Opinião Edla Couto: A empresa familiar e a necessidade de empreender na sucessão Edla Couto é presidente do Grupo Trino

Publicado em: 08/11/2017 07:08 Atualizado em:

Empresas familiares têm como característica serem criadas e geridas por uma família. Atualmente, de acordo com dados do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), elas representam mais de 90% dos negócios brasileiros e 40% do PIB nacional, além de serem responsáveis por 60% dos nossos empregos formais.  

Diante de tanta importância na economia do Brasil, é preciso que essas empresas estejam atentas a um aspecto essencial de manutenção de sua longevidade: a sucessão. Para que elas continuem fortes no mercado, é importante que as gerações posteriores aos seus fundadores se mantenham inovando e tornando seus negócios cada vez mais competitivos.  

Esses sucessores devem ser mais que meros administradores do sucesso. Eles devem ser capazes de fazer a diferença, isto é, implantar mudanças positivas, aprimorar processos e, principalmente, se modernizar: trazer um olhar crítico e contributivo para dentro da organização. 

Esse novo olhar pode se manifestar por meio da entrada em novos mercados ou até mesmo através da renovação das ações já realizadas pela empresa. Para isso, os sucessores devem estar bem preparados – cursos são uma boa opção para treinamento – e ter domínio satisfatório sobre o negócio da família. 

O sucessor deve ter a habilidade da compreensão das dinâmicas interna e externa da empresa, contemplando o entendimento de cenários e tendências econômicas e empresarias. Esta habilidade faz com que o profissional empreendedor consiga desenvolver estratégias de crescimento, ampliando os horizontes de negócios da organização. 

O planejamento do processo da sucessão pode resultar em vantagens para a organização familiar. Com a entrada de uma nova geração na empresa, a inovação tende a ser próspera e o receio de correr riscos tende a diminuir. Para tanto, a busca por um perfil empreendedor alinhado aos valores da família pode ser capaz de suscitar a inovação organizacional dentro de empresas familiares.  

Tudo isso pode contribuir para a diminuição das perdas e do fechamento de empresas familiares no país a partir da segunda geração que, ainda segundo o Sebrae, representa 70% do número total dessas organizações. O principal motivador para esse insucesso é a estagnação causada por sucessores mal treinados, que dão espaço para que a concorrência saia na frente e ocupe esses espaços. 

O processo de preparação dos sucessores para assumir a direção é, evidentemente, longo e envolve um trabalho complexo junto à geração que está saindo. Porém quando bem feito, pode ser um fator capaz de transformar, qualificar e tornar uma empresa familiar ainda mais longeva e preparada para os desafios do futuro. 

Com a inovação, a criação de valor e o crescimento, a organização passa a atingir novos níveis de competitividade, a partir de uma preocupação com os meios para se melhorar o posicionamento da empresa e com a construção de ações que permitam o alcance de diferenciais e de vantagens competitivas.
 


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