para a vacinação nacional desses agentes.
"Quando se tem, por exemplo, a vacinação de 1 milhão de pessoas no Brasil num dia, o que é, segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, algo possível, nós temos, então, condições de enxergar que, em dois dias, nós conseguimos vacinar todo o efetivo da segurança pública, das polícias estaduais e das guardas municipais do Brasil. Quem sabe não designamos um dia como dia nacional de vacinação das forças de segurança para evitar a proliferação na sociedade", sugeriu o senador, acrescentando que, durante a reunião do comitê, pedirá também a inclusão dos profissionais da educação entre os grupos prioritários da vacinação.
Braga Netto
Pacheco falou também sobre um requerimento do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que pede que o novo ministro da Defesa, Walter Braga Netto, seja convidado a dar esclarecimentos ao Senado sobre a troca dos comandos nas três Forças Armadas. O presidente da Casa afirmou que o requerimento de Vieira será discutido na reunião do colégio de líderes da próxima segunda-feira (5).
Ao ser perguntado sobre a continuidade do funcionamento Comissão Mista de Reforma Tributária, cujo prazo vence nesta quarta-feira, Rodrigo Pacheco disse que o colegiado deverá ser prorrogado por mais 30 dias. Ele reiterou que tanto a reforma tributária quanto a administrativa continuam sendo prioritárias no Congresso.
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