Opinião
Dilsa Doddrell: Meu encontro com o Príncipe Harry
Dilsa Doddrell é PhD em Odontologia e patronesse da Happy Child International
Publicado em: 16/01/2018 07:27
Antes de chegar ao Príncipe Harry, algumas palavras, à guisa de esclarecimento, de como uma pernambucana, do Sertão do Pajeú, se tornou Consulesa Britânica e chegou a jantar com o neto de sua majestade, a Rainha Elizabeth II.
Previamente professora da UFPE, obtive o mestrado pela USP e, com uma bolsa de estudos, fiz minhas malas rumo a Londres, onde iria cursar o doutorado. Quis o destino, ou a providência divina, que, durante os meus estudos, eu conhecesse um inglês chamado John Doddrell, numa viagem de trem de Paris a Roma (essa é uma outra história que conto no meu recente livro de memórias), e que anos depois se tornaria meu marido. John foi nomeado Cônsul Geral Britânico no Brasil e, depois de 20 anos morando em Londres, mudamos para São Paulo, tempo em que desempenhei minhas funções de Consulesa Britânica (2010-2014).
Durante o nosso tempo em São Paulo, Sua Alteza Real, Príncipe Henry de Gales, seu título oficial, visitou o Brasil em duas ocasiões. Em uma delas, como convidado de honra do Consulado Britânico para participar da comemoração oficial do aniversário da Rainha Elizabeth II, data que marca oficialmente o Dia Nacional do Reino Unido no calendário diplomático de todos os países com representação britânica. Foi um evento bastante prestigiado e contamos com mais de 400 pessoas, oriundas de vários setores da sociedade paulista. Como normalmente acontece em eventos com a participação de membros da família real, gerou intenso interesse da mídia, com a presença de inúmeros jornalistas e fotógrafos. Nós recepcionamos o Principe Harry no evento, juntamente com o embaixador britânico e sua esposa.
Ainda em São Paulo, o Principe Harry participou de um evento beneficente em prol da instituição “Santebale”, que lida com crianças carentes na África, da qual a sua mãe, Princesa Diana, era patronesse, e ele continuava o trabalho deixado por ela. Organizamos um jantar, no qual haveria um leilão para levantar fundos para a instituição. Concordei com a equipe do Príncipe, de que parte do dinheiro ficaria para a “Casa do Zezinho”, uma entidade que proporciona um excelente trabalho educacional para crianças da periferia de São Paulo. O evento foi um sucesso, estando presentes celebridades como Neymar, Emerson Fittipaldi, Gloria Maria, Adriane Galisteu, Romero Britto, entre outros.
Durante o jantar, tive um contato mais direto com o Príncipe, vez que estávamos na mesma mesa. Ele me fez perguntas sobre a Casa de Zezinho e demonstrou grande interesse pela causa filantrópica. Muito simpático e expansivo, desprovido de quaisquer formalidades, inserindo assim um tom informal à conversa. Não resisti à tentação e perguntei se ele assistiu ao filme The King’s Speech (O discurso do Rei), que alude as dificuldades de comunicação do Rei George VI (pai de Elizabeth II), seu bisavô. Ao que ele sorriu e falou que havia assistido e gostado!
Ilustrando seu comportamento despretencioso, um episódio cômico me foi contado pelo meu marido, John Doddrell: quando o Príncipe Harry deixou São Paulo e estava à espera do voo, sentiu fome, e John prontificou-se a levá-lo a um dos vários restaurantes do aeroporto, ao que o Príncipe declinou a oferta dizendo que queria apenas que lhe trouxessem um MacDonald!
O Príncipe Harry está de casamento marcado com Meghan Markle para maio deste ano. Agora, de volta a Londres, iremos acompanhar o enlace matrimonial pela mídia, que certamente terá repercussão internacional. Desejamos ao casal felicidades e que sejam agraciados com descendentes, que irão assegurar a continuação da monarquia, para assim podermos dizer “God Save the Queen”.
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