Doria vence prévias e será candidato do PSDB ao governo de São Paulo

Ao discursar nas prévias, Doria justificou sua saída da prefeitura com o argumento de que escolhera o vice certo ao montar uma chapa puro-sangue

Publicado em: 19/03/2018 07:53

Doria foi favorecido nas prévias por uma mudança de ambiente político no estado. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
Doria foi favorecido nas prévias por uma mudança de ambiente político no estado. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)


Nas primeiras prévias realizadas pelo PSDB paulista desde a sua fundação, o prefeito de São Paulo, João Doria, foi escolhido ontem candidato ao Palácio dos Bandeirantes com 79,62% dos votos (11.993), contra 7,31% dos votos (1.101) de Floriano Pesaro, 6,59% (993) de Luiz Felipe D’Ávila e 5,98% (901) de José Aníbal. Houve prévias em 72 cidades, num total de 126 locais de votação. Doria deve deixar a prefeitura em 6 de abril, totalizando pouco mais de 15 meses de mandato à frente da administração paulista. O vice-prefeito Bruno Covas (PSDB) assumirá seu lugar com amplo apoio partidário.

Ao discursar nas prévias, Doria justificou sua saída da prefeitura com o argumento de que escolhera o vice certo ao montar uma chapa puro-sangue, “contrariando as regras, os manuais, os caciques”. Disse que São Paulo não perde um gestor, “ganha dois gestores”. E ensaiou rebater as críticas que receberá durante a campanha por deixar a prefeitura: “Faremos uma gestão compartilhada com a prefeitura, assim como temos feito com o governador Geraldo Alckmin. A nossa vitória em São Paulo vai alçar a trajetória de Geraldo Alckmin para o Palácio do Planalto.”

Pesaro e Dávila aceitaram resultado e prometeram apoio ao candidato tucano, mas Aníbal queixou-se muito da organização das prévias: “O partido está errando, a direção partidária está atropelando, desrespeitou normas regimentais, é um processo por rolo compressor. É um pressuposto de que o recall do prefeito é o melhor recall entre os pré-candidatos e isso o qualifica para ser candidato a governador, pelo contrário, o prefeito sai da prefeitura e sai muito criticado pela população de São Paulo, que confiou nele, que acreditou na palavra dele”, disse Aníbal.

Doria foi favorecido nas prévias por uma mudança de ambiente político no estado. A maioria dos tucanos era a favor da candidatura própria, rejeitava a aliança com o vice de Alckmin, Márcio França (PSB), que deve assumir o governo quando o governador paulista se desincompatibilizar do cargo para disputar a Presidência da República. Uma ala do partido defendia a aliança com França, na expectativa de que isso levasse o PSB a compor uma aliança nacional com Alckmin. Não foi o que aconteceu. Como o PSB está cada dia mais distante do tucano e mais próximo da candidatura de Ciro Gomes (PDT), a posição de Doria se fortaleceu muito. Além disso, sua saída da prefeitura abriu espaço para a liderança de Bruno Covas, neto do falecido governador Mário Covas, que dialoga com os dissidentes.
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