Opinião

Ministro: Exército não pode temer ser punido por ''atitude mais firme''

"Está todo mundo esperando que tenha resultado e pra ter resultado em um momento crítico, tem que jogar duro", afirmou Osmar Terra, do Desenvolvimento Social

Publicado em: 21/02/2018 20:51

Foto:  Marcelo Ferreira/CB (Foto:  Marcelo Ferreira/CB)
Foto: Marcelo Ferreira/CB (Foto: Marcelo Ferreira/CB)


Integrante de uma força-tarefa criada no ano passado para tentar reduzir a violência no Rio de Janeiro, o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra, afirmou em entrevista ao programa CB.Poder — uma parceria do Correio com a TV Brasília —, nesta quarta-feira (21/2) que os militares que participarão da intervenção federal no estado não podem ter "medo de tomar uma atitude mais firme e ser punido por isso".

Na visão do ministro, as facções criminosas tendem a lutar para defender suas áreas de controle. Assim, segundo ele, deve haver um conflito entre o crime organizado e as forças de segurança e "é possível" que haja mortes. "O que não pode é, na tentativa de botar ordem de novo na cidade, a força de intervenção que vai estar lá ser punida por isso", afirmou. "Tá todo mundo esperando que tenha resultado e pra ter resultado em um momento crítico, tem que jogar duro", acrescentou.

As afirmações se assemelham às do comandante do Exército brasileiro, general Villas Boas. Em reunião com o Conselho da República na segunda-feira (19/2), ele pediu que os militares tivessem garantias para agir "sem o risco de surgir uma nova Comissão da Verdade".

Terra defendeu que os militares sejam julgados por eventuais crimes pela Justiça militar, o que já foi previsto por uma lei sancionada em outubro do ano passado. Ainda na avaliação do ministro, o excesso de limitações foi o que dificultou o sucesso das ações de Garantia da Lei e da Ordem executadas até hoje no Rio de Janeiro. 

"O que o Exército tem que fazer é ter o mínimo de liberdade para impor a autoridade pública. O Rio precisa de reposição da autoridade pública em todos os recantos. Não pode ter uma área liberada, da bandidagem, do tráfico. Tem que estar tudo sob o controle do estado", pontuou.

Também na entrevista, Terra, que integra o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad) e é crítico a uma possível descriminalização, defendeu penas maiores para usuários e até internação compúlsória — em alguns casos — para dependentes químicos. "Estamos há muito tempo sem uma política pública de segurança e sobre drogas. Só tem discurso", avaliou.




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