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Eleição da Câmara

'Não há definição no jogo', diz João Campos

Deputados federais de Pernambuco têm considerado a alternativa de apoiar JHC (PSB-AL), deputado federal mais votado do Brasil, à Presidência da Câmara

Publicado em: 19/01/2019 06:01 | Atualizado em: 18/01/2019 22:39

João Campos participou da reunião com o governador ao lado do líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar, e do secretário da Casa Civil, Nilton Mota Fotos: Hélia Scheppa/SEI
“Não há definição no jogo”, disse o deputado federal João Campos (PSB), ontem, após participar de uma reunião no Palácio das Princesas onde o governador Paulo Câmara (PSB) recebeu a visita do deputado federal João Henrique Caldas (PSB-AL), conhecido por JHC, o mais votado do Brasil, em termos proporcionais. JHC veio pedir apoio dos socialistas pernambucanos à postulação de sua candidatura ao cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Ele quer concorrer contra Rodrigo Maia (DEM), favorito na disputa. Indagado se JHC será o nome do partido e do Nordeste na corrida eleitoral pelo cargo mais importante do Poder Legislativo federal, a chamada Casa do Povo, o deputado continuou o suspense. “Ele tem a simpatia de muitos companheiros e pode vir a ser o nosso candidato”, declarou, sem antecipar uma posição definitiva. 

Segundo João Campos, o PSB tomará duas decisões na próxima segunda-feira, numa reunião entre todos os deputados federais eleitos pela legenda (32 ao todo). A primeira diz respeito à posição do partido no bloco formado pelo PDT e PCdoB, considerando que as duas últimas legendas declaram apoio a Rodrigo Maia. A segunda tratará do nome que será apresentado pelo partido ou apoiado para concorrer a presidente. “JHC veio aqui, disse que deve respeitar a posição do PSB e se colocou à disposição de Pernambuco”, declarou Campos. “A posição em relação à candidatura de JHC está ligada diretamente a qual bloco o PSB vai ficar”, acrescentou o parlamentar, em entrevista ao Diario. “A gente fez uma reunião na última quinta-feira, tirou um indicativo e ficou de voltar a uma reunião caso o nosso indicativo fosse diferente da tomada pelo PCdoB e do PDT. Vamos voltar segunda para deliberar”.
João Campos participou da reunião com o governador ao lado do líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar, e do secretário da Casa Civil, Nilton Mota. Ao contrário da visita de Rodrigo Maia, que desceu ladeado na escada vermelha do Palácio das Princesas de deputados de várias correntes, JHC teve uma passagem discreta por Pernambuco. Deixaram de participar do encontro os socialistas Danilo Cabral, Felipe Carreras e Gonzaga Patriota. Danilo explicou que não pôde comparecer à reunião, mas ligou para JHC e explicou os motivos pessoais. “Tenho um respeito enorme por ele. Ele é um grande quadro do PSB, representa a renovação que a política deseja no Brasil. Espero que a candidatura dele como alternativa seja analisada na reunião da segunda-feira”, destacou Danilo. 

Entusiasta da postulação de JHC, Felipe explicou que está de férias com as filhas. Já Gonzaga Patriota disse que sequer foi convidado para o encontro, mesmo tendo relação próxima com o alagoano. “Eu não existo para eles”, declarou, referindo-se ao tratamento que recebe do governo do estado. “Por quê? Porque eu não peço, quero ser livre”, continuou Patriota, também em entrevista à reportagem.

Na última quinta-feira, Rodrigo Maia veio ao Recife e foi recebido por Paulo Câmara. Foto: Hélia Scheppa/SEI

Entenda como está a eleição da Câmara
O PSL, partido de Jair Bolsonaro, declarou apoio a Rodrigo Maia (DEM) depois de o bloco formado pelo PDT, PCdoB e PSB acenar em defesa de sua reeleição, até mesmo pelo estilo do parlamentar, que costuma manter um diálogo com todas as correntes partidárias. Quando o PSL entrou no jogo, o PSB decidiu sair e com apoio de deputados federais de Pernambuco, numa reunião que culminou com um indicativo e recebeu 21 votos. Se o PSB não tivesse saído do jogo, a vitória de Maia era considera, certa ele não precisaria estar se movimentando nos estados, como faz agora.

No Recife, Maia frisou que a eleição da Mesa Diretora não se trata de um terceiro turno, mesmo assim, frisou respeitar a decisão do PSB. Ele conta, inclusive, que terá o apoio de deputados do partido, uma vez que a votação será secreta. O PCdoB continuou apoiando Maia, bem como o PDT. Para a vice-governadora Luciana Santos (PCdoB), o apoio ao candidato do DEM evita o surgimento de um nome mais conservador, de cunho autoritário. Outro ponto que motiva a adesão do PCdoB a Maia é que ele deu apoio à eleição de Aldo Rebelo à Presidência da Câmara em 2005, na sucessão de Severino Cavalcanti. Aldo era do PCdoB, saiu para o PSB e depois se filou ao Solidariedade, porém mantém uma relação próxima aos comunistas. Nos bastidores, ele teria entrado no Solidariedade a partir de um acordo negociado com Rodrigo Maia. 

O babado é grande.
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