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PSL: Major Olímpio defende saída dos filhos de Bolsonaro por racha na sigla

Publicado em: 16/10/2019 21:50

Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)
Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)
O senador Major Olímpio, líder do PSL no Senado, declarou que defende punições aos membros do PSL que criaram o racha dentro do partido, entre eles, os filhos do presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Eduardo e o senador Flávio. Entretanto, ele defendeu a permanência do presidente Bolsonaro na sigla e reconheceu dificuldade em fazê-lo ficar. "É preciso haver um pouco de resignação. Todo mundo voltar atrás um pouquinho, porque esticou no limite. Daí para frente, rompe".

A afirmação foi feita após encontro do senador com o vice-presidente, Hamilton Mourão no Palácio do Planalto na tarde desta quarta-feira. Ele apontou ainda que está prevista uma reunião com o partido para discussão sobre a crise no partido nesta sexta-feira (18). 

"Nós tivemos pessoas de dentro do partido que insuflaram com informações que não são procedentes sobre o dia a dia do partido causando um tremendo de um mal estar ao próprio presidente, ao partido como um todo e seus integrantes. Defendo o tempo todo que haja a apuração pelo conselho de ética do partido e que se responsabilize essas pessoas. Deveremos ter uma reunião do partido na sexta-feira e aí, logicamente, esse assunto estará na pauta. Será o que o partido definir", declarou.

Major Olímpio disse que tenta "serenar a crise". "Eu defendo, logicamente, a permanência do presidente Bolsonaro no PSL. Ele é o nosso maior expoente, talvez o único expoente político do partido. E nós queremos que ele fique conosco, mas tem pessoas que cercam o presidente, e que realmente causaram um grande prejuízo ao partido. Essa crise que acaba, logicamente chegando ao próprio presidente que tenho certeza que a grande maioria do PSL não quer mais essa pessoas nos quadros do partido".

Questionado se os filhos do presidente estariam entre essas pessoas, o senador afirmou: "Na minha opinião, sim. Principalmente. Tem que ver se é a opinião de todos os integrantes da executiva, dos parlamentares".

Major Olímpio afirmou ainda que aqueles que quiserem deixar o partido, "podem deixar na hora que quiser", mas que o mandato pertence ao partido. "Isso eu tenho absoluta certeza. Que o PSL não vai abrir mão do que a legislação eleitoral lhe garante, qualquer parlamentar que tenha o mandato, saia. É livre para sair. Mas o mandato fica com o partido e vamos fazer a convocação com o suplente", destacou.

O senador ressaltou ainda que não cogita deixar o PSL. "Pensei em deixar em um momento muito agudo onde houve uma crise deflagrada pelo Flávio Bolsonaro que quis cobrar bronca comigo e com as duas senadoras por assinarmos a CPI da Lava Toga. A Selma [Arruda] não aguentou os aborrecimentos e foi embora. Eu tinha pensado em sair, mas depois eu e a Soraya vimos que estávamos certos. Se tiver que sair, que saia ele. Já resolvi isso. Estou fazendo toda a força do mundo para tentar consensuar a situação, para que o presidente Bolsonaro fique no PSL. Mas repito, tem pessoa que já vejo como impossível que possam permanecer no PSL pela circunstâncias que foram desencadeadas. Não foi a direção do partido e nenhum de nós quem desencadeou essa crise. Que se responsabilize os responsáveis que deram causa. 

Sobre os recentes embates com os filhos do chefe do Executivo e as trocas de farpas, o senador acredita que a relação com o presidente não será afetada. "Da minha parte não. Espero que não. Que ele não confunda as coisas. Agora, tudo tem limite. Mesmo que Bolsonaro saia do partido, as bandeiras e os projetos eu vou continuar defendendo, mas chega num momento que não dá para ficar aguentando aborrecimentos infantis. Porque primeiro não temos família imperial no Brasil, não temos dinastia. Nós votamos no presidente e comportamentos principescos aí, achando que pode tudo por ser filho 'de'. Quem quiser que suporte, eu não".

Questionado se votaria em Eduardo Bolsonaro caso seja feita indicação no Senado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington, Major Olímpio expôs que votaria a favor, mas a pedido do Bolsonaro pai.

"Vou votar pela indicação que o presidente, que é o pai está me fazendo. Não é por causa do Eduardo. É apesar de ser ele", concluiu.
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