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Demissão de Moro expõe diferenças na direita local

Publicado: 24/04/2020 às 20:21

Mendonça Filho e Sergio Moro/Foto: Divulgação / Mendonça Filho

Mendonça Filho e Sergio Moro/Foto: Divulgação / Mendonça Filho

O anúncio de demissão de Sergio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública na manhã desta sexta-feira (24) provocou uma série de manifestações públicas de aliados políticos do ex-ministro e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A divergência nas avaliações ao episódio expõe diferentes visões na direita local, que vai disputar as eleições municipais deste ano

O ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), que é pré-candidato a prefeito do Recife, usou suas redes para apoiar o ex-ministro Moro contra Bolsonaro. “O Brasil, a sociedade e o governo perderam com a demissão do ministro Sérgio Moro. Lamento muito que, no meio de uma pandemia com consequências sociais e econômicas gravíssimas, o país assista a uma sequência de decisões que contrariam os interesses do povo brasileiro. Manifesto minha solidariedade ao ministro Moro por tudo que ele representa: honestidade, coragem, combate ao crime organizado e à corrupção”, publicou em seu Twitter, junto com uma foto onde aparece acompanhado do ex-juiz federal.

No mesmo sentido, Patrícia Domingos (Podemos), ex-delegada da extinta Delegacia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp) e pré-candidata à gestão municipal do Recife, divulgou uma nota em defesa de Sergio Moro. “ “Hoje, tivemos mais uma clara demonstração da forma rasteira, já enraizada no poder há tantos anos, que fere um dos princípios mais importantes de qualquer gestão: a transparência”, disse Patrícia.

“Não é tarefa fácil combater os poderosos. É uma luta desigual. O que nós demonstramos hoje, é que há, sim, esperança neste país. Há, sim, pessoas de bem que prezam pela justiça e fazem dela um instrumento para o bem comum. Que brigam, sim, por cada centavo do dinheiro público. Que priorizam a liberdade de suas instituições”, continua o texto.

O deputado estadual Alberto Feitosa (PSC) defendeu o presidente Jair Bolsonaro em um discurso na sessão plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na quinta. Ele manteve o posicionamento na sexta, após o episódio de Moro. Por meio de nota, afirmou: “O presidente Jair Bolsonaro foi eleito democraticamente por 57,7 milhões de  brasileiros no dia 7 de outubro de 2018, tendo, assim, a prerrogativa legal de nomear e exonerar seus ministros e colaboradores do governo em todos os escalões”, disse.

O parlamentar minimizou o impacto da demissão de Moro. “Alterações nas equipes são comuns em todas as esferas, sejam elas federal, estadual ou municipal, a exemplo do Governo de Pernambuco, que fez várias trocas no secretariado. A última, inclusive, há 23 dias, com a saída do chefe da Polícia Civil, o  delegado Joselito Amaral para a nomeação do delegado Nehemias Falcão”, avaliou Feitosa.
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