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DESFILIAÇÃO

Após 26 anos, Raul Jungmann desfilia-se do PPS

Atual Ministro da Segurança Pública do Brasil creditou desfiliação à "forma autoritária" de como se dá o ingresso de novos membros no partido

Publicado em: 21/03/2018 16:58 | Atualizado em: 21/03/2018 18:06

Raul Jungmann desfilia-se do PPS após 26 anos no partido - Foto: Luis Nova/Esp. CB/D.A Press

O ex-Ministro da Defesa e atual Ministro Extraordinário da Segurança Pública do Brasil no Governo Temer, Raul Jungmann, assinou, nesta quarta-feira (21), sua carta de desfiliação do Partido Popular Socialista (PPS), do qual foi membro durante 26 anos. 

Ministério da Segurança Pública

O porta-voz da presidência da República, Alexandre Parola, oficializou, no mês de fevereiro, a criação do Ministério Extraordinário da Segurança Pública e a nomeação de Raul Jungmann para comandar a nova pasta. "O presidente Michel Temer edita a medida provisória que cria o ministério Extraordinário da Segurança Pública”, informou Parola, confirmando o nome de Jungmann e o nome do secretário-geral da Defesa, general Joaquim Silva e Luna, para assumir a Defesa.

Para o lugar de Jungmann no Ministério da Defesa assumirá o general Joaquim Silva e Luna, atual secretário-geral da pasta. É a primeira vez que um militar assume como ministro da Defesa. Segundo fontes, a tendência é que o presidente Michel Temer mantenha o general da reserva no cargo.

Currículo

Jungmann está à frente do Ministério da Defesa desde maio de 2016, quando tomou posse prometendo dar prosseguimento aos projetos estratégicos das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica). Durante sua gestão, comandou a organização do emprego de efetivo militar na segurança dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio de Janeiro e o processo de retirada das tropas brasileiras do Haiti. Em setembro de 2016, cerca de 25 mil militares deram apoio logístico à realização das eleições municipais em 409 localidades de 14 estados, garantindo a segurança do pleito. 

Confira um trecho da carta divulgada pelo político: 

Desligo-me do partido, meu único partido ao longo de toda minha vida pública (**), por discordar da forma pela qual se deu a entrega do seu comando partidário aos que nele ingressarão, uma forma autoritária, que desconsiderou instâncias, sem transparência e ao arrepio da democracia interna. Chegou-se ao cúmulo do arbítrio de impedir e retirar membros indicados da delegação do Estado de Pernambuco ao Congresso Nacioal do partido e substitui-los ao sabor das preferências do Sr. Presidente nacional, sem qualquer comunicão à direção estadual!

Nada remos a opor à entrada de novos quadros no partido; aliás, ela se faz necessária diante dos desafios à frente. Mas, à custa do respeito e história dos que fazem e fizeram o PPS, é inaceitável e humilhante.

Sigo na política, escolha de vida inafastável dos meus sonhos de um mundo mais justo e de paz. Foi apenas pelas responsabilidades e riscos de assumir a segurança pública do Brasil nesse grave momento de crise.

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