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Dallagnol acena para Aras na tentativa de se manter no cargo

Publicado em: 21/09/2019 08:03

CNMP/Reprodução
Uma entrevista do chefe da força-tarefa da Lava-Jato, Deltan Dallagnol, e uma mensagem dele aos colegas sobre Augusto Aras, nome escolhido por Jair Bolsonaro para a Procuradoria-Geral da República, deram sobrevida ao investigador de Curitiba no cargo. Antes da definição do presidente, Aras e Dallagnol estavam em campos opostos, com avaliações divergentes sobre a troca de comando na PGR e sobre os vazamentos das mensagens dos procuradores com o ex-juiz Sérgio Moro.

No caso da sucessão de Raquel Dodge, ex-chefe da PGR, Dallagnol e os demais integrantes da força-tarefa defenderam, mais de uma vez, a votação da lista tríplice feita pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) — que acabou desconsiderada por Bolsonaro ao escolher Aras. Em relação à Vaza-Jato, Aras defendeu, de maneira privada, o afastamento de Dallagnol para não comprometer a investigação.

Os acenos de Dallagnol a Aras mudaram as impressões iniciais, mas isso não significa que o procurador de Curitiba permaneça no cargo por muito tempo. Além de um voto de confiança ao novo PGR a partir de mensagens internas, Dallagnol, em entrevista ao Correio, citou positivamente o escolhido por Bolsonaro. Teria inclusive ocorrido uma troca de telefonemas entre os dois como forma de reforçar a garantia das investigações de Curitiba.

“O novo PGR está se propondo a fazer um bom trabalho na Lava-Jato, designou ótimos colegas que já atuavam lá até recentemente, e têm condições para isso. Vamos cobrar isso dele, mas também precisamos fazer nossa parte, precisamos colaborar. É preciso ter uma atitude construtiva para que o Ministério Público alcance os melhores resultados em prol da sociedade”, disse Dallagnol ao Correio.

A definição do chefe de uma força-tarefa cabe ao comandante do MP. No caso da Lava-Jato, o procurador-geral, na época, seguiu a decisão dos integrantes da equipe. Mesmo que Aras tire a coordenação de Dallagnol no futuro, isso não significa que sairá da força-tarefa. Ele pode ceder o cargo e permanecer no grupo investigativo.
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