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Ricardo Costa: Pernambuco: maior produtor de gesso do Brasil

Ricardo Costa é deputado estadual (PMDB)

Publicado em: 09/01/2018 07:16

No mês passado, Trindade e todo Polo Gesseiro do Araripe foi beneficiado com o Decreto 45.501/2017, assinado pelo governador Paulo Câmara, que simplifica a cobrança de ICMS da cadeia produtiva de gipsita, gesso e derivados no Estado. O recolhimento do tributo será concentrado nas mineradoras, exonerando o restante da cadeia nas operações relacionadas às saídas internas, interestaduais e exportação de gipsita e derivados. Uma ação de suma relevância, pois contempla uma importante setor produtivo que só nos orgulha, além de estimular a nossa economia e elevar o nome da nossa terra.

Pernambuco é o maior produtor de gesso do Brasil, responsável por mais de 90% da produção nacional. Nós somos o estado que possui as maiores reservas de gipsita do país, a maior parte concentrada no dinâmico Polo Gesseiro do Araripe, abrangendo os municípios de Trindade, Araripina, Bodocó, Ipubi e Ouricuri. Só para se ter uma ideia, existem 40 minas de gipsita instaladas na região. Essa atividade produtiva também conta com aproximadamente 180 empresas calcinadoras, responsáveis pelo processo de transformação da gipsita em gesso, que agora, estarão dispensadas de recolher o ICMS. O Decreto contempla ainda, 300 fábricas de artefatos de produtos de gesso, onde são produzidas as placas, forros e blocos de gesso utilizados na construção civil e em outras atividades. A extração e processamento da gipsita são a atividade econômica mais relevante do Sertão do Araripe, movimentando mais de 70 milhões de reais.

Nesse artigo, refiro-me com entusiasmo e orgulho à importância do Polo Gesseiro, e a sua nova conquista, mas não posso deixar de cobrar a quem de direito, o governo federal e aos responsáveis pela Transnordestina, uma atitude em relação à famosa ferrovia que se encontra com as obras paralisadas há vários anos, enferrujando o que foi implantado e envergonhando a todos nós pelo descaso com que tratam os nordestinos.

Com a ferrovia funcionando a todo vapor, o frete seria reduzido (hoje custa de duas a quatro vezes mais do que a matéria-prima transportada), e com isso, ampliaria a empregabilidade e a competitividade das empresas pernambucanas no mercado brasileiro e internacional. Infelizmente a obra está abandonada. Os números também explicam os benefícios que a Transnordestina poderia trazer, pois um vagão comporta mais ou menos 100 toneladas, em média cinco vezes mais que um caminhão e cada locomotiva transporta cerca de 20 vagões. Além de aumentar a capacidade de escoamento, o frete ferroviário custa um terço do rodoviário.  A logística criada com a sua conclusão beneficiaria todo o estado e região, com efeito positivo até ao Meio Ambiente.  Então fica aqui a pergunta: Até quando vamos deixar se perder essa oportunidade de ouro? Afinal, a ferrovia vem ou não vem?
Precisamos unir todas as forças empresariais e políticas de Pernambuco na luta pela conclusão da Transnordestina.
 
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