Partidos de oposição ao presidente Bolsonaro reagem à saída de Moro do governo
Publicado: 24/04/2020 às 14:26

/
Após o anúncio do pedido de demissão de Sérgio Moro do governo federal, partidos de oposição e seus respectivos líderes se posicionaram sobre o ocorrido. Moro pediu demissão do cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública durante pronunciamento realizado na manhã desta sexta-feira (24), segundo ele, a saída foi motivada pela determinação do presidente Jair Bolsonaro de demitir diretor-geral da PF.
Em seu anúncio, Moro também citou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), tinha o intuito de "colher" informações dentro da PF, como relatórios de inteligência. Em um ano e quatro meses de gestão Bolsonaro, Moro é o nono ministro a desembarcar do governo.
Ainda durante o comunicado, o ex-auxiliar chegou a citar que o Partido dos Trabalhadores não tentou interferir nas investigações quando estava no alvo da operação Lava Jato. "Imaginem se, durante a Lava Jato, o ex-presidente Lula, a ex-presidente Dilma ficassem ligando para a Polícia Federal em Curitiba para colher informações. A autonomia da Polícia Federal , com respeito à autonomia da aplicação da lei, seja a quem for, é um valor fundamental que temos que preservar dentro de um Estado de Direito . O presidente me disse isso expressamente, e eu não entendi apropriado", disse Moro.
Declarações
A presidente nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleise Holffman, criticou duramente a saída de Sérgio Moro.“A entrevista de Moro é uma confissão de crimes e uma delação contra Bolsonaro: corrupção, pagamento secreto de ministro, obstrução de justiça e prevaricação. Ele tinha de sair da entrevista direto para depor na Polícia Federal”, disse.
O petista Fernando Haddad, que em 2018 disputou o segundo turno com Bolsonaro, também se posicionou via Twitter. O ex-presidenciável pede que o presidente renuncie. "Vários crimes de responsabilidade descritos por Moro. Os ministros, especialmente os militares que ainda respeitam esse país, deveriam renunciar a seus cargos e forçar a renúncia. O impeachment é processo longo. A crise sanitária e econômica vai se agravar se nada for feito", escreveu.
No PDT, o presidente nacional da sigla, Carlos Lupi, comentou o pedido de impeachment que a sigla impetrou nesta semana. “A saída de Moro deixa a nu o gov. Bolsonaro. Deixa claro que está sendo substituído o diretor geral da PF para proteger alguém”.
O vice-líder da oposição na Câmara Federal, deputado Tadeu Alencar, classificou como “extremamente graves” as razões pelas quais o presidente Jair Bolsonaro resolveu exonerar o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Segundo o socialista, o presidente cometeu um “rosário de crimes de responsabilidade” e o Congresso deve estar pronto para agir de modo a cobrar do presidente as explicações devidas.
O deputado socialista, Danilo Cabral, protocolou um pedido à PGR, para que fossem apurados os fatos narrados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública. "O país precisa ser conduzido com responsabilidade na maior crise sanitária do mundo e dar respostas à sociedade. Mas as denúncias de Sérgio Moro são graves e precisam ser investigadas", disse.

