Opinião Antônio Campos: Sapiens, um livro que não se pode desconhecer ou ficar indiferente Antônio Campos é advogado, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras

Publicado em: 15/09/2017 07:22 Atualizado em:

O professor Yuval Harari da Universidade Hebraica de Jerusalém e ph.D em história pela Universidade Oxford escreveu um brilhante livro Sapiens: Uma Breve História da Humanidade, publicado em 2014 e originalmente, em 2011, em Israel, com o título Uma Breve História do Gênero Humano. 

É o livro que o ex-presidente Obama dos Estados Unidos está lendo, segundo notícias. Já vendeu mais de dois milhões de exemplares e já foi publicado em mais de quarenta países. Muitas pessoas já fizeram o curso on-line de Yuval Harari sobre a história da humanidade. 

O livro aborda a história da humanidade desde os primórdios de sua origem até o século 21, dividindo-o em quatro partes: A Revolução Cognitiva, A Revolução Agrícola, A Unificação da Humanidade e A Revolução Científica. 
O núcleo de sua argumentação é que o Homo sapiens, subjugou as outras espécies, inclusive as outras espécies Homo que habitavam a Terra, restando nós, os Homo sapiens, porque seríamos o único animal capaz de cooperar de forma flexível em larga escala e o fazemos porque somos capazes de acreditar em coisas oriundas de nossa imaginação, ficcionais, que não existem na natureza, o que não significa que são falsas. 

Outras teses do livro, entre outras, são que o capitalismo é uma verdadeira religião e não apenas uma teoria econômica; o império tem sido o sistema político mais bem sucedido dos últimos 2.000 anos; as pessoas hoje não são necessariamente mais felizes que no passado; e os homens estariam em um processo de modernização de seus deuses. 

Ao combinar ciência, história e filosofia faz uma biografia inovadora da humanidade ou um retrato originalíssimo de nossa espécie, tentando explicar a saga humana e algumas caracteristicas inerentes ao ser humano, que você pode até discordar, mas nos leva a uma importante reflexão. A revolução cognitiva há 70 mil anos nos “separou” da natureza e nos transformou num animal que tem muito poder nas mãos, mas sabe pouco sobre si mesmo. 

O filme Planeta dos Macacos: A Guerra (2017) deixa a mensagem subliminar que macaco não mata macaco, mas o homem mata homem e a guerra acompanha a história da humanidade. O que nos separa dos chimpazés biologicamente em nosso dna é mínimo e onde ou quando a humanidade se perverteu? 

O homem é capaz de fazer uma bela obra de arte, um grande avanço científico, mas também uma terrível guerra. Esse mundo imaginário se concretiza na medida que nós, Homo sapiens, o materializamos no mundo real. 

Recentemente, lançou o Homo Deus, Uma Breve História do Amanhã. Tentar descobrir os próximos lances da evolução humana ajudaria também a redescobrir quem fomos e que caminhos fizemos para chegar a atualidade. Qual será o destino do homem na Terra? 

Yuval Harari é um dos grandes pensadores da atualidade, que você pode até discordar de suas teses, mas não consegue ficar indiferente a elas.



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