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POLÍTICA

Cenas de violência marcam caravana do ex-presidente Lula pela Região Sul

Em Santa Maria, fotógrafo flagrou um homem chicoteando outro durante confronto entre apoiadores e críticos a Lula. Em São Borja, caravanas de apoio ao petista foram recebidas com pedradas

Publicado em: 22/03/2018 12:52 | Atualizado em: 22/03/2018 12:55

 (Foto: Itamar Aguiar/AFP)
Foto: Itamar Aguiar/AFP
Na quarta etapa de sua caravana pelo país, quando percorrerá os três estados da Região Sul até o próximo domingo (25/3), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem tido uma recepção diferente da que foi observada em outros estados, como os do Nordeste, onde a popularidade do petista é bem mais alta.

Nas cidades do Rio Grande do Sul, por onde começou a viagem, o presidente tem sido recebido por grupos de apoiadores, mas há também a presença, em menor número, de críticos, o que expõe, mais uma vez, a divisão eleitoral regional do país. Em vários casos, a presença de manifestantes com posições opostas tem resultado em atos de violência.

Circula nas redes sociais uma foto atribuída a Guilherme Santos, do site Sul 21, em que o confronto entre manifestantes na frente da Universidade Federal de Santa Maria, onde Lula esteve na terça-feira (20/3), resultou em um homem agredindo outro com um chicote. Entre as pessoas que postaram a foto nas redes sociais, está a jornalista Laura Gross, que, diante da cena, questiona: "O que acontecerá até outubro?"




Boneco e pedras

Desde o primeiro dia da viagem pelo Sul, manifestantes contrários a Lula têm se mostrado presente. No início dessa quarta fase, em Bagé, na segunda-feira (19/3), produtores agrícolas inflaram um boneco de Lula caracterizado como presidiário. Desde, então, a tensão tem aumentado.

Na quarta-feira (21/3), em São Borja, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, houve confrontos entre ruralistas e integrantes de movimentos sociais. Caravanas que chegavam para apoiar Lula foram recebidas com pedras jogadas contra os ônibus, mas não houve feridos.

Já em frente ao Museu Getúlio Vargas, foi registrado um pequeno incidente em que um manifestante do MST foi agredido. O forte aparato policial evitou confrontos e direcionou grupos rivais para locais em que pudessem ser controlados.

Ao lado de Dilma

O ato político estava marcado para as 14h na Praça XV de Novembro, no centro da cidade onde fica o Mausoléu Presidente Getúlio Vargas, mas só começou por volta das 17h. Muitos pronunciamentos entremeados com apresentações artísticas seguraram o público por várias horas até a chegada de Lula, que estava acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente do PT, Gleisi Hofmann, e de lideranças locais como o ex-governador Olívio Dutra.

O discurso de Dilma Rousseff destacou principalmente a instalação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e do Instituto Federal Farroupilha (IFF) na cidade, além do que chamou de "golpe" para tirá-la do poder. Ela ainda falou sobre os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e o ex-governador Leonel Brizola, todos com forte ligação com São Borja - os túmulos dos três políticos trabalhistas estão no cemitério do município.

Lula iniciou seu discurso atacando o que chamou de "direita fascista", que, no seu entendimento, "muitas vezes se beneficiou dos recursos do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) para adquirir máquinas com valores subsidiados." O ex-presidente lamentou o clima tenso comandado por "empresários e ruralistas", afirmando que seu partido não adotaria a mesma atitude. "Isso não faz parte da democracia."

Ocorreram pequenos confrontos entre um grupo que protestava contra Lula e usava frases que pediam sua prisão e, de outro lado, integrantes da CUT e do MST em defesa do ex-presidente. O ato foi encerrado pouco depois das 18h. A caravana seguiu, ainda sob forte esquema de segurança, para a região das Missões, onde Lula visita as cidades de São Miguel e Santo Ângelo.

Próximas datas da Caravana de Lula pelo Sul

RIO GRANDE DO SUL

Quinta-feira, 22 de março de 2018

São Miguel das Missões
09h00 - Visita ao sítio arqueológico de São Miguel Arcanjo
Cruz Alta
12h30 - Parada em Cruz Alta
Palmeira das Missões
18h00 - Ato com movimentos sociais

Sexta-feira, 23 de março de 2018

Ronda Alta
09h30 - Para em Ronda Alta (visita a MCMV Rural)
Passo Fundo
13h00 - Visita ao campus de Passo Fundo da Universidade Federal da Fronteira Sul
São Leopoldo
19h00 - Ato público

SANTA CATARINA

Sábado, 24 de março de 2018

Florianópolis
10h00 - Reunião com reitores e diretores de Santa Catarina
12h00 - Ato pela Educação
Chapecó
19h00 - Ato regional do Oeste de Santa Catarina

Domingo, 25 de março de 2018
Nova Erechim
10h00 - Encontro com o sistema cooperado da agricultura familiar
São Miguel do Oeste
14h30 - Visita na produção de leite CooperOeste
18h30 - Ato cultural

PARANÁ

Segunda-feira, 26 de março de 2018

Francisco Beltrão
10h00 - Ato da agricultura familiar do sudoeste do Paraná
Foz do Iguaçu
17h00 - Seminário internacional da Tríplice Fronteira

Terça-feira, 27 de março de 2018

Quedas do Iguaçu
12h00 - Ato pela reforma agrária
Laranjeiras do Sul
15h30 - Visita ao Campus da UFFS e a laboratórios de agronomia
17h30 - Encontro com assentados no Assentamento 8 de junho seguido de confraternização

Quarta-feira, de 28 de março de 2018

Curitiba
17h00 - Ato de encerramento da Caravana
TAGS: violencia | caravana | sul | lula |
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