MDB deve confirmar candidatura de Meirelles ao Planalto em breve

Partido quer prejuízos eleitorais com a indefinição de um nome. Ele será o centro das atenções em evento da legenda hoje

Publicado em: 22/05/2018 08:28 | Atualizado em: 22/05/2018 08:31

A escolha do ex-comandante da equipe econômica é favorecida pela baixa rejeição entre eleitores e por representar o legado da gestão atual. Foto: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles será o candidato do MDB na corrida eleitoral para a Presidência da República. A confirmação do ex-comandante da equipe econômica pode ser feita ainda hoje pelo próprio presidente Michel Temer.

Ele participa nesta terça-feira de evento que marcará o lançamento do documento intitulado de “Encontro com o Futuro”, uma espécie de evolução do programa de governo “Ponte para o Futuro”. A ideia é emplacar uma plataforma que apresente um passo seguinte para a sucessão presidencial ou mesmo para a pré-candidatura que quiser apoio da legenda.

A definição de Meirelles é sustentada por uma ala emedebista, que entende que o partido não deve mais ficar no atual cenário de incertezas sobre quem defenderá o legado governista. O emedebista admitiu em entrevista ao Correio, publicada na última sexta-feira (18/5), que estava “meditando” sobre a possibilidade de desistir da pré-candidatura. 

A alta rejeição nas pesqusias, no entanto, deve fazer Temer desistir. Quase 65% dos eleitores consultaods não votaria de modo algum no presidente, segundo pesquisas de intenção de voto. Os mesmos levantamentos apontam que a rejeição de Meirelles é bem menor, na casa dos 14%. A possibilidade de Temer ser denunciado uma terceira vez pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com base em inquéritos da Polícia Federal (PF), é outro fator que pesa para a tomada da decisão.

O discurso sobre a desistência ainda está sendo alinhado entre Temer e auxiliares. Mas não deve demorar muito para sair. “Todos os partidos estão se movimentando. Alguns discutem até alianças. Está na hora de o MDB tomar uma postura mais definitiva”, defendeu um aliado de Temer. Emplacar Meirelles, no entanto, não será um processo fácil.

O desemprego continua alto, e a grande massa da população ainda não compra o discurso governista de melhora da economia. Interlocutores de Temer discordam e ressaltam que o emprego formal dá sinais de recuperação, mas admitem que estão em curso propostas para compor uma agenda positiva que garanta votos, como a redução do preço dos combustíveis.

Legado
 
A escolha por Meirelles se deve ao fato de que ele não tem o nome envolvido em suspeitas de corrupção, tem baixa rejeição, mas, sobretudo, por ser alguém que representaria o legado da gestão atual. A avaliação é de que ele tem as credenciais para abraçar o programa “Encontro com o Futuro”, que vai continuar a agenda de reformas, integração e valorização da produção nacional. “Ele tem a identificação, o conhecimento econômico e um histórico positivo que o governo precisa para emplacar uma pré-candidatura”, ponderou um interlocutor do presidente.

A avaliação encontra eco na alta cúpula do Palácio do Planalto. Em evento em Mato Grosso do Sul, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, chamou Meirelles de “nosso presidente da República”. “Gente que fez, gente que faz, e gente que sabe que pode continuar fazendo”, disse o articulador político. A declaração foi filmada e divulgada pelo próprio ex-ministro em uma rede social.

É nos mínimos detalhes que o MDB está, aos poucos, emplacando Meirelles como o pré-candidato do partido. Amanhã, o terceiro dia da 21ª edição da chamada Marcha em Defesa dos Municípios, evento que conta com a participação de prefeitos de todo o país, promoverá um debate com a presença de pré-candidatos. O ex-comandante da Fazenda está confirmado como o representante da legenda. “Vamos ouvir os candidatos e quem vai pelo partido (MDB) é o Meirelles”, afirmou o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CMN), Paulo Ziukoski.
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