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RELATÓRIO

Governo Bolsonaro amplia verba de publicidade para SBT e Record, aponta TCU

Publicado em: 12/11/2019 08:12 | Atualizado em: 12/11/2019 11:43

 (Reprodução/Facebook)
Reprodução/Facebook
O jornal Folha de S. Paulo obteve um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que demonstra como o governo Bolsonaro (PSL) mudou a forma de distribuição da verba publicitária para as TVs abertas, destinando percentuais maiores de recursos para Record e SBT, em relação a 2018. Os dados foram requisitados à Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) com o objetivo de subsidiar um processo aberto para analisar se os recursos estão sendo distribuídos com critérios políticos. 

O relatório foi concluído no dia 31 de outubro e indicou que, em 2018, a Record recebeu 31,1% do montante total de verbas publicitárias enquanto em 2019, o percentual já ultrapassa e chega a 42,6% até agora. O SBT também registrou aumento no valor recebido este ano, passando de 29,6% para 41%. Os dados de 2019 são referentes ao período de janeiro a junho.

Os números sugerem ainda que a TV Globo deve receber uma fatia menor de verbas publicitárias na comparação com o ano passado, já que nos primeiros 6 meses deste ano, ficou com apenas 16,3% do total dos recursos destinados à publicidade do governo, enquanto, em 2018, a emissora recebeu 39,1% do total das verbas.

A publicidade veiculada pelo governo federal obdece uma instrução normativa que prevê a audiência como um critério para a compra de mídia. Também são levadas em consideração outras características das emissoras, como o perfil e o alcance no país, além dos segmentos populacionais atingidos. 

Segundo dados do Ibope, entre janeiro e outubro de 2019 a Globo aparecia como líder nas 15 principais regiões metropolitanas do país, obtendo 33,1% de audiência contra 14,5% do SBT e 13,1% da Record.

Os auditores do TCU querem que, em 15 dias, a Secom apresente quais foram os critérios escolhidos para justificar a distribuição da publicidade governamental. 

Em resposta ao jornal Folha de S. Paulo, a Secom afirmou que os critérios "dependem dos objetivos de campanha e não necessariamente são representados pelos índices de participação de audiência, visto se tratar de informação modulada a partir do público-alvo a ser impactado com a publicidade e da cobertura geográfica".
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