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LEVANTAMENTO

Teste de fidelidade da bancada no Congresso

Publicado em: 09/03/2020 07:29 | Atualizado em: 09/03/2020 07:38

 (Infografia: Zianne/DP; Ilustração: Silvino/DP)
Infografia: Zianne/DP; Ilustração: Silvino/DP
Um levantamento feito pelo Observatório do Legislativo Brasileiro (OLB) mostrou que mesmo não compondo uma coalizão parlamentar no Congresso Nacional, em 2019, o governo federal conseguiu contar com o apoio de muitos deputados e senadores para aprovar suas demandas. A taxa de governismo entre os parlamentares foi elaborada com o algoritmo W-nominate, que extrai dimensões latentes a partir dos dados de votação.

O nível de governismo foi medido através dos votos nominais dados em plenário e, no caso da Câmara, os 534 deputados foram colocados numa escala de 0 a 10. A pedido do Diario de Pernambuco, o OLB levantou o comportamento dos parlamentares pernambucanos nas votações em Brasília em 2019. Nesta escala, o estado de Pernambuco, mesmo com seu representante mais governista, só aparece na  64º posição, com o deputado Luciano Bivar (PSL). O pesselista chegou a romper com o presidente, ano passado, mas isso não afastou todo o seu partido da base de Jair Bolsonaro (sem partido). Um dos filhos do presidente, inclusive, ainda compõe a legenda.

Procurado para comentar a atuação na Câmara, Bivar enviou nota. “Tanto eu quanto o PSL apoiamos e votamos a favor de temas em prol do nosso país, independentemente da relação do governo com o partido”, disse. O PSL também é o partido no qual os parlamentares possuem um maior nível de disciplina no quesito governismo, já que as notas atribuídas à atuação de cada parlamentar é bastante próxima uma da outra.  

A deputada Marília Arraes (PT) ocupa a última posição entre os pernambucanos mais afinados com o governo federal. Por meio de nota, ele demonstrou satisfação com o dado. “Ser a parlamentar menos  governista demonstra a coerência entre o que defendemos e o que praticamos”.

No Senado, o pernambucano Fernando Bezerra Coelho (MDB), mesmo sendo líder do governo na Casa, ocupa a 6ª posição, cabendo ao senador do PP, Luis Carlos Heinze, liderar a lista. De acordo com um trecho da pesquisa, “no Senado, o governismo também é elevado. Nada menos que 20 senadores atingem a nota máxima no ranking, e 19 chegam bem perto disso”, diz um trecho.

A pesquisa sugere que, muito além do comportamento dos parlamentares, vale também reparar no posicionamento dos partidos nas votações. De acordo com o levantamento, as siglas se organizam em três grupos: “partidos mais governistas, como PSL e o Novo; mais oposicionistas, como PSol e PT; e um grande número de partidos que manifesta um grau considerável de governismo nas votações, mas menor do que o de partidos do primeiro grupo”.

Diferentemente da organização partidária da Câmara, no Senado há uma divisão mais nítida entre os partidos. “O que sugere um comportamento polarizado dos senadores em boa parte das votações nominais de 2019”, diz a OLB. O que pode ser explicado pela atuação do famoso “centrão” na Câmara dos Deputados, que são os partidos considerados mais pragmáticos e menos ideológicos em suas negociações.
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