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Uso de asfalto ecológico em rodovias pode virar lei em Pernambuco

Publicado em: 07/09/2019 15:56

Asfalto ecológico é feito a partir de pneus usados - Pixabay/Reprodução
Cerca de 450 mil toneladas de pneu são descartadas por ano no Brasil de forma irregular no meio ambiente. Para se ter uma ideia do prejuízo ambiental, um pneu pode demorar até 600 anos para se decompor na natureza. Há muitas alternativas de reciclagem do produto, mas seu uso depende, muitas vezes, da iniciativa do poder público. Em Pernambuco, o deputado estadual Gustavo Gouveia (DEM) elaborou o Projeto de Lei (PL) nº 0395/2019, aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde propõe o uso do asfalto ecológico na pavimentação e recapeamento de rodovias e recuperação de vias públicas no estado.

O asfalto ecológico é feito a partir da captação de pneus que seriam descartados. Para o deputado esse debate chega em um importante momento em que as questões ambientais voltam ao centro das discussões políticas e sociais. “A ideia surgiu exatamente desse momento que a gente está vivendo em relação à importância de cuidar das questões ambientais”, apontou o deputado.

Na sua justificativa, o deputado também ressalta as vantagens do asfalto ecológico em relação ao tradicional. “Sou estudante de engenharia e essa questão sempre me preocupou. Nossas rodovias não têm uma manutenção adequada. Basta sair do estado para ver a diferença das nossas estradas em relação aos estados vizinhos”, afirmou. A durabilidade do asfalto feito do pneu chega a ser 40 vezes maior do que a do modelo padrão.

Por ser produzido com pó de borracha, o asfalto ecológico “herda” as características dos pneus e garante muito mais estabilidade e aderência, justamente pelo contato da borracha do asfalto com a borracha dos pneus que estão nos veículos. “Nas operações tapa-buraco são mais utilizados o asfalto frio que tem como solvente a água, por isso se desfaz mais facilmente. Já o asfalto com pneu, além de uma durabilidade maior, tem também uma maior aderência e ajuda a evitar acidentes”, revelou o deputado.

A expectativa do deputado é que o projeto passe nas outras comissões para ser votado no plenário ainda este ano. “Acredito que os presidentes das outras comissões, principalmente a do meio ambiente, darão atenção a essa questão, que é de relevância para o nosso estado”, apontou.
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