Corrupção

Draco inaugura trazendo investigações de corrupção em Paulista

Com 168 policiais, o Draco será o primeiro desse tipo no Nordeste com foco no combate a desvios do erário

Publicado em: 11/12/2018 08:00

Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

Ao estilo dois em um, o governo do estado inaugurou, ontem, a nova sede do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco) e, ao mesmo tempo, anunciou uma operação de combate à corrupção no município de Paulista, onde o ex-presidente da Câmara de Vereadores Iranildo Domício de Lima teria desviado R$ 500 mil. Com 168 policiais, o Draco será o primeiro desse tipo no Nordeste com foco no combate a desvios do erário, competindo em semelhança com departamentos já existentes no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

O governo estadual não admite publicamente, mas, nos bastidores, sabe que errou no time ao apresentar as mudanças depois das eleições, sem diálogo com as entidades de classe, como a própria Associação dos Delegados de Polícia Civil de Pernambuco. Mas a rejeição ao projeto enfraqueceu após a indicação de uma delegada respeitada entre os pares para chefiá-lo: Sylvana Lellis, reconhecida pela “honestidade” e “competência”, segundo representes do Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco, entidade que vive às turras com o governador Paulo Câmara (PSB). A adjunta é Érika Bezerra.

O anúncio do Draco foi feito em três partes – uma de manhã e duas de tarde - com presença de todos os delegados e delegadas do departamento, bem como do secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua. O chefe da Polícia Civil, Joselito Amaral, e o promotor Maviael de Souza também prestigiaram a coletiva para falar sobre o departamento que substituiu a antiga Delegacia de Polícia de Crimes contra a Administração e Serviços Públicos (Decasp). De acordo com Joselito Amaral, se o departamento não tivesse sido criado até o final de 2018, perderia inclusive recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).  

Na vida pública, essa é a segunda grande missão da delegada Sylvana Lellis. Ela estruturou o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ajudou na formação de muitos policiais e tem no currículo 80% de prisões mantidas pela Justiça. Sylvana inclusive chegou à coletiva com o discurso azeitado, respondendo a todos os questionamentos levantados pela oposição na Assembleia Legislativa, pelas entidades de classe e por parte da sociedade civil. Segundo ela, todos os departamentos de polícia existentes no estado foram criados em regime de urgência. “O que mais demorou foi o DHPP, que foi criado em 26 dias”, declarou, citando as particularidades da delegacia que investiga crimes contra a vida. “A partir de janeiro, estaremos a todo vapor”, declarou, citando que dos 2.880 procedimentos levantados no inventário de transição com a Decasp, 2.463 foram para o Ministério Público.  

No Draco, duas das seis delegacias serão de combate aos crimes de colarinho branco. As unidades policiais por Viviane Santa Cruz e Diego Pinheiro. No tocante à operação deflagrada, chamada de Chaminé II, dos quatro mandados de prisão expedidos contra pessoas que desviaram recursos públicos da Câmara de Paulista, três foram cumpridos e um dos investigados está foragido. As prisões são temporárias (por tempo indeterminado). O ex-presidente da Câmara é suspeito de ter contratado cargos comissionados fantasmas, desviados salários e diárias pagas para cursos que nunca existiram. Muitos dos cursos inexistentes, inclusive, foram aprovados pela União dos Vereadores de Pernambuco. Ivanido não foi localizado até o fechamento desta edição. Os suspeitos lavaram o dinheiro comprando três imóveis no valor de R$ 500 mil, mas os bens foram confiscados pela polícia ontem. Na operação Chaminé I e Chaminé 2, cerca de R$ 5 milhões teriam sido desviados em Paulista.

Os dados a seguir são da Polícia Civil

A investigação em Paulista começou em agosto de 2018, com objetivo de prender integrantes de uma Organização Criminosa, voltada para a prática dos crimes contra à Administração Pública e que desviavam recursos do erário, são:

1) PECULATO;

2) LAVAGEM DE DINHEIRO;

3) ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA.

Durante a operação, foram cumpridos 4 ( quatro) mandados de prisão e 6 ( seis) mandados de busca e apreensão domiciliar expedidos pelo MM Juiz da Vara Criminal da Comarca do Paulista.

Na execução, foram empregados 50 ( cinquenta) Policiais Civis, entre Delegados, Agentes e Escrivães do DRACO.

A Operação está sendo coordenada pela DIRESP  e supervisionada pela Chefia de Polícia.

As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco - DINTEL.

Todas as prisões desta segunda-feira foram preventivas, sem prazo para expirar


A polícia não revelou o nome de quem estava foragido para não prejudicar as investigações

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