° / °

Política
Forças Armada

Não existe plano de intervenção

Em resposta às declarações do general Villas Bôas, comando do Exército negou que haja qualquer estratégia para comprometer ordem constitucional

Publicado: 05/04/2018 às 08:45

O gabinete do comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, negou a existência de “qualquer plano estratégico” na Força que possa “comprometer a ordem constitucional vigente” no país. Ao mesmo tempo, no entanto, saiu em defesa do general Antônio Mourão, que em setembro disse que as Forças Armadas poderiam “impor uma solução” para a crise política no país. “Informo, ainda, que não existe no âmbito desta Força Armada qualquer plano estratégico para situações hipotéticas, ainda que emergenciais, que possa comprometer a ordem constitucional vigente”, afirmou o Comando do Exército.

Ontem, na véspera do STF julgar o habeas corpus do ex-presidente Lula, Villas Bôas usou o Twitter para questionar o comportamento das instituições brasileiras e dizer que o Exército repudia a impunidade e está à disposição da Nação brasileira. “Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?”, questionou o comandante, que ontem tinha mais de 112 mil seguidores no Twitter e depois da polêmica declaração ganhou cerca 50 mil seguidores.

Explicações

O procurador da República no Distrito Federal Ivan Cláudio Marx solicitou ontem que o ministro interino da Defesa, o general Joaquim Silva e Luna, se manifeste sobre as declarações feitas pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas.
O procurador quer que o ministro da Defesa tenha “ciência e manifestação sobre eventual risco de função interventora das Forças Armadas”.

Prejuízo

O comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Nivaldo Luiz Rossato, afirmou em nota à imprensa ontem que os militares não devem impor sua vontade, e fez um chamado ao cumprimento fiel da Constituição. O comandante afirmou que os militares, tanto os da reserva quanto os da ativa, não devem se empolgar em prejuízo das instituições. “Nestes dias críticos para o país, nosso povo está polarizado, influenciado por diversos fatores. Por isso é muito importante que todos nós, militares da ativa ou da reserva, integrantes das Forças Armadas, sigamos fielmente a Constituição, sem nos empolgarmos a ponto de colocar nossas convicções pessoais acima daquelas das instituições”, escreveu Rossato.  (Folhapress e AE)
Mais de Política